Capítulo 2 - Um Convite Inesperado

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Acho que estava ficando maluca. Não acredito que queria voltar ao meu erro, isso não podia estar acontecendo...
Estava realmente tentando manter a sanidade e me repreendia cada vez que tinha algum pensamento romântico a respeito de Nathaniel. Até que as vezes não era difícil dizer pra mim mesma "pare de viajar, isso nunca vai acontecer, não seja burra Olívia!" digamos que em 70% das vezes funcionava mesmo. Mas era impossível não pensar. Quando ele vinha todo sorridente me dar bom dia ou implicar comigo... (droga! Estou fazendo de novo!)
Depois de muito discutir comigo mesma (sim eu discuto comigo mesma, vocês devem fazer isso também. Então não me julguem) eu ficava cada vez mais craque em controlar aquele sentimento que tentava acordar de qualquer jeito.
Um dia quando estava enrolando pra ir embora com meus amigos, vi ele passando, correspondendo meu olhar ele sorriu e veio até mim
- Boa tarde sumido - provoquei, pois havia muito tempo que não o via na escola.
- boa tarde Olívia, boa tarde pessoas - disse dirigindo - se aos meus amigos - Liv você já está liberada né?
- já, mas já estou indo pra casa mamãe Nath. - revirei os olhos. Não gostava que ele ficasse controlando meus horários. Não que ele contasse pros meus pais que muitas vezes eu enrolava pra ir pra casa, mas não preciso de babá.
- não não garota, eu quero pedir justamente pra você não ir agora.
Fiquei confusa. Nathaniel pedindo pra eu esperar?
- eu só tenho mais aula de física e vai ser um teste, vou terminar rápido. Me espera pra irmos embora juntos? - disse com aquele sorriso. Difícil de resistir.
- você me pedindo pra te esperar? Fez alguma besteira e quer minha ajuda pra limpar a barra?
- não Olívia! - respondeu rindo - só tô pedindo pra me esperar, dá pra ser? E outra, a tia Helga vai até ficar feliz em irmos embora juntos...
- tá eu espero -interrompi quando vi seu sorriso malicioso ao falar da minha mãe - vai lá fazer logo esse teste e não demora se não eu vou embora sem você!
Ele começou a rir, mas foi se dirigindo a sala de aula.
- se você for eu conto! - disse já longe
- vai a merda seu mala! - respondi irritada. O que fez ele rir ainda mais.
Meus amigos já tinham ido embora com exceção de minha melhor amiga Talita.
- liv, ele tá estranho hoje...
- Ele quem?
- não se faz de boba, lógico que estou falando do Nathaniel. Desde quando ele pede pra você esperar ele.
- bem, não é nenhum crime, mas realmente é esquisito. Nos vemos todos os dias, não somos unha e carne nem nada do tipo. Mas ainda sim...
- Olívia sua tonta! Não estou falando sobre ele pedir pra você esperar ele. Quero dizer, o jeito que ele pediu. Todo mole, só faltou falar "porfavorzinho" - disse dando ênfase em porfavorzinho, juntando as mãos como se estivesse implorando e piscando os olhos freneticamente. O que nos fez rir de doer a barriga.
Quando Nathaniel apareceu ainda estávamos rindo.
- então meninas qual é a piada?
- estávamos achando graça do que a Olívia ia fazer com você se demorasse mais um pouco. - disse Talita pra mim com um olhar malicioso. A repreendi com um olhar bravo.
- enfim, rapidinho né? - me virei pra ele acusadora.
- calma prenderam a gente lá. Mas acabar, eu já acabei o teste tem um tempinho.
- foi mal então. Vamos correr porque daqui a pouco minha mãe liga.
- vou indo então Liv. Até amanhã amiga - veio Talita me dando um abraço. - até Nathaniel.
- até mais Talita. - respondeu
- em casa te mando uma mensagem amiga. Beijinhos.
Talita me jogou um beijo e riu olhando furtivamente pra ele. (Que coisa! Insistente) Olhei pra cima e vi que Nathaniel ria também.
- sua amiga é engraçada - comentou
Engraçada não é exatamente a palavra que eu usaria, pensei.
- vamos ou tá difícil? - disse impaciente.
- vamos sim sua chata. Você tem dinheiro?
- dinheiro pra quê?
- tem ou não tem?
- tenho, 5 reais, e daí?
- excelente, vamos tomar sorvete. - disse como se estivesse encerrando o assunto.
- ah ótimo. Só me diz uma coisa - disse sarcasticamente - qual a parte do EU TENHO QUE IR PRA CASA. Você não entendeu?
- relaxa, você está comigo. O dia está quente e eu quero que você tome sorvete comigo.
Assim que ele disse isso, meu telefone tocou. Olhei no visor e MÃE estava escrito. Pronto. Atendi
- Oi mãe.
- Oi filha. Já saiu da escola?
- Estou saindo agora. Posso ir tomar sorvete?
- Vem pra casa Olívia - disse já alterando a voz.
- mãe eu... Hey! - Nathaniel pegou o celular da minha mão. - devolve! - Ele levou o indicador aos lábios indicando que eu ficasse quieta e ligou o viva voz. Cruzei os braços e olhei feio.
- Oi tia Helga! É o Nathaniel.
- Oi Nathaniel! - disse minha mãe com a voz mais doce do mundo. Imaginei ela abrindo um sorriso em casa.
- sabe tia, tá muito quente. Aí eu chamei a Liv pra tomar sorvete comigo. Você não se importa né?
- Há. Ele não ouviu que ela tinha acabado de quase começar uma briga por isso e me mandou ir pra casa. - pensei, até que...
- claro querido. Só não venham muito tarde e leva ela em casa. - ela disse sem hesitar. Fiquei de boca aberta.
- pode deixar tia, até mais.
- até meu filho. A olívia ainda quer falar comigo?
Ele me olhou como que perguntando. Balancei a cabeça negativamente.
- não, ela já entendeu. Tchau.
- tchau. - Ele desligou e me devolveu o celular.
I-NA-CRE-DI-TÁ-VEL. Como minha mãe podia se dobrar tão fácil pra ele?! Aquela traíra! Mais na cara que ela simplesmente Confiava nele mais que tudo impossível. Se eu dissesse que ia pra Faixa de Gaza mas dissesse que iria com ele, ela deixaria de boa.
- fecha a boca, se não entra mosca. - ironizou
- não enche! Por que minha mãe faz tudo que você quer?
- porque eu sou incrível.
Dei um soco no braço dele. E rimos juntos. Talvez não seja tão ruim. Pensei.
- vá sonhando. - sorri debochadamente.


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