Nossa História

Capítulo 4

POV Lauren


Camila me deixava louca. Ela me irritava, tomava meu suco, usava minhas coisas, e mesmo assim ela conseguia ser incrivelmente... Ela.

- Ok. Respira – me olhei no espelho pela décima vez.

Eu estava horrível e pra variar ainda mais o resto da noite minha mãe entrou no quarto com um monte de pasta.

- Lauren, vi umas casas em Santa Maria. –ela me olhou – e a propósito... Parabéns – ela voltou à atenção para as pastas – tem essa casa perto da faculdade que Keaton poderia ir junto – ela disse eufórica.

- Mãe, nós terminamos. Eu não vou morar sozinha e sim... Vou morar com o pessoal – disse

- Você não vai morar na mesma casa que Camila – ela já estava brava

- Vou sim. E relaxe... Ela não sabe que gosto dela – disse com melancolia na voz eu diria.

- Não quero filha lésbica. E trate de dar um jeito nessa cara, você esta horrível.

Ela saiu batendo a porta.
Deitei-me na cama e apaguei de sono.
Minha mãe sempre desconfiou sobre meu interesse por garotas. Porém nunca falou nada. Eu nunca fiquei com mulher nenhuma, e a única que eu queria de verdade era Camila.
Na manhã seguinte tomei um banho e fui fazer minha caminhada. Como era de costume.
Não falei com ninguém até a noite cair. Dinah me ligou eram 21:00 horas dizendo que estava indo me pegar, pois teria festa na casa de algum primo dela. Adorava quando ela me avisava em cima da hora.
Tomei banho e me arrumei em quarenta minutos. 

21h41min ela estava buzinando feita louca na frente da minha casa.

Meus pais estavam em algum lugar e por isso só deixei um bilhete em cima da mesa.

- Nossa, que demora – ela falou e eu já fui entrando.

- Você que me avisa em cima da hora – bufei – que festa é essa? -perguntei colocando o cinto

- Meu primo resolveu comemorar nossa ida para faculdade – ela riu

- Que legal da parte dele – sorri

- É. Ele é uma graça e é doido pra ficar com você – ela riu alto

- Nem pensar – disse já prevendo o que ia acontecer

Dinah seguiu o caminho todo tagarelando besteiras, o que me fazia rir e muito.

Assim que chegamos à rua estava cheia de carros. Logo avistei o carro riscado nas laterais e faltando uma lanterna de Camila. O Jeep prata com um coração pequeno na traseira.

- Vamos lá – Dinah saiu do carro em 1 segundo e meio. Tenho medo dela.

Entramos e aquela casa parecia que ia cair de tanta gente indo de um lado para o outro e dançando no meio da sala.

- Nossa! – Olhei aquilo e realmente não acreditava

- Eu sei – Dinah riu e me puxou pela mão

Fomos até a cozinha e lá estavam eles. Drew, Camz, Mani e Ally... Sem esquecer o primo de Dinah.

- Olha só quem chegou – O menino logo veio nos abraçando

- Oi – sorri sem jeito

- Você esta cada vez mais linda... – ele olhou para Camz- como você a chama mesmo Camila? – Ele perguntou

Ela engasgou com o Yogurt que tomava... Pois é... Eu sei.

- Lo... Lolo – Ela falou me olhando
Ele sorriu

- Você esta cada vez mais linda, Lolo - Ele riu e me apertou mais

Claro que me soltei dele. Peguei o copo das mãos de Camila que me olho sem entender.

- Desculpa Frederico, mas só quem pode me chamar assim... É a Camila – sorri e bebi o Danone dela.

Ela riu e eu lhe entreguei o copo, saí daquela cozinha que já estava pequena demais para todo mundo.

- Você tem que parar de sumir – era Alexa

- Nossa quanto tempo – ri e a abracei

- Fiquei sabendo que passou numa Federal, meus parabéns – ela sorriu

- Nem me fale. Um sonho – sorri

- Já fui a Santa Maria. É agitado lá viu – ela riu

- Espero mesmo, me mudo em algumas semanas já. E vou começar com a correria, pode parecer cedo, mas quanto antes melhor. De Setembro a Janeiro o tempo voa. –Sorri

- Você vai se mudar meses antes. Tem tempo de curtir tudo antes de começar a faculdade – ela olhava para o copo

- Pois é – sorri – vou ao banheiro Ale, nos falamos daqui a pouco – sorri e me afastei

Sabe por que nunca gostei de bebidas alcoólicas? Elas te deixam impotentes. Fazem você perder a noção de tudo.

Você perde a noção de espaço. A noção de tempo. A noção do que é real ou ilusão.
Com a bebida... Andar ou pensar se torna realmente... Impossível.