27 - outbreak

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"Finalmente livre." Luke falou ao acordar.

O seu cio finalmente havia terminado, e ele estava agradecendo a todos os deuses que conhecia por finalmente estar "livre". Ele finalmente poderia sair de seu quarto e ir a escola sem se preocupar, finalmente poderia olhar para Michael sem pensar em coisas... não inocentes.

Ele abriu as janelas de seu quarto e teve a visão de Michael se levantando da cama. Luke nem pensou antes de dizer alto:

"Bom dia!"

Michael franziu as sobrancelhas em confusão e o olhou para o loiro na outra casa. "O que?"

"Eu disse bom dia."

"Você está felizinho hoje." O mais velho coçou o olho enquanto bocejava. "Bom dia pra você também, babydoll." Luke apenas piscou e se afastou para virar-se de costas e começar a tirar seus pijamas, fazendo Michael arregalar os olhos. "Vai fazer strip-tease só pra mim?"

"Não, seu bobo, eu só vou trocar de roupa." O loiro falou ainda de costas, jogando a regata na cama para começar a descer o short.

Apesar de não ser um strip-tease particular, Michael observou Luke até que ele tirasse a última peça e colocasse outras roupas. Era maravilhoso ter uma visão daquelas logo ao acordar, não podia desperdiçar a oportunidade.

Para a decepção do alfa Hemmimgs logo saiu do quarto. Depois de se dirigir ao banheiro, o loiro desceu as escadas e se deparou com sua mãe. Por mais que a amasse ele não estava com a mínima vontade de conversar com a mulher naquele momento, por isso deu meia volta e começou a subir as escadas para seu quarto novamente, mas a voz de Liz o parou no meio do caminho:

"Bom dia filhinho querido."

Luke franziu as sobrancelhas pelo apelido, mas logo forçou um sorriso e outra vez desceu as escadas.

"Bom dia."

"Você está melhor agora?" Luke assentiu, se sentando no sofá e pegando o controle para ligar a TV. O garoto notou que Liz não tirava o olhar dele, mas resolveu ignorar, talvez seu cheio ainda estivesse forte apesar do cio ter terminado, por isso ela o olhava de modo tão estranho.

Mas não era bem isso.

"O que é isso no seu pescoço, Luke?"

"O que?" Então o loiro arregalou os olhos, lembrando-se das duas noites que teve com Michael. Droga, o alfa havia o marcado de maneira tão forte que a pele de Luke ainda estava com alguns chupões - claros, mas aparentes. "Nada."

"É óbvio que é alguma coisa, Luke." A mulher se sentou ao lado do filho, analisando as marcas em seu pescoço. "Por Deus! Parece que um alfa faminto te atacou."

Luke quase teve vontade de rir.

Pelo que sua mãe estava descrevendo, Michael foi realmente bruto e levou muito a sério a parte de 'marcar seu ômega como seu'.

"Alguém veio aqui enquanto nós não estávamos, Luke?" Liz arqueou uma sobrancelha e o garoto desviou o olhar.

"Sim."

Não tinha como mentir ou omitir. O que ele diria? Que havia caído da cama e só seu pescoço acabou se machucando? Nem se quer teria lógica.

"Quem foi que veio aqui, Luke Robert Hemmings? E por que você não contou antes?"

"Ninguém, mãe." Luke se encolheu.

"Claro que era alguém, fale logo!" Ela aumentou de voz e o filho se encolheu mais ainda.

Luke estava com vontade de se deitar no chão em posição fetal para tentar fugir da burrada que havia acabado de fazer.

Seria muito mais simples se tivesse dito que havia caído da cama.

"É um colega da escola."

"Então agora você anda por aí ficando com colegas de escola, Luke? Não me diga que ele era um alfa. Eu já te disse que antes de-"

"Nós não fizemos nada!" O menino mentiu. "Nós só... nos beijamos."

"Isso não parece um beijo para mim." Liz tocou em uma das marcas do pescoço de Luke, o fazendo grunhir baixinho.

"Eu estava no cio, mãe! O que você queria que eu fizesse?" O loiro queria enfiar sua cara no chão, como um avestruz. "Ele era um alfa e... eu não consegui me conter." Cobriu seus olhos com as mãos. "Eu sei que você sempre diz que antes de eu pensar em me relacionar com um alfa eu devo te contar, já que nem sempre eles são confiáveis, mas não era pra ter acontecido."

"Eu pelo menos conheço esse garoto?"

"Ele é nosso vizinho, o Michael."

"Quem?"

"O de cabelo colorido."

"Ah."

Eles ficaram um tempo em silêncio. Luke nem sabia o que estava acontecendo ali, ele estava mesmo tendo aquela conversa com a sua mãe?

De repente percebera que era a primeira vez que algum deles havia citado a tão temida palavra cio em alto e bom som na frente um do outro.

Sua mãe não havia pirado como ele achava que ela iria, o que era um bom sinal.

Ou não. Talvez fosse melhor que ela gritasse com Luke sobre ser virgem para sempre ou que o filho tinha que namorar ou casar com um alfa antes de perder a virgindade para ele (o que Luke achava uma total idiotice) a ter que aguentar aquele silêncio quase mortal que tomou toda a casa.

Liz suspirou antes de perguntar: "Ele te obrigou a fazer alguma coisa?"

"Não." Luke se sentiu corar, finalmente tirando as mãos do rosto para encarar sua mãe.

"Você sabe que agora ele vai ter que te pedir em namoro, não é?"

Hemmings arregalou os olhos e quase se levantou do sofá. "O que? Mas que mer-"

"Luke!" Ela o repreendeu. "É óbvio que agora vocês terão que assumir um relacionamento, imagina se depois você me aparece com um neto? Eu não quero que você seja mais um desses ômegas que seus alfas os abandonam e-"

Tudo bem, agora sim ela tinha surtado.

"Mãe! Do que você está falando? Não vai ter neto nenhum e eu nunca vou namorar o Michael só por causa disso." Luke se levantou completamente confuso com aquela conversa. "Nós ficamos só uma vez, não vai dar em nada."

"Mas meu filho, o certo é que você-"

"Mãe, entenda de uma vez: nada vai acontecer porque eu fiquei com o Michael, eu não vou namorar nem casar com ele só por ele ser o alfa que me..." Ele fez uma careta. "Você entendeu. As coisas não são mais assim."

O garoto se direcionou as escadas, murmurando:

"Vou me arrumar pra escola."

° ° °

liz tá bem locona

watch me • muke [a/b/o]Onde histórias criam vida. Descubra agora