Capítulo 40 - Audiência

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LIAM*

- Como é?
- Parece que ela quer falar com você filho.
- Depois de toda essa merda ela quer conversar?
- Pensa filho... Se ela voltar atrás? Você pode...
- Ela me traiu. Traiu...
- Como ela te traiu se você está namorando com a Sophia antes mesmo dela reaparecer?
- Ela é mulher, deveria ter cumprido com a palavra dela. E não acredito que ela era vítima como todos estão dizendo.
- Então vai que ela resolve falar a verdade pra você?
- Que verdade? Dela preferir ser uma prostituta? O que já sei é o suficiente. Obrigada.
- Liam, escuta sua mãe. - meu pai falou.
- Que adianta... Ela nunca vai deixar de me acusar.
- Tenta... Por nós... - minha mãe implorou.

...

E aqui estou eu. Pelo menos longe de todos, e depois de todos esses meses, só eu e ela e sem o idiota do Harry por perto para atrapalhar.
- Senhor Liam, a garota chegou, posso mandar entrar?
- Quem está com ela?
- Um dos detetives.
- Ela entra sozinha. Caso contrário, não a deixe passar dessa porta. - respondi ao meu segurança e encarei a vidraça ao meu lado.
- Sim senhor.
Ouvi a porta sendo aberta e demorando-se um pouco e ao mesmo tempo que foi fechada, trancada também. Não me movi para encará-la e virei completamente para a grande janela que tinha uma vista incrível de Londres.
Ela tossiu forçadamente para chamar minha atenção.
- Se quer falar alguma coisa, pode começar. - falei sem me virar.
- Deveria ter imaginado que seria assim...
- Vai fazer drama agora? - falei baixo e me virei pra ela.
Faltou ar e senti um aperto no coração. Imaginar que aquela garota linda por quem sempre fui totalmente apaixonado, estava agora entregue ao Harry era o meu fim. Eu nunca a esqueci. E sei que todas as garotas com quem namorei e até mesmo cheguei a ficar esses anos todos, foi apenas para encontrar algum traço dela. Para que a imagem dele permanecesse viva dentro de mim. Alguma coisa que me fizesse lembrá-la. O sorriso, o olhar, a forma de dançar ou cantar uma música. Até como beber ou mascar um chiclete. E ela estava como sempre foi e como sempre me lembrei. Linda.
- Só quero te pedir uma coisa.
- Precisa de mim para algo? - mantive minha postura com um pouco de sarcasmo na voz.
- Não faça nada com o Harry.
- Só se preocupa com ele!
- Liam... Me desculpa por não ter por você o mesmo sentimento... Seria pior se eu mentisse. E eu me preocupo com você... Apesar de tudo. - ela disse.
- Como se preocupa comigo?
- Se você prometer deixar o Harry e a mim em paz, eu retiro a queixa.
- Isso pode significar que gostou.
- Quando duas pessoas querem o mesmo, ninguém sai machucado. E não foi o que aconteceu comigo.
- Ora Yasmin...
- Só me promete isso.
- Só se você se entregar a mim... De livre e espontânea vontade. Agora!
- Isso já não seria de livre e expontânea vontade.
- O que você viu nele? O que ele tem que eu não tenho?
- Quando você vai entender que não se trata de uma competição? Que não se trata de quem tem mais ou menos? Quando o coração realmente ama, ele escolhe se entregar. E juro, que se eu pudesse, eu voltava no tempo, teria brigado com os meus pais para não irmos embora... Só assim nada disso teria acontecido e eu estivesse agora morta, como eles estão...
- Acha que acredito nessa história.
- Ela é real. Mas não é obrigado a acreditar. Assim como não acredito que você ordenou o ataque para matar o Harry. Mesmo com suas ameaças não acredito que seria capaz disso.
- Pois acredite... Seria sim, como fui. E a sorte do Harry é que ele deixou o carro com o Ben e a sorte do Ben, é que os caras não foram bons de mira.
- Você é um louco!
- Chame do que quiser.
- Liam... Deixa a gente em paz.
- Acha que vai viver bem com o Harry depois de tudo isso? Pra ele acabou a banda e se eu for condenado, acabou tudo e a culpa vai ser de vocês! Especialmente sua!
- Quem cometeu os crimes foi você.
- E faria tudo de novo...
- Não, não faria.
- Eu sempre te amei. Nunca te esqueci.
- O amor não funciona assim. Ele é inexplicável, mas num sentido bom.
- Há muitas formas de amar!
- Não duvido, mas se me ama mesmo, esse amor é doentio. Me diz como conseguiu não me esquecer? Teve namoradas e sei que é um cara lindo, sempre foi gentil com todos... Então deve ter tido várias garotas aos seus pés.
- E em todas elas procurava você. Em todas elas. Sabia aqui dentro... - falei batendo em meu peito - Que nunca mais te encontraria e necessitava...
- A Sophia te ama...
- Eu também a amo. Mas um amor diferente.
- O amor que tem por mim não é amor... E isso precisa acabar.
- Nunca. Nem que pra isso, eu precise te matar e ao Harry também! As coisas poderia ter sido diferentes.
- Você fez suas escolhas.
- Você não me deu escolhas.
- Eu te pedi... Chorei e implorei. E as marcas podem estar sumindo do meu corpo, mas nunca esquecerei.
- Mas eu jamais te deixaria ir sem ter aquela experiência.
- Adeus...
- Queria só isso?
- Isso pra mim não é pouco. "Isso" como você se refere, é o meu mundo, a minha felicidade.
- Eu não respondo por mim, não posso garantir nada.
- Pelo menos eu tentei. - ela disse se virando e destrancando a porta.
- Não vai sair assim... - agarrei firme em seu braço, impedindo-a de sair - Você não vai se casar com ele.
- Isso não é você quem decide.
- Se você se casar com ele, vai se arrepender para o resto de sua vida!

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