A maioria dos homens vive uma existência de tranquilo desespero.
Henry David Thoreau
Joguei-me na cama assim que cheguei em casa, meus pés doíam tanto por causa daquela estúpida corrida, tudo por causa da loucura que fiz, mas não era o pé que realmente me incomodava, fechei os olhos pedindo a Deus que tudo aquilo não passasse de um sonho.
– Por que fiz aquilo? Eu deveria entender que aquela reação logo viria átona, apesar de não ter acontecido algo mais sério, ainda assim foi um erro.
Por que eu tinha que gostar justo dele? Por eu que tinha que gosta de um cara? Eu poderia ter nascido como todos os rapazes, mas não, cá estou eu. Álvaro Melo, um garoto de dezessete anos, de pele parda, cabelos negros que não consegue diluir o sentimento estúpido que sente por um cara que nem imagina o que se passa na minha mente quando o vejo.
– O que vou fazer? Com esse meu deslize ele virá me questionar, eu queria que ele soubesse o que eu sinto, mas não desse jeito.
Do meu bolso puxei meu celular, fui aos arquivos em busca de sua foto, e lá estava ela. Eu tirei aquela foto no dia do show de talento, é claro que ele ganhou, como não ganharia, Orfeu tocava muito bem, mas houve outro fator para sua vitória.
Eu.
Pois é, patético não? Mas foi o que fiz, pedi para todos os meus colegas votarem nele, usei a desculpa que Orfeu era da nossa turma e que devíamos ajudá-lo a ganhar, então todo mundo votou nele e como conseqüência, Orfeu ganhou. Um sorriso invade meus lábios, quando me pego lembrando as coisas que tento por ele, percebo o quão bobo eu sou, mas fazer o que, vê-lo feliz é tão bom, parece fazer parte das minhas necessidades, do mesmo jeito que um corpo precisa de água o meu coração é vê-lo feliz. – É tão estúpido, mas ao mesmo tempo me faz tão bem. É minha sina fazê-lo feliz, seu sorriso é encantador que seria um pecado se as pessoas não o vissem. Sinto um sorriso tentando surgir nos meus lábios para contê-lo afundo meu rosto no travesseiro. Me viro e foco no teto, e aceito que não é só por isso que faço isso, quero mostrar para ele como é especial. Eu não o vejo com muitos amigos, ele não é anti social, só não é de ficar em grupo e bem também não o vejo com muitas garotas, pelo menos que eu saiba, Orfeu é um cara bonito, charmoso principalmente quando canta. Qualquer garota teria sorte de namorá-lo. Mesmo que essa ideia fosse desagradável para mim, lembro que ano passado na escola rolou um boato que ele tinha ficado com a Daphne que de longe era a menina que não tinha nada incomum com ele, sei que ela é uma pessoa que gosta de "ficar", nesse quesito não me importo, as pessoas podem viver de acordo como elas gostam, mas eu não conseguia ver as personalidades deles se igualando, ela é muito popular, muito animada e ele é mais contido, ao menos quando ele fora do palco, porquê quando está nele Orfeu se transforma, e quando soube que o Orfeu ficou com ela, sentir que o tinha perdido, eu a odiei mais de que tudo. Não acreditava que ele tinha escolhido ela entre tantas meninas... Ou eu, passei um tempo tendo nojo dele, porém alguns dias mais tarde a própria Daphne chegou a todos no refeitório e contou que nunca tinha ficado com ele e que sentia mal por ter inventado tal falatório, fiquei confuso não seria de seu feitio desmentir, considerando tudo, então soube por uma conversa na biblioteca que o Orfeu ameaçou fazer uma paródia sobre ela se não desmentisse, lembro de ter achado uma sacada bem a cara dele. E mais uma vez eu ficava impressionado, mesmo com raiva dele ou não, ainda sentia aquele sentimento tolo e estúpido crescer cada dia mais. Larguei o telefone na minha cama, não queria ter aqueles olhos voltados para mim, pois me fazia lembra o que aconteceu mais cedo.
Eu queria morrer, com que cara vou chegar à escola amanhã? Logo quando me ver vai querer tirar satisfação do ocorreu no auditório. Só de pensar que terei que confrontá-lo, meu sangue gelava. Eu não queria ver seu rosto ou seu maldito sorriso, não queria ter que dizer a que aquele toque que fiz nele, foi uma reação do meu sentimento que a cada dia, a cada maldito dia ficava mais forte! – Suspirei cansado. – olhei para minha estante em busca de ajuda, mas os meus livros pareciam tão distantes em resolver meu caso, queria me afundar em algum que banisse meus pensamentos sobre hoje,e foi o que fiz, peguei o primeiro que vi.
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Ao Fim de um Começo (Romance Gay)
Short StoryAmar é um crime contra o Raciocínio" É um problema matemático sem solução e sem razão nenhuma ou melhor, se apaixonar com certeza não é como nos filmes e novela, pois se fosse na altura do campeonato esse sentimento teria dado adeus ou teria sumido...