Capítulo 41 - 'Mais depoimentos'

328 17 2
                                    

Era chegado o segundo dia de audiência. Depois de uma noite bem dormida com a ajuda de calmante, chá e um Harry a cantarolar ao meu ouvido.
No fórum havia uma não pequena multidão de pessoas, todas querendo informações de como estava o caso. Além de fãs que movidos pelas emoções, estavam dando seu apoio aos rapazes, outros já, seguravam cartazes com palavras nada agradáveis para mim.
Eu também me achava a culpada por tudo o que aconteceu. Harry diz que não, é que não devo me culpar pelas atitudes preconceituosas e criminosas de ninguém. Mas no fundo, no fundo, é assim que me sinto.
Antes de entramos para o tribunal, para a sala em questão, Bryan nos informou que eles conseguiram uma testemunha chave. E eu fiquei sem saber e com medo. Quem seria essa testemunha e o que essa testemunha diria?
O juiz adentrou o espaço é tudo foi como no dia anterior, e depois de todos já acomodados, ele com toda sua autoridade, iniciou.
O meirinho pediu então que entrasse a primeira testemunha.
Louise Teasdale.
Fiquei sem entender, mas aos poucos, conforme ela respondia às perguntas, relembrei a noite em que reencontrei com Liam.
Os advogados de defesa tentaram contestar que ela estava tentando persuadir os jurados. Mas o juiz ordenou que continuasse. Mas ela não sabia muito, porém me surpreendeu ao contar sobre minha crise de fobia depois de uma conversa curta e tensa com Liam dias antes de eu contar a verdade e o denunciá-lo para a polícia.
- Ela viu? - indaguei ao Harry que me olhava tão surpreso quanto eu.
Depois de Louise, Gemma foi trazida para dar seu depoimento. Ela de onde estava nos olhou e após o juramento, começou a explicar, de acordo com as perguntas, o que aconteceu naquele primeiro de janeiro.
- Você já conhecia a vítima? Como a conheceu?
- Sim. Quando meu irmão estava em turnê pelo Brasil, nós ficamos juntas alguns momentos.
- Em nenhum momento desconfiou que ela fosse uma garota de programa?
- Não.
- E se tivesse desconfiado?
- Pra mim seria indiferente, como foi. Quando meu irmão me contou a história toda, eu simplesmente achei que deveria ajudar.
- Por quê?
- Eu percebi que apenas no olhar dele havia emoção. Que ele realmente sentia falta dela. E se a segurança estava em risco tanto pelo homem que a aprisionava desde a morre dos pais como por uma pessoa que se dizia amigo de infância, não podíamos facilitar.
- Pode nos descrever como a encontrou?
- A casa estava silenciosa. Toquei a campainha inúmeras vezes e só então bati na porta. Foi quando percebi que estava aberta. Logo na entrada, parecia ter havido uma guerra. Quando a encontrei num dos quartos... Pensei que estivesse morta.
- E verificou?
- Não. Eu liguei pedindo socorro. É graças a Deus ela estava viva.
- Desconfiava do que havia acontecido?
- Mais ou menos.
- Seu irmão poderia ser o culpado por tal ato?
- Jamais. Ele passou a semana do Natal toda com a família. E naquela manhã quando sai de casa, ele continuou lá, esperando quando eu ligasse. Quando amamos alguém, queremos o seu bem, e se Yasmin fosse fizesse meu irmão feliz, e ele de igual forma para com ela, bem, quem seria eu para atrapalhar?
- Então em algum momento cogitou na possibilidade de ser contra esse relacionamento?
- Não. Apenas tive medo por eles. Se o homem que a manteve prisioneira por três anos os encontrasse, eu temia pela segurança deles.
Depois da Gemma, ela sentou-se ao nosso lado, onde ame já estava também. E o juiz pediu para não fazermos ainda uma pausa e tentarmos adiantar os depoimentos.
Seguiu-se uma lista grande.
Os pais de Liam, o segurança dele... Sophia. Daniele Payzer. Que fórmula surpresa.
Eu só a conhecia por fotos, lembro-me bem de ouvir Eleanor falar muito bem dela.
Seu depoimento foi simples. Fizeram perguntas sobre o comportamento do Liam.
Louis também foi chamado para depor e Ben Wiston também. Anda, um dos melhores amigos do Liam ali estava e como testemunha de defesa.
Minha maior prova de resistência estava prestes a se iniciar. Um dos policiais do recinto pediu que o acompanhasse, provavelmente eu seria a próxima a depor. É o nervoso já estava tomando conta de mim.
- Vai dar tudo certo! - Harry disse beijando minha mão e me dando um abraço reconfortante.
Quando sai da sala, vi que entravam com o primeiro ministro. Era ótimo, pois sua palavra tem credibilidade e ele não tem porque mentir. Mas não ouvi seu depoimento.
Quando retornei à sala, acompanhada pelo mesmo policial, percebi algo diferente. Havia agora dois lugares separador como se fossem cabines. Fui direcionada para uma delas e logo depois vi entrarem com Liam. Ele estava logo ao meu lado, mas não podíamos ver um ao outro.
De cara eu parecia estar travada. Não conseguia abrir a boca.
- Senhorita Yasmin, se sente bem? - balancei a cabeça em sinal de positivo - Então pode fazer o juramento? - confirmei novamente levantando a mão direita e repetindo as palavras que me eram ditas.
Olhei mais uma vez para onde Harry estava sentado e ele sorriu para mim, uma forma de demonstrar força e apoio.
O mesmo fizeram com Liam e começaram com as perguntas.
- Quando conheceu o Liam?
- Quando éramos crianças ainda. Meus pais mudaram para cidade onde a família dele morava.
- Eram namorados?
- Sempre fomos amigos...
- Amigos não se acusam jovem! - o advogado de defesa falou.
- Objeção meritíssimo. O momento é de perguntas e não de conclusões. - o advogado do Harry falou e o juiz concordou.
- Quando foi embora da Inglaterra, disse ao Liam que estava indo embora para França. Por que mentiu?
- Falei o que sabia. Foi o que meus pais me contaram.
- E o que prometeu a ele na despedida?
- Foi quando ele disse que me amava e que iria esperar o tempo que fosse preciso pra nos reencontrarmos. E eu prometi o mesmo.
- Então você não cumpriu, visto que se envolveu com um companheiro de banda. Foi vingança?
- Eu perdi o contato com ele logo depois que viajamos. Pelo que percebi, meu pai não queria ser encontrado. Hoje entendo o motivo. E não foi vingança. Eu não sabia que ele tinha se tornado um cantor famoso é muito menos que era amigo de Harry. Eu não conhecia a banda.
- Está dizendo que não conhecia uma banda com sucesso mundial?
- Sim. Eu não tinha acesso à internet e nem mesmo TV ou jornais e revistas onde passei a viver. Perdi minhas redes sociais, telefone... Tudo.
- Quando reencontrou Liam, o que aconteceu?
- Fiquei surpresa. Mas Harry naquela tarde havia se declarado pra mim. E disse não ter vergonha de ser visto ao meu lado.
- Descreva, por favor.
- Ele me reconheceu, e me chamou pelo meu nome verdadeiro. Pois tinha ordem de me apresentar como Yasmin. Ele parecia eufórico e feliz.
- Ele, o Liam?
- Sim. Então começou a fazer perguntas e não tive como responder, pois Harry retornou. Foi meio confuso, pois eu me sentia perdida.
- Perdida como?
- Eu não sabia que eles se conheciam, e logo Liam juntou os pontos e fez o que eu jamais imaginaria.
- Pode na dizer o que?
- Ele bateu em meu rosto e disse palavras ofensivas. Naquele momento já deveriam haver vários boatos sobre mim. É mesmo eu querendo explicar ele me falou coisas, e disse que o havia traído. Até então eu não sabia que ele estava namorando.
- Responda só o que foi perguntado.
- Desculpe, mas a vítima está dando sequência aos fatos para que todos possam compreender seu ponto de vista. - o advogado da acusação falou.
- E quando ele se reaproximou. Confiou nele de imediato?
- Eu estava sozinha em casa quando ele apareceu dizendo estar arrependido. Disse a ele que não era uma boa hora. Mas ele insistiu e disse querer voltar a amizade que tínhamos antes. E me pareceu sincero. Pois ainda levou um presente. Ele me convenceu a sairmos pra tomar um lanche, pois ele disse perceber que eu estava triste. Questionei por ser final de ano, pois ele deveria estar com a namorada e co. A família. Mas ele disse que a namorada estava com os avós e que iria na semana seguinte estar junto deles.
- Continue. - meu advogado falou - Que presentes foi esse que mencionou?
- Era uma almofada em forma de coruja é um porta retrato. Mas esse era um tipo de cofre. Ele disse que era um presente de natal como prova de seu arrependimento e Depois que ele foi embora, eu abri o porta retrato e tinha uma carta escrita. Era um trecho de uma música que ele dizia ter escrito junto de outras pessoas. Aquilo me deixou emocionada. Era como se fosse uma declaração de amor.
- E foi aí que aconteceu o ato do qual o acusa? Mas foi você que abriu a porta, ele entrou com sua autorização.
- Sim, eu abri a porta. Mas não queria que ele ficasse. Eu amava o Harry e mesmo ele teso ido embora, eu p amava e naquele dia, véspera de ano novo, eu queria ficar sozinha.
- Amava o Harry. Já não ama mais?
- Com toda minha força, como se ele fosse o ar que eu respiro.
- Mas teve relações com outro.
- Não por vontade própria.
- Liam. O que. Tem a dizer sobre isso?
- Que as pessoas têm a mente muito criativa. Tudo que aconteceu foi com p consentimento dela.
- E que presente foi esse?
- Como já foi provado pela investigação... Não existe presente. Isso é invenção dela.
- Senhor Payne, de acordo com novas buscas, foi encontrado na casa onde a vítima foi encontrada, meses depois numa gaveta de fundo falso, essa carta que está como uma das provas encontradas no local. - o advogado da acusação falou, entregando ao juiz um envelope.
- De acordo com o que está aqui, vemos que tem relação com o que a vítima relatou. - o juiz falou.
- Senhor Payne, relembrando apenas que foi feito um juramento no início. Diga apenas a verdade.
- Eu realmente ajudei a escrever essa música, mas não sei como está com essa garota. Harry pode ter implantado lá depois de tudo que aconteceu.
- Yasmin, porque não falou dessa carta antes? - o advogado de defesa perguntou.
- Não me lembrei dela antes.
- Então digamos que teria tido tempo suficiente para implantar uma prova falsa.
- Só uma conclusão quanto a isso. - o advogado de acusação falou - Ninguém além dos profissionais da investigação tiveram acesso a casa. Nem mesmo o tio, ou Harry e até mesmo a vítima. É a carta foi analisada, não tem como dizer que não foi Liam que escreveu, pois tem as digitais dele na mesma.
- Yasmin, pode nos dizer quais foram as ameaças que recebeu?
- Além das agressões e de estar amarrada... Ele disse que ninguém acreditaria em mim se eu contasse. E ainda disse que mataria o Harry se eu abrisse a boca.
- Isso é mentira!
- Só fale quando for perguntado algo.
- Pode descrever como foi esse momento?
- Preciso mesmo? - eu não ia conseguir.
- Sim.
- A sensação era a pior que eu já vivi. Ser forçada a algo que eu não queria. Nojo, desespero...
- Peço que a vítima não precise falar mais senhor meritíssimo.
- E depois disso passou a evitar o acusado. mesmo sem o denunciar. Por que resolveu denunciar agora?
- Por que Harry me pediu em casamento. No meu conceito, casamento é um passo muito importante e precisa ter uma base sólida de confiança. Não poderia começar algo com esse passado. Harry merecia saber.
- Então só falou por causa disso?
- Sim.
- Então poderia ter feito sem envolver escândalos.
- Isso é o que muitos querem. Mas e se fosse uma filha sua? Sua esposa... Ficaria calado pra evitar escândalos?
- As perguntas são feitas para você. Não ao contrário.
Aquilo estava me deixando mais tensa. Mais nervosa mais tudo. E não nos deixaram sair dali.
Foram chamados mais algumas pessoas para depor. Uma delas me chamou a atenção e até Harry ficou surpreso. Mas eu não sabia quem era até ele começar a falar.
Era o motorista do táxi que levava Harry até onde eu ficava. Ele contou que Harry pediu segredo é discrição todas as vezes que usava seus serviços. Mas que Liam o procurou e ofereceu dinheiro, muito dinheiro para o levar onde havia deixado Harry nas últimas semanas. Por estar com problemas financeiros, acabou aceitando.
Ele ainda olhou na minha direção e disse um "me desculpe".
Naquele início de tarde, ainda faltava algumas pessoas a falar o que não demorou. Os pais do Liam, Ben Wiston, e mais algumas pessoas e então o advogado de defesa entregou um envelope ao juiz, dizendo que era importante para o caso.
E foi anunciado uma última testemunha.
- Doutora Kisley, psicóloga que ajudou na recuperação emocional da vítima.
E então ela contou como foi coagida a tentar me fazer retirar a queixa.

...

- Acho que os jurados estão ao nosso favor. - Kaleb falou animado.
- Pensei que não iam autorizar a Doutora Kisley a depor.
- Se eles aceitaram um envelope secreto, por que não deixariam ela depor.
- Ainda acho que ele vai se livrar da condenação.
- Não é possível. Todos falaram do comportamento dele. É sempre foi violento com a Yasmin.
- Sempre depois que a reencontrou. Ele vai se safar dessa. Aquele envelope tem alguma
Coisa que o vai se livrar da pena merecida.
- Se pelo menos ele ficar longe de nós. Nos deixar em paz. - eu falei baixo.
- No mínimo uma ordem de distância mínima o juiz tem que expedir.
- Ele pode autorizar isso?
- Pode. É isso já seria algo ao seu favor.

***

O capitulo foi todo digitado pelo celular, e pode conter erros, mas prometo que mais tardar amanhã faço uma breve correção.
Bjs a todas #SanStyles

Like a VirginOnde histórias criam vida. Descubra agora