Like a Virgin

Capítulo 56 - É que eu te amo mais ainda...

...

Uma noite se passou.
Ontem depois que terminaram a cirurgia, horas mais tarde nos liberaram para poder vê-lo. Anne disse que ele parecia um anjo dormindo, mas na realidade ele é um anjo, pelo menos o meu.
Os médicos disseram que apesar de tudo, ele vai ficar bem. A bala foi removida, mas ela atingiu o baço e ele perdeu muito sangue. O médico disse que os cuidados foram tomados e que isso quando ele acordasse, iriam verificar o quanto ele precisaria receber de sangue. O que só implica em alguns cuidados.
Ainda fiz uma ressonância magnética, que o médico tanto insistiu, e graças a Deus eu estava bem, só não emocionalmente.
O dia que eu teria para ser inesquecível de uma forma boa, que me faria esquecer e substituir todas aquelas lembranças ruins, se tornou um pesadelo.
Eu queria ficar no hospital, mas Anne não deixou e eu a entendia perfeitamente. Como mãe, ela queria estar ao lado do filho. E disse que qualquer coisa nos ligaria. Mas não ligou. Então suponho que tudo esteja bem.
- Bom dia... - Meu tio entrou pelo quarto - Conseguiu dormir querida?
- Um pouco... - disse sentando na cama.
- Desce pra tomar café...
- Que cara é essa? Está tudo em com o Harry?
- Com ele Está... Mas tem um oficial aí. Quer falar com você.
- Vai começar tudo aquilo de novo...
- Ele precisa do seu depoimento. Alias, dos depoimento de todos nós todos.
- Tudo bem. Quanto antes melhor, pelo menos posso voltar para o hospital logo.
- Isso... Não demore.
Eu estava com a roupa que usei na noite anterior. Gemma passou em casa e levou algo para que eu e Anne nos trocássemos no hospital. Nós não iríamos sair de lá sem saber do Harry. A cirurgia dele demorou por volta de três horas e só depois de umas duas horas nos autorizaram vê-lo. Só depois fiz o exame e ainda esperei mais de uma hora pelo resultado.
- Bom dia... - falei ao vê-los na sala.
- Bom dia Yasmin. Esta melhor? - Robin perguntou.
- Na medida do possível...
- Podemos conversar agora?
- Deixe-a pelo menos tomar seu café da manhã, por favor... - Gemma pediu.
- Olá querida! - Uma das tias do Harry disse me entregando um copo com achocolatado - Espero que goste.
- Parece bom! - sorri em agradecimento.
- Bom... Ontem decidimos doar todas aquelas coisas do buffet... Fiz mal?
- Claro que não... Seria a decisão do Harry.
- Com certeza e obrigada por cuidarem de tudo isso. Eu não teria cabeça pra nada.
- Só fizemos porque achamos certo...
- E fizeram... - parei encarando o oficial da polícia, que era uma mulher - Pode falar. O que precisa.
- Do seu depoimento. Pode estar na delegacia antes do meio dia?
- Assim que terminar meu café estarei pronta. O senhor vai comigo tio?
- Vamos todos... - Robin falou - E Principalmente depois de saber o que a oficial nos falou.
- O que?
- Que aquele sujeito recebeu um convite para o casamento, enviado por você!
- Como e que é?
- Estava assinado por Yasmin. Eu mesma encontrei o envelope na casa dele.
- Acha mesmo que eu mandaria um convite do meu casamento para a pessoa que mais me prejudicou e que...
- Ele foi inocentado.
- Não por mim. Eu jamais faria uma coisa dessas.
- Como não fez Yasmin. Eu fiz os convites e eu mesma me responsabilizei em enviar aos convidados e ele não estava na lista.
- Então como ele conseguiu um, assinado pela noiva?
- Isso vocês vão descobrir. - Robin falou serio.
- Nós vemos na delegacia, e leve um dos convites que você enviou senhorita Gemma.
- Levarei...

HARRY POV*

Tive um pesadelo tão ruim. Estava com a Yasmin num lugar. Só eu e ela  e dançávamos. Ela estava linda em seu vestido de noiva e radiante de felicidade, assim como eu. Essa parte do sonho era boa. Mas ele apareceu em nossa frente não sei de onde e apontava uma arma em nossa direção. Seu sorriso era sinistro e pude ver quando a bala saiu do cano da arma e fez um percurso atingindo em cheio minha linda noiva.
Gritei com toda minha força e as lágrimas vieram com intensidade. E não conseguia correr na direção dela para ajudá-la.
- Harry querido... Sou eu... Sua mãe...
- Eu... Eu... - tentava falar, mas sentia minha garganta doer.
- Foi só um sonho ruim... Fique calmo... - olhei o rosto sereno de minha mãe, que apesar das olheiras, era um dos mais belos que já vi.
Percebi nesse momento que estava em um quarto de hospital e num piscar de olhos me recordei de tudo.
- Não... Não foi um sonho... - comecei realmente a chorar - Cadê ela? Aonde ela está?
- Calma meu amor. Ela esta chegando...
- Como ela está? - forcei a voz um pouco mais...
- Bem... Vou chamar o médico e avisar que você acordou. Já volto.
- Mãe... O que aconteceu?
- Você passou por uma cirurgia... E dormiu a noite toda e quase o dia. Mas fora de perigo... - ela disse saindo do quarto.
Eu podia jurar que ela estava quase chorando. Desgraçado do Liam. Mais uma vez sendo o motivo de sofrimento na minha família.
- Olá meu rapaz, como se sente?
- Cansado... E com dores...
- Normal depois de tudo que passou... Você é forte. Pela descrição dos acontecimentos, era pra ter alguns ossos fraturados... Mas não quebrou nada.
- Mas minha mãe disse que passei por uma cirurgia?
- Sim. Retiramos o baço... E hoje a noite, receberá uma dose de sangue. Está muito fraco pela perda que foi alta.
- O que isso implica?
- Alguns cuidados... Mas nada demais... Explico tudo nos próximos dias.
- E as visitas doutor?
- Com moderação, posso autorizar.
- Obrigada... - minha mãe falou enquanto o médico já se aproximava verificando meus batimentos cardíacos, pressão e temperatura.
- Vou mandar subir sua alimentação. Consegue se mover?
- Não muito... Mas tenho sede... Muita.
- Que bom!
- Sinal de que estou vivo não é mesmo doutor? - brinquei tentando fazer minha mãe rir.
- Não brinca com coisa séria menino!
- Só pra tirar esse ar pesado!
- Não perde essa mania!
- Ele está certo... Tem que estar feliz. Logo chega sua refeição e água pra hidratar a garganta.
- Valeu doutor.