Like a Virgin

Capítulo 61 - Jamais esqueça que eu o amo!

...

Ficar de cama em repouso absoluto não é nada legal. Mas não tenho só o Harry a me vigiar, e isso causou um alvoroço praticamente na família inteira.
Por recomendações médicas, ficamos morando em Los Angeles devido ao clima mais quente. Estamos agora com dois anos de casados e bom, grávida novamente.
Harry a todo momento liga, manda mensagens, e já chegou até mesmo a escalar pessoas pra trabalhar em seu lugar pra não me deixar sozinha em casa por muito tempo. Tudo isso por que simplesmente sem explicação alguma, com três meses de grávida, eu tive um aborto, ao qual o médico disse ter sido expontâneo.
Foi complicado demais e às vezes Harry se culpava por causa daquele pequeno desentendimento que tivemos antes de eu contar que estava grávida. Ele ficou mal e acho que até pior que que eu.
Essa notícia pegou a todos de surpresa, tanto da gravidez, como do fim dela. Anne, Gemma e tia Jasmine ficavam no meu pé dia e noite, cuidados extremos e exagerados. Elas tinham medo que eu entrasse em depressão. O que não aconteceu.
Harry criou novas expectativas e objetivos de trabalho. Montou uma gravadora em Londres e já tínhamos equipe com excelentes profissionais. Já em Los Angeles, ele pensou em algo como uma agência para novos talentos. Fosse na carreira de cinematográfica ou musical. E estás dando certo.
Quando descobrimos minha segunda gravidez que foi engraçado. Estávamos juntos na gravadora, Harry comentava alguns arranjos de uma nova música com um amigo seu e eu estava quase de bobeira, apenas ouvindo com um fone, musicas recém gravadas , quando de repente ele sentou numa cadeira e colocou as mãos na cabeça. Isso foi o suficiente para deixar todos em alerta.
- O que foi? Sente algum mal estar?
- Uma tontura estranha... - ele respondeu.
- A sua pressão deve ter caído... - falei me aproximando e sentindo sua pele totalmente gelada - Melhor irmos ao médico.
- Não...
- Continua com medo de hospitais Harry? - o amigo dele perguntou entre gargalhadas.
- E você acha que é brincadeira Jonny?
- Não cara...
- Pois não é! - Harry já falou caminhando para o banheiro.
- Ele noa está nada bem... - estava preocupada, pois a coisa mais rara que existia, era ver Harry doente ainda mais como estava vendo agora.
- Harry... - falei quando o mesmo retornou pra sala aonde estávamos - Ou vai ao médico quando sairmos daqui, ou ligo pra sua mãe nos acompanhar.
- Esta contra mim Yasmin... Não creio!
- Pelo contrário meu amor. Por te amar muito e estar preocupada com você.
- Não vou!
- Vamos ou... - me aproximei de seu ouvido, falando mais baixo possível - Ou greve... De sexo!
- Não!
- Só decidir... - falei saindo de perto dele, voltando a ouvir a músicas, o deixando agora, além da fisionomia, também com cara de indignação.
Como ele não melhorava, foi praticamente arrastado pelo seu amigo e por mim. Ficamos no hospital pouco tempo, para no fim sabermos que ele não tinha nada. Exames foram pedidos e antes de irmos embora o médico ainda brincou.
- Sintomas de gravidez psicológica. A mulher que está grávida e o marido que sente tonturas e enjoos.
- Está grávida Yasmin? - o amigo dele questionou curioso.
- Se ela estivesse, eu seria o primeiro a saber... - Harry retrucou - Não inventem essas modas.
- Modas? Isso são mistérios da vida que a ciência até hoje tenta explicar.
- Mas a Yasmin não está grávida. Esta Yasmin? - ele afirmou e depois perguntou e eu fiquei sem reação para lhe responder.
- Quer ter certeza? - o médico foi mais rápido - Podemos fazer um exame agora e provar que a ciência está certa
- Okay! - Harry o olhou duvidoso.
- Vocês são malucos? Eu não vou fazer exame nenhum!
- Para Yasmin! Eu já vim aqui... O que pode haver de mal em fazer um simples exame? - Harry tentava me convencer.
- O mal? É o que eu já sei. Vocês são loucos!
- Loucos querendo ter uma certeza. Por mim princesa?
- Vocês inventam e eu pago o pato!
O médico me levou para o lado do laboratório e ao invés de coletar sangue, seguiu para a sala de ultra-som.
- Isso não está passando dos limites? - Jonny perguntou com ironia e eu apoiei.
- Aqui não tem erro. Se estiver, está. Não aparecer nem um grãozinho de feijão... Não está. Deite-se Senhora Styles.
Já abismada com tamanha loucura daqueles dois, segui todas as instruções do médico e Harry parecia até uma criança de tão ansiosa que estava.
Senti aquele gel quase congelado, devido a temperatura em minha barriga e logo o aparelho começou a deslizar pela mesma. Por minutos todos permaneceram em um silêncio que chegava a doer nos ouvidos.
- E então?
- Consegue identificar isso? É o útero da paciente... Trompas... E essa manchinha mais escura aqui... - ele explicava indicando no monitor - E um herdeiro da família Styles.
Sem pensar, tive uma crise de riso tão forte que aos poucos, Harry e seu amigo faziam igual a mim.
- Por que esta rindo senhora?
- Sem essa de senhora... Mas o senhor está fazendo um filme de uma suposição. Não tem criança nenhuma aí!
- Então, se não tem criança aqui... Isso não é o coração! - ele moveu mais uma vez sua mão, e aquele sonzinho tão conhecido por mim, voltou a me emocionar.
- Diz que isso é uma brincadeira? - pedi já com lagrimas tomando lugar aos risos de antes.
- Isso é sério mesmo? - Harry estava abismado, mas seus olhos brilhavam ao ouvir o mesmo que eu.
- Olha... Não tenho como fingir que algo que não está aqui, estando aqui!
- Como é possível se não senti nada? Nenhuma diferença...
- Milagres que a ciência tenta explicar! Harry teve e ainda tem os sintomas.
- Isso é maravilhoso!
Assim descobrimos que seriamos pais, e todos ficaram animados e preocupados com nosso bem estar. Até completar cinco meses de gestação Harry era quem passava mal, pela manhã, tarde e noite. E havia momentos que até mesmo de madrugada ele corria para o banheiro passando mal.
Às vezes era assim que eu me pegava. Relembrando tanto os bons como os maus momentos para não esquecer de agradecer a Deus por cada um deles. Hoje tenho uma família linda e sou feliz. Claro que o medo sempre vai existir.