Capítulo Nove

119 7 0
                                    

Um racadinho rápido : abram a imagem se quiserem ter uma idéia melhor de como a Luciana é segundo a minha imaginação.

- Cafajeste! - ela foi em direção ao quarto mas parou quando ouviu um barulho lá fora.
Tem alguém aqui. O pânico a invadiu por completo. Alguns segundos depois ela ouviu a porta da cozinha se abrindo. Ela estava desorientada, tonta - se era da bebida ou de medo, ela não sabia. Passou a mão em um vaso que ficava na estante ao pé da escada e se preparou.
Se for um bandido , provavelmente vou morrer. Mas ele não vai sair ileso! Mas e se...
- Luce! - Scott gritou entrando na sala escura - Ohh! - ele olhou para suas mãos prontas para arremessarem o vaso - O que você está fazendo com esse vaso na mão? - olhou para seu rosto e levantou as mãos para cima calmamente - Por que não põe isso no lugar, Luce?
- Achei que era outra pessoa - ela abaixou as mãos, mas ainda segurando o vaso.
- Luce, o que você viu...
- Você sendo você? Um canalha que trai a namorada, diz para a outra que gosta dela e pega a primeira vagabunda que aparece na sua frente?
- Luce , não foi o que você está pensando.
- Ah! Então eu não enxerguei direito quando vi você enfiando essa sua língua na boca daquela garota?! Está dizendo que sou cega?
- Você também não tem direito nenhum de falar nada! PAGA DE MORALISTA , MAS NÃO PENSOU DUAS VEZES ANTES DE DEIXAR O HARRY ENFIAR A LÍNGUA DELE NA SUA BOCA!!!
- O QUE EU FAÇO OU NÃO , NÃO TE DIZ RESPEITO! SOU UMA MULHER DESEMPEDIDA, FAÇO O QUE EU QUISER! E SABE O QUE MAIS? DEIXARIA DE NOVO, COM PRAZER, ELE FAZER MUITO MAIS QUE ISSO!
- Eu não acredito que você está me dizendo isso!
- Por que? Só você poder fazer esse tipo de coisa?
- Você é mulher tem que se dar ao respeito!
- E ainda por cima é machista! Me fazer um favor , Scott, cala essa sua boca!
- Não sou machista , sou realista. O que as pessoas vão pensar se te ouvirem falando essas coisas? - ele gritou - VÃO TE CHAMAR DE VAGABUNDA!!
- É ISSO QUE VOCÊ PENSA QUE EU SOU?? UMA VAGABUNDA ?
- Não foi isso que eu disse, eu falei que se ouvirem vo...
- Vai para o inferno , Scott! !- ela jogou o vaso nele, que desviou , fazendo com que o vaso batesse na parede e partisse em milhares de pedaços.
- VOCÊ FICOU MALUCA , FOI? PODIA TER ME ACERTADO!!! - gritou!
- MALUCA EU FIQUEI QUANDO COMECEI A GOSTAR DE VOCÊ! - ela pegou um livro e arremessou nele.
- O que você disse?
- EU DISSE QUE EU FUI UMA MALUCA QUANDO COMECEI A GOSTAR DE VOCÊ! EU GOSTO DE VOCÊ, PORRA! E VOCÊ NÃO PRESTA!
- Luce...
Ela tentou ir para as escadas , que estavam logo atrás dela, mas no meio do caminho sentiu que o chão não estava mais em baixo de seus pés. Desorientada , se apoiou na parede para se equilibrar.
- Luce ! - ele se aproximou dela e pôs a mão em seu ombro - Você não está bem. Você está bêbada! - disse quando sentiu o cheiro de álcool que vinha de sua boca.
- Sai! - ela foi para o outro lado da sala, tentando se desvencilhar de sua mão.
Ela acabou tropeçando na ponta do tapete e enquanto ia em direção ao chão tentou amortecer a queda colocando a mão em frente ao corpo para apoiar-se.
- Ai!
- Luce - Scott correu em sua direção .
- Eu estou bem - disse enquanto tentava se levantar - Ai...
- Você está sangrando - pegando a mão em que ela tinha se cortado com um dos cacos do vaso que jogara em Scott - É melhor fazer um curativo nesse corte.
- Pega minha bolsa preta, em cima do criado mudo do meu quarto. Tem um kit de socorro nela. Anda logo Scott!
- Já volto .
Ele voou pela escada , entrou no quarto e foi até o criado para pegar a bolsa.
- Onde está? Não está onde ela falou! Ah! Esta ali - pegou e desceu correndo.
Quando chegou na sala, ajudou Luce a levantar-se e ir até a cozinhar. Onde a encostou na pia , pegando sua mão e abrindo a torneira.
- Isso arde!
- Deixa de frescura Luce. Eu preciso lavar antes de fazer o curativo, ou você quer que isso inflame?
- Não. Pode continuar .
- Eu não sou nenhum profissional nem nada, mas acho que não vai precisar dar ponto - disse enquanto segurava sua mão - Se você mantiver o curativo limpo vai melhorar logo. Só vai precisar passar um anti-inflamatório.
Ele pegou a bolsa e tirou um spray de remédio lá de dentro. Espirrou na mão de Luce e depois infaixou com cuidado. O corte tinha uns quatro centímetros na palma de sua mão, mas não era um corte profundo, apenas superficial.
- Pronto.
- Obrigada.
- De nada. Agora se eu fosse você , tomava um banho gelado para ver se essa ressaca passa.
- Eu não estou bêbada. Só um pouco tonta - fez um biquinho de menina contrariada.
- Você está bêbada sim, Luce. Até jogou um jarro na minha cabeça!
Ela olhou para ele com ar de arrependida.
- Desculpe.
- Tudo bem, eu mereci aquilo.
- É, com certeza você mereceu aquilo por ter sido um idiota.
- Você não consegue ficar cinco minutos sem me chamar de idiota?
- Eu não tenho culpa se você é um.
- É, mas não precisa me lembrar toda hora. Agora vem - passou o braço dela por seu ombro e começou a andar.
- Eu consigo ir sozinha.
- Aham. Daí cai da escada e quebra o pescoço e eu ainda vou ser processado por tentativa de homicídio.
- Mas se isso acontecer, eu vou ter caído sozinha. Não tem porquê te processarem.
- Será a minha palavra contra a deles. E minhas digitais estão no seu corpo, além do fato de você estar cortada e a sala cheia de cacos de vidro.
- Realmente, as evidências estarão contra você - chegaram na porta do quarto de Luce.
- Hum - ele abriu a porta e entrou com ela - agora dorme , Luce. De manhã você já vai estar melhor. Se acordar passando mal me chama, sei de uma receita infalível para curar ressaca.
Ele deu um beijo em sua testa e saiu fechando a porta. Luce estava zonza quando deitou em sua cama. Não demorou a dormir.
Algumas horas depois ela acordou enjoada e correu para o banheiro. Vomitou. Vomitou e vomitou de novo. Maldita seja aquela tequila que eu bebi! Senhor , eu preciso para de beber tanto assim. Ela abriu o chuveiro, tirou a roupa e entrou debaixo da água gelada.
- Ahh tá frio! Tá frio! - ela deu um gritinho.
Depois de alguns segundos a porta do banheiro se abriu abruptamente.
- Luce! Eu escutei um grito!! Você está bem?
- Scott! - ela tentou se cobrir com as mãos sem muito sucesso.
Ele percebeu o que estava acontecendo e colocou a mão sobre os olhos.
- Me desculpa! Eu pensei que você estava passando mal!
- Mas eu estava, por isso entrei na água!
- Entendi - ele a observou por entre os dedos.
- Scott! - ela jogou água nele.
- O quê?
- Sai daqui!
- Ah , ok. Desculpa - virou e saiu do banheiro, mas não antes de olha-la mais uma vez.
Luce desligou o chuveiro , quando foi pegar a toalha lembrou que quando correu para o banheiro não tinha pegado nada.
- Merda!
Ela se enxugou com a toalha de mão , e jogou-a no cesto de roupa suja. O vestido que estava usando antes também estava todo sujo , assim como o banheiro. Da próxima vez tenho que me lembrar de tentar não sujar minha roupa! Ela foi até a porta, abriu um pouco olhou para fora.
- Scott?
- Que foi? - ele gritou do quarto.
- Faz um favor?
- Qual? - ele saiu na porta do quarto.
- Pega uma toalha para mim?
Ele foi até o quarto de Luce.
- A vermelha ou a rosa? - ele perguntou.
- A rosa, a vermelha é de cabelo.
- Tem isso ainda? - ele disse quando chegou na porta do banheiro.
- Tem.
Ela pegou a toalha que ele estendia e encostou a porta. Se enrolou nela e saiu. Scott estava esperando do lado de fora.
- Você está melhor?
- Acho que sim.
- Obrigada por me assustar assim às 3:40 da madrugada. Nem me deixou dormir.
- Por nada, quando precisar estou as ordens.
Scott virou-se e foi para o quarto dando risada. Luce também entrou no dela. Mas parou assim que a porta se fechou. Ah quer saber? Foda-se!!
Ela abrir a porta e foi andando até o quarto de Scott, pensou em bater na porta, mas decidiu entrar assim mesmo. Estava escuro lá dentro. Ela fechou a porta devagar.
- Luce? - ele estava deitado, de costas, levantou a cabeça e olhou para ela - O que você está fazendo aqui?
Ela andou até a beira da cama e parou. Deixou a toalha cair , subiu na cama e passou as pernas por cima de Scott.
- Luce...
─ Pshh.. Não fale. Só me abrace e segure com muita força.

Fugitivos da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora