Capitulo 23 - Tempestade

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Carter me encara assustado e nossos olhos se encontram, nas mãos atrás das costas estou escondendo o lápis, mas, não há motivos para que eu faça isso, não sou nenhuma criança e Carter me deve uma explicação, porque alguém guardaria um lápis triturado?

—Carter o que é isso? — ele retesa os ombros e seu olhar congela—É o lápis que eu mordi na minha entrevista...

—Observadora você- dá de ombros e pega da minha mão- Eu esqueci de jogar- encara o lápis.

—Esqueceu de jogar? — solto uma risada — que você é esquecido eu sei... Mas, se esquecer de jogar um lápis há cinco anos?

—Tá Lauren — ele ri— eu não consigo esquecer-se da cena... Eu tinha que guardar... Como você estava engraçada... E vai que eu precisasse de algo para tirar sarro de você?

—Eu vou comer que eu ganho mais! — reviro os olhos e saio... Prefiro não dar margem para o que ele diz.

Durante o jantar eu e ele não trocamos nem uma palavra sequer... Esses altos e baixos estão me deixando transtornada a cada milésimo que passa. Tento ter uma refeição tranquila, mas, quando ele abre a boca é para me perguntar:

—Porque ao invés do pato você não fez uma lasanha dessa? Tenho certeza que o gigante loiro estava casado com você, sem contar que é só tirar da caixa, colocar no micro-ondas e pronto! — ele beija as pontas dos dedos— É divina! — levanto e coloco meu prato na pia sem responder o comentário dele.

Depois do jantar ele ainda tenta ligar o notebook e colocar no site do qual o vaso ridículo que ele quer de uma cor que me remete a tudo menos a algo bonito, dou de ombros e nem dou muita graça para o que ele diz. Vou até o quarto, coloco meu pijama e vou em direção a janela, o tempo está se formando e entre os prédios, as nuvens opacas que se mostram presentes arrepiam meu corpo.

—Vai dormir já? — ele aparece no quarto e eu apenhas assinto deitando na cama de hóspedes.

—Estou sem vontade de aguentar as suas bipolaridades. — ele passa a mão no cabelo nervoso e apenas assente... Ainda está de peitoral nu, faço força para não levantar dali e grudar em seu corpo. Ele sai apressadamente e eu apago o abajur.

O cansaço me domina e o sono não demora a me levar.

Um barulho alto me faz acordar em um súbito, olho pela janela e ruídos mostram a tempestade, um clarão e o barulho que o acompanha me faz pegar meu travesseiro e correr para o quarto de Carter.

—Carter — eu balanço seu corpo de maneira bruta.

—Não mãe, hoje eu não quero ir pra escola...

—Carter! — eu o empurro mais forte.

—Eu também sinto falta da Lauren, mas, me deixa dormir — aquilo faz com que eu pare, mas o barulho estremece o prédio, céus como ele não acorda?

—Acorda Carter— eu grito e ele acorda em súbito assustado.

—O que aconteceu Lauren?

—Carter me deixa dormir com você? — ele ri.

—Quantos anos você tem? — bato nele com o travesseiro, outro barulho e eu me jogo no sofá ao lado da sua cama.

—Eu tenho medo... — tapo os ouvidos feito uma criança acuada.

—O bipolar aqui não quer atrapalhar a madame... — volta a deitar e eu agarro meu travesseiro.

—Carter! Por favor. — ele para e se vira.

Querido ChefeOnde histórias criam vida. Descubra agora