Ao Fim de um Começo (Romance Gay)

Capítulo Sete.

Todo começo tem um fim, todo fim, um novo começo.

O que difere as pessoas fracas dos fortes? A maneira, que lidamos com o fim.

Os fracos abaixam a cabeça e deixam o tempo passar.

Os fortes, vivem cada dia, um novo dia.

Por isso, choro.

Mas, jamais deixo de viver.

Thais Vicentini

Sentir o ar faltar nos meus pulmões, mas realmente não era a falta de ar que me impedia de respirar e sim a dor que eu sentia por dentro, minhas lágrimas caiam por cima do travesseiro, eu não acreditava que deixei tudo ruir dessa forma, eu sentia como se cutucasse ferro em brasa dentro de mim, era uma dor aguda, olhei para meu quarto e sentia que não tinha mais nada, eu me sentia vazio, o Orfeu tinha razão sou um covarde, um covarde que não sabe lidar com suas emoções, que não sabe lidar com seus medos e nem admitiam que tinha, cada palavra que Orfeu disse para mim badalava em meu consciente causando mais dor ainda, Eu era um covarde, um maldito covarde. – Mas lágrimas caiam encharcando meu travesseiro –, eu queria entender como as coisas chegaram a esse nível, tudo daria certo se eu soubesse manipular minhas emoções, o plano de transformar a melhor noite do Orfeu saiu totalmente errado – mais lágrimas caiam –, Eu queria morrer, só isso. Meus olhos começaram a pesar por causa do choro e então eu decidir deixar o sono me levar então tudo ficou escuro.

Acordei com o barulho do meu celular, olhei na tela, era uma ligação do David, atendi.

- Álvaro.

- Oi, David. - Respondi.

- Até que fim você atendeu, olha só liguei para te informar que já saiu a lista dos alunos aprovados. E você passou.

Não era nenhuma surpresa para mim isso, disse mentalmente.

- Hum... Legal. - Respondi.

- Está certo então, olha compramos as matérias para decorar o palco, você vem me ajudar né? Você deu a ideia, mas não sei onde começar, por favor, a Marisa aceitou me acompanhar na formatura, deixa-la impressionada é minha missão e você tem que me ajudar. Eu sei que você quer providenciar sua roupa e outras coisas, mas preciso de você.

Sorri.

Fico feliz que eles tenham se dado bem, mas depois de tudo não quero saber de escola, de formatura ou qualquer coisa do gênero, mas não podia abandona-lo eu comecei e agora tinha que terminar.

- Tudo bem eu irei para escola arrumar pela manhã.

- Valeu cara! – disse festejando e depois desligou, olhei mais uma vez para meu celular acabei vendo meu reflexo na tela.

- Como me odeio.

Na escola os preparativos para formatura iam de vento e poupa o estilo "rock e fantasia" estava indo muito bem, as meninas estavam sorridentes, os rapazes brincalhões menos eu e o Orfeu que parecia não sentir a energia positiva daquele momento, Orfeu trabalhava na parte sonora da festa, ele posicionava as caixas de som, testava os microfones e enquanto eu fazia mais móbiles com os discos.

Suspirei

Notei que seu rosto parecia cansado, com olheiras, eu realmente me odiava por fazer ficar daquele jeito, voltei meu olhar para meu trabalho, e continuei fazendo os móbiles com CD, a formatura seria dali algumas horas e eu via todo mundo brincando, alguns chorando por que não iria mais se ver, sentir meus olhos ficando irritados com as lágrimas que tentavam escapar dos meus olhos, fiquei surpreso de ter restado alguma para eu soltar, eu tinha chorado quase a noite toda apesar de conter os soluços para não chamar atenção dos meus pais, isso me fez perceber o quanto eu estava exausto, quando terminei eu e o David, começamos a decorar o que faltava, penduramos os móbiles, colamos os vinis com desenho. Enquanto eu fazia isso, não conseguia conter os meus olhos de dar uma expiada no Orfeu.