As aulas haviam começado há mais ou menos dois meses e graças à Deus esse era meu último ano, bom, graças à Deus não, até porque eu gostava um pouco daquela escola havia tido bons momentos lá e sem contar que a vida seria bem mais complicada depois que tudo acabasse.
Enquanto assistias as aulas chatas do professor de geografia, algo ainda me atormentava: Minha terrível (ou maravilhosa?) noite com Rafael, confesso que já haviam passado quase três meses e aquilo não saía da minha cabeça. Durante esse tempo, eu evitei tudo que me levasse até ele, principalmente aquela ruazinha endemoniada quando eu tinha que ir na casa de Bruna ou algo do tipo. Aquela rua era um ótimo atalho, me fazia chegar nos lugares bem mais rápido, pena que as coisas tiveram que ser assim.
Que drama. As vezes via Rafael de longe e fazia o máximo para ele não me ver. Ok, era exagero eu sei, mas acontece que ele era um cafajeste e mesmo eu sabendo disso, fui pra cama com ele, porque eu não tive a capacidade de resistir, ou de inventar uma desculpa do tipo "estou menstruada" e também, por Felipe. Eu havia feito tudo por Lipe, o que fazia eu me sentir mais idiota ainda. Mas ao mesmo tempo, Rafael havia me dado sensações que até então eram desconhecidas minha. Então, até agora eu não sabia dizer se aquela noite havia sido terrível ou maravilhosa, eu estava confusa e quanto mais eu pensava, mais eu piorava a situação.
- Então, senhorita Isabella. Você não respondeu minha pergunta. - Ouvi o Sr. Thompson dizer, e tipo, que pergunta? Ah eu não sabia, porque tinha algo me atormentando. Então arrisquei, foda-se: - Hã... É 10. - Falei. E pude ouvir a risada de todos da classe.
- Claro, poderia ser 10... - O professor disse. - Se eu tivesse te perguntando alguma conta e se isso fosse aula de matemática ou sei lá o que, que envolva números. - Ele respirou, pois havia falado rápido demais, como sempre. - Geografia, senhorita Isabella, geografia.
- Ah, obrigada pelo ''senhorita'' me sinto super importante. - O professor me fuzilou com os olhos, mas logo continuou sua explicação.
Logo bateram na porta da sala e o Sr. Thompson murmurou algo do tipo: "Droga, adoram interromper minha aula." e foi abrir.
- Bom dia... - Era a diretora. Mal dia, isso sim. - Espero que todos estejam tendo uma boa aprendizagem. - Ela disse sendo formal. - Mas vamos direto ao assunto, agora nós temos um ''faz tudo'' da escola, ele vai ajudar o professor Robson de Educação Física, monitorar vocês no intervalo, e se vocês quiserem algum tipo de ajuda, podem falar com ele, mas não abusem claro. Ele vai ficar conosco mais ou menos seis meses. - Coitada dessa pessoa, deve ser um cara tão bom e vai ter que viver esse inferno. Pensei comigo. A diretora deu uma olhada na porta e fez um sinal com a cabeça para que a pessoa entrasse. - Entre por favor.
PUTA MERDA. Que droga é essa? Por um momento, eu não acreditava no que eu estava vendo, em um movimento super ninja, coloquei meu capuz e fiquei de cabeça baixa na classe. Se eu estava me escondendo? Não... Imagina. Mas foi algo inútil. Totalmente inútil.
- Srta Isabella, você esta bem? - Pude ouvir a voz do professor. Filho da mãe. E quando levantei a cabeça, todo olhavam para mim, inclusive... Rafael, que fez uma cara estranhando o fato de o professor me chamar de Isabella, pois para ele eu havia dito que meu nome era Júlia. Respirei fundo.
- Sim, só um pouco de dor de cabeça. P-p-ode continuar. - Gaguejei quando meus olhos se encontraram com os de Rafa, ele estava parado ao lado da diretora com os braços cruzados, usava uma camisa preta simples, e uma calça jeans escura, o que era raro. Seu cabelo estava bagunçadinho. Ele me olhou e deu um sorriso sacana bem discreto. Desviei o olhar, que diabos ele estava fazendo aqui? Pode ter certeza que o que ele menos precisa é da merreca que essa escola oferece, porque boatos dizem que ele vem de uma família canadense que possui um grande poder aquisitivo, aí tem algum dedo podre... Pode ter certeza.
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Possessivo
Fanfiction"Você é minha, querendo ou não, porque eu simplesmente anseio que seja assim, você não tem escolha." - Rafael Vitti. E se ela fosse dele? Somente dele. Mas ele, ele não fosse dela? E se ela tentasse lutar contra isso, mas ao mesmo tempo, isso estiv...