7 - shit

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"Michael, vai colocar o lixo pra fora!" Karen gritou pela terceira vez.

Sua mãe o acordou às nove horas da manhã em pelo sábado. Para Michael aquilo deveria ser considerado um crime, nove horas era quase de madrugada!

Mesmo depois de ter saído de sua cama e escovado os dentes, o garoto voltou a se entregar ao sono assim que chegou na sala. Praticamente caiu de cara no sofá e em segundos já estava dormindo novamente.

Ele realmente não era uma pessoa da manhã.

Mas ele tinha que obedecer a sua mãe, pois sabia que ela colocaria o saco de lixo em seu quarto se ele não o colocasse para fora. Pois é, até sua mãe era tão estranha quanto ele. Mas era um bom método, já que no final ele sempre fazia o que ela mandava.

Ele se levantou do sofá e pegou o saco de lixo que estava na cozinha, assim que saiu de casa e se virou para o lado, quase voltou para dentro quando viu Luke fazendo praticamente os mesmos movimentos que ele.

O loiro também estava com um saco de lixo na mão e também olhava para o lado, encarando Michael de forma incrédula, como se não acreditasse e nem quisesse aceitar que ele estava mesmo ali, saindo da casa ao lado da sua.

Luke até pensou em dizer algo, mas ele praticamente jogou a sacola na calçada e correu para a sua casa. Michael parecia estar zoando com a sua cara porque fez exatamente as mesmas coisas que o loiro.

Parecia até ensaiado.

Ok, Michael Clifford era seu vizinho.

Luke sabia que alguém se mudaria para a casa ao lado, mas não sabia quando e muito menos quem.

Há quanto tempo eles estavam ali? Talvez Luke possa ter visto os pais de Michael na rua, mas nunca viu o garoto, o que era bem estranho.

Luke começou a pensar que talvez alguém tenha ocupado o quarto que ficava de frente para o seu.

Talvez alguém tenha o visto.

Talvez esse alguém fosse Michael.

Merda.

Enquanto isso Michael corria para seu quarto, caindo ofegante na cama.

Luke havia o visto e ele sabia que Michael morava ao seu lado, agora tudo tinha ido por água a baixo.

Ele sabia que não poderia se esconder de Luke para sempre, mas não esperava que fosse assim.

Luke não iria mais dançar todas as noites, e se dançasse seria com a janela e as cortinas fechadas.

Que merda.

E se o loiro descobrisse que Michael já o observava antes, a "relação" dos dois ficaria mais difícil. Luke odiaria Michael ainda mais.

"Que merda." Daquela vez Michael falou em voz alta.

Ele nem deveria ter começado a observar aquele garoto, ele deveria ter fechado suas cortinas assim que o viu pela primeira vez no outro quarto. Mas a curiosidade era maior que qualquer coisa.

De repente Michael ouviu alguns murmúrios e presumiu que fosse Luke na outra casa, ele queria amarrar a si mesmo naquela cama para não ir até a janela.

Assim que se levantou viu que o garoto estava se livrando de seus pijamas, ficando apenas de cueca. O loiro se virou em direção à janela e Michael se abaixou, como se esconder-se fosse adiantar alguma coisa.

"Pode sair, eu sei que você está aí." Havia um tom provocativo na voz do loiro, Michael não entendeu muito bem, mas se levantou e se debruçou sobre a janela, não conseguindo dizer nada.

Luke começou a caminhar até a janela enquanto mordia o lábio inferior e descia lentamente o cós de sua cueca, fazendo com que Michael nem piscasse.

Assim que o loiro chegou na janela, deu um sorriso, piscou e fechou a cortina rapidamente, bufando.

É, Michael não teria mais seus shows particulares.

De repente todos aqueles planos de "como beijar Luke Hemmings" não adiantavam mais, o loiro definitivamente o odiava e nem iria mais olhar em sua cara.

Luke estava preocupado com o que Michael poderia ter visto, durante as duas semanas que o garoto passou na escola o loiro fizera tantas coisas naquele quarto, ele poderia ter visto tudo e mais um pouco.

-

Naquela noite os tios de Luke e seu filho iriam a sua casa.

Luke e Nathan - seu primo - eram bem próximos quando crianças, talvez até demais.

E talvez Nathan tenha sido o primeiro beijo de Luke, mas ninguém precisava saber disso.

Desde então os dois viviam "se pegando" pelos cantos em reuniões de família, aniversários, jantares... Ninguém nunca desconfiou de nada, até porque Nathan já tivera várias namoradas.

Assim que Luke abriu suas cortinas, que estavam fechadas desde o acontecimento de de manhã, ele ouviu o som da campainha e sorriu.

Havia sentido saudade de seu priminho.

° ° °

cap pequenininho porque sim


watch me • muke [a/b/o]Onde histórias criam vida. Descubra agora