Capítulo Seis

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A suspeita sempre persegue a consciência culpada; o ladrão vê em cada sombra um policial

William Shakespeare.



Depois daquela chuveirada eu me encontrava na cama, meu coração se acelerava toda vez que meus pensamentos se elevavam até ele — Como estive tão perto de fazer uma besteira, mas o que me incomodava era a lembrança dos olhos do Orfeu, no seu olhar carregava um desejo, mas também carregava medo, sentir um arrepio na espinha ao me lembrar de suas mãos no meu abdome, respiro fundo —, Não sabia que hora era desde que sair da casa do Orfeu, pois tudo ao meu redor era um borrão, eu só queria sumir do mundo. Tínhamos levado o ensaio tão bem, não acreditava que tudo ruiu por um deslize estúpido. Eu me odiava por está me deixando afetar por ele novamente, eu tinha de dar um Fim nisso, e era o que eu faria, só tinha uma pergunta: Como? — Respirei fundo, deixei o sono me envolver, me enrolei com lençol e dei adeus aquele dia louco e me entreguei ao cansaço.

Acordei com uma baita dor de cabeça, sentir o corpo pesado, eu via o sol pela janela, o sol das seis da manhã brilhava lentamente. Olhei para relógio no meu criado mudo, era 06h30min, eu já estava atrasado para escola, me levantei, mas uma tontura me sobrepôs, o mundo girou e eu cair com tudo no chão, o barulho ressoou em todo cômodo, em instante minha mãe apareceu.

- Álvaro! – Ela gritou. - O seu grito doeu nos meus tímpanos, a me ver no chão correu e me, pois sentando. – O que houve? – Sentia uma queimação na garganta, a mão da minha mãe repousou sobre minha testa. - Ai meu Deus Álvaro você está queimando de febre, ela me levantou e me colocou na cama.

- Calma mãe. - Pus a mão no seu braço para acalma-la.

- Calmo o que Alvo, você está ardendo em febre!

- Para de gritar – bramir pondo a mão na cabeça.

- Desculpa filhote. - Ela me ajeitou na cama, me enrolou com edredom. – Já volto, ela se levantou e saiu.

Já era de imaginar que pegasse uma gripe, fiquei no chuveiro por horas com roupa e tudo. Minha cabeça doía minhas juntas também. Fiquei parado lá, pelo menos alguns minutos. A única coisa boa nessa situação foi o tempo para tentar resolver as coisas com o Orfeu.

As lembranças de ontem me rebatia na mente e isso doía, mais do que a dor na cabeça, minha mãe voltou com o termômetro e um corpo de água, ela colocou o termômetro no meu braço, enquanto pegava um Dorflex para mim. Engoli o comprimido, então ela ficou uns minutos me observando, alisando meu cabelo, não queria contar para ela o que aconteceu na casa do Orfeu, mas ela sabia que algo aconteceu comigo, mas não perguntou. Era uma das coisas que adorava na dona Sandra, ela sabia dar espaço para pessoas e não ficava martelando com perguntas, mas sua expressão era de preocupada.

- Calma mãe é só uma gripe. - Falei pegando sua mão e ela sorriu.

- Desculpa filho - Disse ela chorando.

- Ei, calma, é só uma gripe. Não contrair a peste.

- É eu sei mais quantas vezes já teve uma e eu não estive presente?

- A gripe ou peste? – perguntei brincando.

- Alvo!

- Mãe! Calma, vou ficar bem.

- Meu trabalho exige demais de mim, acabo deixando você sozinho e me culpo.

- Ei, peguei sua mão. A Senhora a melhor mãe que alguém pode ter você é forte, eu me orgulho de tê-la como mãe. A sua ausência não me machuca mais, por que eu sei os motivos dela, eu amo você dois. Não se culpe e já sou bem grandinho para me cuidar. –Sorri. Pelo menos dessa vez fui honesto.

Ao Fim de um Começo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora