Capítulo 3 - A Confusão Está Armada

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Ele me levou a uma sorveteira nova no centro, não muito longe da escola. Era um lugar muito diferente, todo decorado com coisas bonitinhas e um padrão diferentes de ao mesmo tempo cores claras como azul e lilás e cores vibrantes como rosa e vermelho.
Comprei meus sabores favoritos morango e flocos já Nathaniel chocolate e menta. Já ia puxando uma mesa quando ele me interrompeu.
- aqui não. Esta um dia bonito, vamos até a praça.
- mas aqui é fresquinho. Tá quente, o sorvete vai derreter mais rápido.
- aí está a graça do verão.
- estamos na primavera - revirei os olhos.
- mas está 38 graus lá fora. Abre a boca.
Antes que eu pudesse contestar ele colocou uma colherada do seu sorvete em minha boca. E descobri que chocolate e menta não era uma combinação tão ruim assim. Cedi e fomos pra praça, pois naquele dia estava difícil contrária - lo
Apesar da agitação do centro, estava agradável por lá. Sentamos num banco e tomamos o sorvete, as vezes eu dava um pouco do meu sorvete pra ele e ele fazia o mesmo. Conversamos mais sobre as coisas. Como estava indo o último ano pra nós dois. Fazíamos piadas sem sentido e ríamos bastante. O sorvete acabou, mas o papo não. E estava era um momento tão gostoso que eu não queria que acabasse, pois ambos estávamos com muitas coisas pra resolver, era outubro e logo logo as preparações para a formatura começariam, assim como os vestibulares. Estava tudo uma loucura só, mas deixei pra lá e deitei a cabeça no ombro de Nath, fechei os olhos e suspirei, ele passou o braço em volta de mim. Ficamos um tempo, não sei quanto, daquela forma: quietos apenas aproveitando a companhia um do outro. Até que ouvi sua risada, me libertando dos meus devaneios.
- sabe o que é engraçado Olívia?
Que alguns anos atrás eu estaria radiante com simples fato de estar desse jeito com você e que provavelmente estaria planejando nosso casamento deitada no seu ombro? - pensei e ri
- não Nath, o que?
Ele se aproximou e cochichou em meu ouvido fazendo cócegas
- as pessoas estão olhando e achando que somos namorados.
Chiei , quanta bobagem. As pessoas vêem maldade em tudo hoje em dia. Mas olhei de novo e realmente as pessoas estavam nos olhando de relance, entretanto, não eram olhares reprovadores como eu costumava ver quando estava com meu ex namorado em público. Eram olhares encantados e amáveis como quem dizem "que casal bonito". Ri mais uma vez.
- a gente podia brincar com elas. - sugeriu Nathaniel.
- há, adoro brincadeiras. - concordei e ele pareceu surpreso.
- não vai se arrepender hein? - piscou.
- por que eu me arrependeria disso?
- então tá. - Ele aproximou o seu rosto do meu, nossos lábios a centímetros - só por hoje você é minha namorada.
Namorada por um dia, isso era mesmo engraçado, sorri com a brincadeira esperando que ele deixasse meu cabelo e ficasse numa posição em que parecesse que estivéssemos nos beijando, mas o que veio a seguir foi totalmente inesperado. Ele não fez nada daquilo que eu imaginava. Me deu um selinho, olhei pra ele confusa e assustada, enquanto ele me olhava sério. Pôs a mão em minha nuca, me puxou pra perto e quando eu menos esperava estávamos novamente com os lábios colados um no outro e ele me beijou DE VERDADE. Acho que minha mente teve um apagão por que eu não consegui raciocinar aquilo direito. Ele tinha os lábios macios e beijava tão bem quanto eu já havia imaginado, entorpecida pelo momento corri as mãos pelo seu cabelo. Minhas mãos tremiam e ele podia sentir, tanto que pegou - as nas suas e interrompeu o beijo.
- você é tão linda Liv - disse passando o polegar por meus lábios - sua boca é vermelhinha - me deu outro selinho.
Não sabia o que dizer, só queria beija - lo novamente. Mas me contive, era uma covarde, jamais tomaria a iniciativa no estado em que me encontrava de confusão.
- quer ir pra casa? - Ele me perguntou
- querer não quero, mas acho que precisamos.
Ele pegou minha mão e nos levantamos em direção ao ponto de ônibus. Acho que perdemos uns três ou quatro, não conseguíamos desgrudar um do outro. Até que embarcamos e sentamos na última fileira.
Eu estava sem ar, o rosto quente e a cabeça girando. Tanto que as vezes ele soltava frases que eu não prestava muita atenção. A viagem demorava um pouco, estudávamos longe. O que era mais que perfeito pra mim. Mas tudo que é bom dura pouco e nosso ponto chegou. Descemos do ônibus ainda sem trocar muitas palavras (não que eu não quisesse conversar como se nada tivesse acontecido e estivesse tudo normal, mas eu simplesmente não conseguia. Estava ainda em estado de choque.) ele me levou em casa.
- bem... Tá entregue.
- o que aconteceu hoje...
- hey - me interrompeu - relaxa, é nosso segredo. Só por hoje. Não fica pensando nisso.
- Como se eu fosse postar no Facebook daqui a pouco- disse rindo e revirei os olhos como se realmente não fosse nada de mais.
- ah esse seu sarcasmo... Me esqueci dele por um tempo.
- até amanhã Nath.
Ele me puxou novamente para si me dando um último e demorado beijo.
- até amanhã Liv.
Observei - o ir e esperei me acalmar para entrar em casa. Quando fiz isso entrei com a melhor expressão normal de todos os dias que consegui.
- mãe, cheguei! - falei tirando os sapatos. Um costume meu.
- Oi filha, como foi com o Nathaniel?
- normal, o chato de sempre. Só que com sorvete gostoso. - menti
- ah sim. - disse ela visivelmente desanimada.
- vou tomar banho - disse dando um beijo em sua bochecha.
Tomei banho, e como debaixo d'agua é um dos lugares em que paramos para refletir na vida, universo e tudo mais. Demorei um pouco mais do que o usual. A água ardia em minha pele, minha temperatura favorita, era excelente pra pensar. Minha mente fervilhava de emoções e sentimentos, repassei várias vezes o dia em minha cabeça. Era tão estranho, justamente quando começo a voltar a ter sentimentos por ele e tentar expulsa - los, isso acontece. Sai do banho e me enrolei numa toalha fofinha, vesti o meu pijama favorito. Fui até a cozinha e comi uma fruta, tudo isso havia tirado meu apetite. Escovei os dentes e fui deitar. Imagine um escritório em chamas, acho que meu cérebro devia estar num caos exatamente como esse. Mas agora era oficial, eu estava novamente gostando do Nathaniel


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