HARRY POV'Ver minha filha chorando e chamando pela mãe me dava o maior desespero. Medo do que pudesse estar acontecendo ou o que poderia vir acontecer. Sei que Yasmin fez o que fez para tirar nossa filha dos braços do Liam. Ele estava armado e ameaçou a todos nós. Ela ainda sussurrou que me amava antes de sair com ele e não faço a mínima ideia de para onde ele a levou, e nem os seguranças conseguiram segui-los. Liam estava com bombas amarradas ao corpo. Ele mataria a todos nós e a última coisa que eu quero, e que ele faça mal a Yasmin.
E agora temos dois detetives investigando o paradeiro deles e alguns outros tentando entrar em contato com a clínica aonde ele estava internado e com familiares e amigos do Liam. E eu? Desesperado.
- Harry... Vou levar a Luna pra dormir comigo...
- Melhor ficarem aqui, mãe... Eu...
- Ela não vai conseguir dormir filho. Ela só chama pela mãe.
- Droga! Estava tudo tão bem... Porquê?
- Conseguimos trazer os pais do Liam. - Bryan falou abrindo a porta e nem mesmo olhar na direção deles eu consegui.
- Vocês sabem onde ele está, não sabem? - minha mãe falou brava.
- Não... Eu sinto muito... - Karen pronunciou.
- Quando ele fugiu da clínica?
- Há dois dias...
- E vocês não se preocuparam? Como podem ser tão irresponsáveis assim?
- Mas ele é nosso filho!
- E se o amassem de verdade, teriam tomado as providências necessárias.
- Ele...
- Ele é um criminoso! E juro Por Deus... Se ele fizer alguma coisa de ruim... Eu juro! Posso passar o resto da minha vida na cadeia, mas eu acabo com ele com minhas próprias mãos!
- Harry não fala isso!
- É a verdade... Ele quase matou a Yasmin, quase me matou... E olha o que fez agora... Ameaçou minha filha e... Sequestrou minha mulher!
- Seus funcionários disseram que ela foi de vontade própria.
- Se você diz isso... Não deve levar em conta a arma que ele mirava em minha cabeça, ou as bombas que ele tinha em seu corpo... É deve ter razão! Ela foi de vontade própria.
- Mas ele não fez isso!
- Tem as câmeras de segurança. Podem olhar todas.
- O meu filho não fez isso! - Karen gritou.
- O Liam não... Mas o monstro em quem vocês o tornaram sim. Ele é um criminoso, e agora fugitivo da polícia! E se for pego em flagrante, prisão perpétua ou pena de morte. E vocês terão um belo processo pra responder. A responsabilidade do estado clínico e mental dele é de vocês! Só de vocês!
- Não!
- Quando um filho pega uma gripe, quem cuida dele? Os pais! Óbvio que são responsáveis. Perceberam que ele não estava bem, mas devido ao sucesso que ele alcançou, mascararam os sintomas. Mas quando Yasmin reapareceu... Perderam o controle... - minha mãe começou a discursar e eu apoiei.
- Aonde ele pode estar? Pelo amor de Deus... Ela é minha esposa... Temos uma filha...
- Geoff... Fala... - Karen choramingou.
- Há um tempo, ele comprou uma casa de campo... Mas nunca conseguimos viajar juntos pra lá.
- Aonde fica?
- Perto de nossa cidade natal...
- Nos dê a localização correta. - Bryan ordenou - Agora!...
YASMIN POV'
Não preguei os olhos à noite toda. Qualquer som vindo de fora do quarto me deixava completamente alerta. Mas Liam não entrou novamente no quarto, porém o deixava trancado por fora. Tentei olhar pela janela, mas não dava. Já estava anoitecendo quando chegamos nesse lugar que mais parecia o fim do mundo.
Nem ao menos consegui prestar atenção nas placas de sinalização de tanto medo que sentia. Segui todas as instruções até chegar nessa casa.
Ouvi o canto dos galos e levantei com calma da cama olhando através da janela cheia de grades. Só verde, árvores e árvores, perto e longe.
- Aonde estou? - sussurrei ouvindo chaves na porta, congelando ao mesmo tempo.
- Bom dia! Que bom que acordou minha rainha! - ele trazia uma bandeja nas mãos e como não obteve respostas ele continuou - A vista é linda, não é mesmo? E hoje tenho uma surpresa pra você! Nós vamos ser muito felizes Yasmin! Muito mesmo!
- Liam... - tomei coragem - Você não mentiria pra mim, não é mesmo?
- Não!
- Posso te pedir uma coisa?
- Qualquer coisa...
- Deixa eu ver minha filha?
- Mas... Pra ver a menina, terá que ver o pai dela...
- Ela é uma criança Li... - o chamei como o chamava quando éramos adolescentes - Ela não tem culpa de nada.
- Você tem razão... Mas só depois que estivermos casados... E isso será o mais rápido possível. Agora tome seu café e vou sair. Mais tarde volto e terá sua surpresa.
- Aonde vai?
- Surpresa! - ele sorriu parecendo uma criança ansiosa antes de sair e trancar a porta, novamente.
Estava faminta. Não havia comido nada desde a tarde anterior e a bandeja estava mesmo apetitosa. Frutas, pães, frios, suco, leite, bolos e biscoitos. Mas e se estivessem envenenados? Então comi apenas os que eram industrializados e estavam com as embalagens lacradas. E acho que por um milagre, consegui dormir depois disso, pouco mas consegui.
Quando acordei novamente com Liam entrando no quarto. Ele trazia algumas sacolas.
- Trouxe pra você...
- O que é isso?
- Para o nosso casamento...
- Que?
- Já resolvi tudo. Um padre vem celebrar e validar nossa união. - ele falou sorrindo e o medo que eu sentia agora era mil vezes pior. Lagrimas se formavam e não queria que ele percebesse minha real condição naquele momento.
- Se troca. Te espero lá embaixo. - ele falou beijando minha testa, o que me deixou tensa com a aproximação dele, e isso não passou despercebido - Não precisa precisa ficar com medo. Eu nunca mais vou te machucar...
Nada respondi e apenas o observei sair do quarto novamente.
Por mais que eu demorasse a colocar a roupa que ele trouxe, que era um vestido branco justo, na altura dos joelhos e um sapato bravo também, eu teria que em um momento ou outro, sair daquele quarto. Mas não queria. Estava com saudades da minha família. Queria poder ouvir a voz do meu marido me dizendo que tudo ia ficar bem e ver o sorriso da minha filha. As lágrimas voltaram com força e eu não tinha como evitá-las. Não tinha como fugir desse pesadelo. É isso que está acontecendo. Só posso estar sonhando e a qualquer momento tudo vai terminar.
Era o que eu tentava dizer a mim mesma, mas não fluía resultado. Além das lágrimas, comecei a sentir uma tremedeira no corpo todo e a soar frio. E se Liam percebesse, por mais que tenha prometido na fazer nada de mal comigo, eu não confiava em sua palavra.
Na sacola que estava o vestido, ainda tinha algumas embalagens que reconheci como sendo maquiagens, o que usei para disfarçar a cara de choro.
- Com licença... - Uma garotinha vestida de branco entrou no quarto após bater na porta - Tio Liam perguntou se já está pronta?
- Seja o que Deus quiser! - Falei baixo para mim mesma e voltei a menina - É. Acho que estou...
- Você não esta feliz? Porque está chorando?
- Eu estou bem... Vamos... - peguei em sua mão, pensando em como seria quando minha filha tivesse sua idade. Imaginei uns cinco anos.
Descemos a escada, encontrando Liam encostado ao batente da porta.
- Você está linda! Aliás, sempre foi linda! Vamos, o padre está nos esperando...
- Será que antes... Podíamos conversar?
- Conversar sobre o que?
- Sobre verdades e sinceridades...
- Mas...
- Você disse que jamais mentiria pra mim... E eu não posso mentir ou te esconder nada... Afinal você é o James... Não é mesmo?
- Yasmin... Precisamos ir...
- Por favor... - Pedi quase chorando.
- Tudo bem... Megan, espera lá fora e diga já vamos?
- Tá bom tio Liam! - a menina que só agora soube o nome, o abraçou carinhosamente e saiu para a parte externa da casa.
- O que quer falar?
- Só me diz, por que tudo isso... Tudo que você fez... E agora...
- Eu errei Yasmin. Deveria ter acreditado em você. Deveria nunca ter desistido de te procurar. E quando nos reencontramos...
- Você sabe que estou casada... Que um outro casamento sem divórcio não valerá de nada.
- Você o ama, não é mesmo?
- Você me ama?
- Sempre amei. Me envolvi com outras garotas, mas nunca te esqueci.
- Você é jovem... Pode...
- Não! Sempre foi e sempre será você!
- Quer mesmo um relacionamento assim? Sabe que o meu amor por você não é igual...
- Que amor sente por mim? De amigo? Nós prometemos! Não é possível você ter esquecido! - ele falou colocando as mãos na cabeça como se estivesse desnorteado.
Nesse momento notei as armas que ele usou um dia antes, em cima da estante e me aproximei calmamente observando as mesmas.
- O que vai fazer? Não toque nisso.
- Sabe... Quando vivia sob os domínios de Kostopoulos, eu sonhava com o dia que poderia ser realmente livre. Em ter uma família. Não vou mentir, sonhava em te reencontrar... Mas as cosias não aconteceram como eu imaginava. Hoje posso dizer que tenho uma família. Mas não sou livre.
- Claro que é!
- Não Liam... Não sou. Se eu fosse, estaria agora com minha família. Meu marido e minha filha... Imagina como ela está agora? Nunca ficamos longe uma da outra e ela é apenas uma criança.
- Eu sou um monstro...
- Você não é... No fundo eu sei que não.
- Como pode afirmar isso? Eu já te prejudiquei tanto... Mas foi por amor.
- Então pensa nas pessoas que te amam. Seus pais... Suas irmãs, seus amigos... Aquela garotinha que saiu daqui... Ela te ama...
Ele nada respondeu, mas se posicionou ao meu lado, pegando uma daquelas armas.
- As bombas eram falsas... E não haviam balas no revólver. Eu nunca pensei em machucar mais ninguém. - ele confessou - Desde aquele dia que quase matei Harry... Não imagina como me arrependi.
- Me deixa te ajudar?
- A única ajuda que poderia me dar, seria se casar comigo...
- Isso não seria uma ajuda James... Seria uma vingança... Tanto por mim, quanto pelo Harry.
- Eu não o odeio, nem odeio você... Só...
- Me leva de volta... Eu prometo que farei tudo pra te ajudar.
- Eles não vão deixar... Além do mais... Meus pais sempre tiveram vergonha por eu ser louco.
- Você não é louco... Mas precisa de ajuda e aprender a se controlar e...
- Eu ouço vozes Yasmin. Elas estão aqui dentro agora... - ele disse batendo em sua própria cabeça como se quisesse tirar algo de dentro dela - Dizendo o que eu tenho que fazer...
- Não as ouça... Se concentra em mim, na minha voz...
- Tio Liam... - a menina voltou correndo - Eles chegaram! Eles chegaram!
- Eles quem?
- Tia Karen, tio Geof e mais pessoas!
- Droga! - ele fosse pegando uma das armas com uma mão e com a outra ele sentou meu pescoço por trás.
- Liam por favor! Me escuta!!! - implorei.
- Ele pediram... - Liam começou a falar no mesmo instante que ouvimos sirenes - Ainda trouxeram a polícia e vão me matar Yasmin...
- Liam me deixa te ajudar! Eu prometi!!!
- Como vai me ajudar? Eu cometi coisas. As vozes mandaram e ninguém as escuta só eu!!! Só eu!!!
- Deixa essa arma e sai comigo... Ninguém vai te machucar e eu não vou te abandonar. Nem eu nem o Harry! Nós vamos te ajudar!
- Você me promete?
- Prometo... Pela nossa infância! - falei sentindo lágrimas descer pelo meu rosto e vendo o mesmo ao meu lado chorar também.
Com calma ele colocou a arma junto das outras e segurei sua mão apertando-a e na outra segurei a pequena Megan e saímos calmamente.
Liam parecia segurar a respiração e sua mão estava gelada. Ao longe, vi Harry querendo correr para me alcançar e os pais do Liam também. E vários policiais armados.
Liam parou de andar e fiz o mesmo o encarando.
- Posso te pedir só um abraço? - ele falou baixo.
- Não vai mais casar tio Liam?
- Não Megan...
- Liam se entregue! Não há saída pra você! Está cercado! - um dos oficiais falava no aparelho do calcarei fazendo o som se espalhar.
- Ele vai se entregar! - eu gritei desesperando esperando que ninguém atirasse.
- Por favor? - ele pediu.
- Claro... - era óbvio que eu ainda tinha medo dele ou do que pudesse fazer. Mas estávamos cercados por policiais que miravam armas em nossa direção. Ele não faria nada ali. Então me virei abraçando-o e Megan se juntou ao abraço.
- Vai... Seja feliz... - ele me soltou e ficou segurando a mão da pequena menina ao seu lado.
Caminhei calmamente até que Harry movido pelo desespero e alívio me alcançou me abraçando forte.
- Você está bem? O que ele fez com você? O que aconteceu?
- Fica calmo... Eu estou bem... E eu sabia que viria atrás de mim! - falei retribuindo ao abraço dele.
- Nunca te abandonaria! - ele falou me abraçando mais forte e ambos choramos.
- Harry... Preciso te pedir uma coisa...
- Fala... - ele me encarou preocupado.
- Ele está com problemas mentais sérios e precisa de ajuda.
- Está pedindo para ajudar o homem que mais nos prejudicou?
- Eu sei é entendi sua posição. Mas com o tempo você vai entender.
- Podemos conversar sobre isso depois e irmos logo embora.
- Eu prometi...
- Yasmin... - Liam gritou acenando e paramos para prestar atenção nele - Só uma coisa... - ele colocou a mão no bolso detrás da calça e ao mesmo tempo ouvi disparos de tiros e gritei apavorada vendo seu corpo cair automaticamente no chão.
Tentei correr em sua direção, assim como seus pais, mas Harry me impediu, o que me desesperou ainda mais. Pude ver Megan segurando sua mão e também chorava.
- Uma ambulância rápido! - alguém gritou - Por que atirou oficial?
- Pensei que ele é ia atirar, que estava armado e ele poderia ter atirado! - o rapaz se defendeu.
- Mas ele não estava! - gritei - Ele não estava!
- Como sabe?
- Consegui convencê-lo a sair desarmado e se entregar!
- Ele só queria entregar esse envelope pra ela... - Megan falou e foi abordada polêmica policial que deduzi ser o chefe da operação.
- Isso faz parte do flagrante! Está sob poder da polícia!
- Só depois que eu ler! - falei encarando a todos e esperando que me entregassem o envelope.
- Não senhora Styles. Não pode se envolver nisso.
- Vocês atiraram nele sem ter certeza de que estava armado... Se ele queria me entregar isso. É algo para mim, não para vocês.
- Yasmin.
- Harry não tenho segredos com você! E se eles não me entregarem, vai ser bem pior.
- Foi sua culpa! - A mãe do Liam gritou me encarando ao mesmo tempo que entrava no carro para seguir a ambulância que levava Liam ao hospital - De vocês dois!
- Não a escute.
- Se tem algum culpado nisso, não somos nós Harry.
Quando a carta enfim estava em minhas mãos, hesitei em ler. Harry estava ao meu lado e o entreguei.
- O que aconteceu exatamente enquanto esteve com o suspeito? - o policial perguntou.
- Ele me fez dirigir até aqui e me deixou trancada para não fugir. Dizia que queria se casar o mais rápido Possível e até impasse ele trouxe hoje.
- E aquelas armas?
- Provavelmente as que ele usou para me convencer a cor com ele. Mas ele confessou que as bombas eram falsas.
- As armas também.
- Ele nos enganou? Desgraçando! - Harry falou num sussurro.
- Ele não fará mais nada...
- O que disse?
- Acabaram de me informar. Ele não resistiu ao ferimento e entrou em óbito.
Não havia o que falar.
O sentimento de que poderia ter feito algo era intenso. É apenas chorei sendo abraçado pelo meu marido.
- Precisamos da carta...
- Depois que lermos... - Harry falou por mim e agradeci internamente por isso.
- Está bem... Mas não demorem.- o homem falou se afastando.
- E a Luna? Cadê ela? - queria saber da minha pequenina.
- Com minha mãe e Jasmine. Donnie também ajuda a distraí-la. Ela chorou quase à noite inteira chamando por você.
- Me leva pra casa... Quero vê-la!
- Ela também! - ele me abraçou - Não sei o que houve... Mas vamos superar juntos...
- Eu te amo tanto!
- Eu também meu amor!***
emocionantemente triste... Espero que gostem e comentem... Não esqueçam da estrelinha!!!
Q Quase no fim, mas podem indicar para suas amigas!!! Bjs e obrigada.OBS... Se houver erros, me perdoem. Digitei tudo pelo celular... Rsrsrs
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Like a Virgin
Hayran KurguYasmin, jovem que acaba de completar 19 anos. Exposta de maneira cruel, porém ao iniciar seu maior pesadelo, acaba por encontrar esperanças de um futuro melhor! Para entender melhor, só lendo! Espero que gostem da fic! Direitos autorais, não copiem...