Ao Fim de um Começo (Romance Gay)

Monólogo

Tudo tem um começo e um fim. Eu cresci escutando isso e eu vivi pensando nas coisas que tinha início e um fim. Um copo de suco, um filme, um livro, uma novela, relacionamentos etc. Mas o que me irritava, realmente era um fator que eu não contava que pudesse acontecer na minha vida. Que até hoje não teve um fim. Amor.

Aí você me pergunta - como assim, você se apaixonou?

E eu respondo um maldito

"sim".

Aí depois vem a segunda pergunta:

"Isso é ruim"?

Na minha posição digamos que esse fator é inverso para o padrão de uma sociedade que vivo. Se apaixonar não é como na infância que você tem aquela amiguinha que sempre está com você e lhe manda cartas com corações que parecem mais maçãs ou um beijo estalado na bochecha; se apaixonar é um crime contra o seu raciocínio.

"Como assim"? - Você me pergunta.

- Tudo que você pensava antes, vira poeira ao olhar essa pessoa. Seus pensamentos antes eram como você seria com ele e agora depois dessa bebida agridoce chamada "paixão", faz você pensar como seria você com esse alguém, seu coração para, seu corpo fica frio e sua alma entorpece ao se embriagar com esse doce sentimento. Sem dizer que você ao ver essa pessoa seu coração falta pular da sua caixa torácica e fazer sapateados, mas nada supera o que vem depois, "a grande verdade" embasada com uns dos maiores clichês que a vida possa dar.

– Essa pessoa nem imagina que você existe.

Ou pelo menos eu acho.

Por isso me questiono cadê o fim disso?

Tudo tem um fim.

Sempre me falaram isso então cadê aquele maldito "The End" Que sempre aparece nos filmes? Eu imploro que apareça, pois não irei mais aguentar vê-lo dedilhar mais uma guitarra, ou teclado. Não vou mais aguentar ver aqueles cabelos negros que invadem seu rosto quando a brisa passa, ou até mesmo quando ele toca seu violoncelo.

Aí você me faz mais uma pergunta, a mais pertinente de todas.

"Ele?"

E eu lhe respondo:

"Sim, Ele um maldito Ele", é desse fator que eu não contava. Um fator que mexeu com minha vida desde que eu o vi. Pois é, ele é meu fator. Minha incógnita. De todas as coisas que podiam acontecer comigo, eu tinha que me apaixonar por um cara. Ou melhor, por "Ele".

Orfeu.

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