Capítulo 3

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POV Camila

Desde que Keaton falou algo com relação a romance secreto eu não consegui focar cem por cento num assunto na mesa.

Na hora de irmos embora, Lauren voltou comigo por que eu quase mandei ela entrar no carro.

Keaton saiu do bar furioso. E eu ainda não entendi sobre o ''romance secreto '' de Lauren. Sera que ela gostava de alguém?

- Me explica – pedi pela segunda vez

Ela me olhou, diria até que assustada.

- Esqueça. Você o conhece. Sabe que ele é louco ás vezes – ela forçou um sorriso.

- Desde quando? – perguntei jogando verde

- Desde quando o que? – ela rebateu

- Que você gosta de alguém do grupo? – Perguntei.

- Não gosto de ninguém! Agora chega disso. – ela quase gritou e saiu do carro batendo a porta e logo em seguida entrando na casa.

Respirei fundo e parti em direção a minha casa. Queria acertar tudo com minha mãe, sobre a viagem.

Estacionei e antes de entrar desejei aquele suco de açaí com laranja que tomei no bar. Parece estranho mas era bom.

Assim que sai do carro minha mãe estava na porta de casa.

- Nossa mãe. Tudo bem? -perguntei olhando para seu rosto que estava ligeiramente pálido.

- Sim. Só queria falar o quanto te amo minha filha- ela chorou e me abraçou forte.

Eu sorri. Minha mãe era muito sentimental ás vezes.

- Eu também amo a senhora mamãe – disse entrando em casa com ela ainda me abraçando

- Você cresceu – ela se recompôs e sorriu

- Ainda sou a mesma. Mas agora irei me mudar – sorri

- Sim. No final do ano de 2013 eu me mudo pra lá também – ela sorriu satisfeita

- Feito. – sorri

- Agora vá tomar banho. Amanhã temos que arrumar suas coisas. O tempo passa rápido – ela sorriu e subiu as escadas.

Subi para meu quarto e foi o tempo de eu me trocar e cair na cama para apagar completamente.

Na manhã seguinte eu e minha mãe fomos a alguns shoppings para comprar roupas .

-Isso esta um absurdo – reclamei

- Esta mesmo – minha mãe olhava os preços.

- Vamos ao centro. Lá com cinqüenta reais compramos roupas e até um sapato – eu ri satisfeita

Voltamos para o carro e aquele trânsito me matava. Fora que eu sempre entrava em pânico e me perdia.

- Camila, calma. – minha mãe me olhou do banco do passageiro – respira e refaça o caminho em sua mente – ela me olhou

Estacionei, fechei meus olhos e tracei o caminho todo. Devagar e com calma.

- Posso seguir em frente e virar a esquerda- sorri orgulhosa para minha mãe

- Muito bem. Nervosismo não adianta em nada. Pare e pense – ela piscou pra mim

Segui para o centro. Vocês devem estar se perguntando o motivo de eu sempre entrar em pânico em situações que ao meu ver me deixam sem saída. Uma vez eu estava na piscina com um primo meu. Ambos tínhamos a mesma idade, 8 anos. Nadamos até o meio da enorme piscina, ele perdeu o fôlego e se segurou em mim. Fiquei desesperada ao ver que ele não tomaria a calma e o fôlego novamente e o soltei.

Eu estava agarrada a uma bóia e era só ceder um pouco de espaço que ele ficaria bem.

Mas o meu desespero fez com que ele morresse e eu desmaiasse logo em seguida dentro da água. Acordei mais tarde no hospital e com a notícia de que Murilo teria falecido.

Passei anos em psicólogos e todos diziam sempre a mesma coisa. Cansei de escutar coisas do tipo: Você tem que olhar ao redor, ter calma, focar nas coisas e só assim tomar uma decisão.

Anos assim... um dia eu aprenderia que olhar ao redor e ter calma me seria útil algum dia.


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