Capítulo 1
Toda história tem um fim, mas na vida cada final é um novo começo!
Grande Menina Pequena mulher
"Minha inquietação era visível para todos. Eu acho."
O ponteiro do relógio se recusava a cada minuto cruzar com o grande numeral doze. Ansiedade que percorria todo meu sistema nervoso me deixava estático.
Faltava apenas um minuto para o sinal soar, para encerrar mais um dia dos seis dias que faltava para acabar o ensino médio. – Pois é, mais um "Fim", para completar minha lista de "Fins" que houve na minha vida. Um mundo lá fora ansiava pela minha vida, as responsabilidades, os deveres e as cobranças já acampavam no meu cérebro, me enchendo de dúvidas e mistério.
Meus pais estavam ansiosos, eu havia feito o vestibular na semana passada e eu torcia para conseguir meu curso de letras. Para iniciar mais um começo, meus pais estavam na mesma animação, torciam por mim freneticamente. Ambos se formaram em Letras e lecionavam em Faculdades. Minha mãe se especializou em Literatura Brasileira e meu pai ensina francês. Que segundo ele "é língua mais belas todas" – É a língua do amor.
Meus pais eram totalmente apaixonados um pelo outro, são tão apaixonados que me dão náuseas. Mas tenho sorte de tê-los em minha vida, eles são cafonas em metade do período e super pais em tempo integral.
Eu gosto da forma que se amam e falam do amor. A visão deles desse sentimento me traz um pouco de esperança. – Esperança que um dia eu entenda o lado belo desse sentimento que eu consiga entender o Amor.
Amor.
Só de pensar nessa palavra fico com náuseas, essa palavra maldita me castiga por anos... Enquanto eu estudo, meus pensamentos me levam ao causador desse sentimento... Só de pensar nele fico febril. Eu imaginava que isso acabaria logo,
Mas pensei errado.
Tudo começou na primeira série, quando aqueles cabelos negros que emolduravam seu rosto, entrou na minha sala. Ele era branco, como alabastro, com um pouco de sardas no rosto. Seu cabelo liso estava um pouco bagunçado, sobre seu pescoço descansa numa tira de coro um pingente de guitarra. Seu olhar meio vago inspecionava a sala em busca de algum lugar para se encaixar ou ele estava nos analisando.
Eu acho.
O garoto não tinha mais do que oito anos, seu olhar tímido invadiu minha mente, isso me deixava inquieto. A professora se apressou em apresentá-lo. Orfeu. Seu nome era mais belo quanto seu rosto branco e delicado, ele tinha nome de uns dos heróis mais belos e talentosos da mitologia grega. A professora ao ouvir seu nome se dedicou a contar a história da origem do nome de "Orfeu". Enquanto eu tentava entender aquele misto de sensações que pairava no meu coração como névoa sobre a terra.
A estória do nome de Orfeu relatava que herói era apaixonado por uma camponesa que morreu precocemente, por uma mordida de uma serpente peçonhenta, então com seu dom na música dedilhou sua harpa até que os deuses o ouvissem, era uma melodia triste que fez a terra parar para ouvi-lo. – Hades o deus dos mortos se comoveu com sua melodia e devolveu sua amada Eurídice, mas com uma condição de que não podia olhar para trás. Então Orfeu feliz por reencontrar sua amada peregrinou pelo inferno atrás da saída, quando chegavam perto dos mundos dos vivos, Orfeu com o coração cheio de esperança olhou para trás e Eurídice foi arrebatada para as prisões do inferno.
É uma história que faz qualquer romântico suspirar e odeio admitir que esse efeito me afeta também, pois naquela idade já tinha lido tantos romances – culpa dos meus pais – pois bem, as meninas maravilhadas pela linda história do nome do garoto recém-chegado começaram a se aproximar e bombardeá-lo de perguntas:
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Ao Fim de um Começo (Romance Gay)
Short StoryAmar é um crime contra o Raciocínio" É um problema matemático sem solução e sem razão nenhuma ou melhor, se apaixonar com certeza não é como nos filmes e novela, pois se fosse na altura do campeonato esse sentimento teria dado adeus ou teria sumido...