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9 - tease

Luke só podia estar fazendo de propósito.

Depois que Luke descobriu que Michael o observava, o loiro parecia querer provocar o garoto de propósito. Na noite de sábado Michael havia visto o garoto "se pegando" com outro cara em seu quarto - ele achou até estranho o fato de os dois serem um pouco parecidos - e quando Luke fechou a janela depois de jogá-lo na cama, Michael até cogitou a possibilidade de os dois terem feito "coisas" depois.

Aqueles pensamentos o infernizaram.

Imaginar Luke fazendo "coisas" com outro cara não era nada legal, era bem perturbador para falar a verdade.

Como se não bastasse tudo isso, no domingo o loiro voltou a dançar como nas noites anteriores - até por um tempo maior -, mas com as cortinas fechadas. Nem Michael esperava que ver Luke dançando todas as noites fizesse tanta falta. Quando aquela música começou ele teve vontade de gritar para Luke abrir aquelas cortinas, mas o máximo que teria seria um dedo do meio bem em sua cara ou um "vai se foder" bem alto e claro.

O que restou para o garoto foi usar a imaginação.

Já na segunda, Michael iria fazer de tudo para não encarar Luke como antes já que o loiro parecia realmente ficar incomodado com aquilo. Ele não queria que Luke o odiasse ainda mais, ele queria que o garoto gostasse dele. Pelo menos ao ponto de beijá-lo pelo menos uma vez.

Como sempre seus planos não deram certo assim que ele chegou na escola e viu o mais novo no corredor dos armários, como sempre parecendo um garoto fofo e inocente com aquelas roupas e feições adoráveis. Quem olhava para Hemmings diria que ele era um anjo.

Michael simplesmente não conseguia acreditar que um garoto de dezessete anos poderia ter curvas. E aquelas pernas? Michael certa vez pensara na possibilidade de Luke ter sido esculpido por deuses, era sua única explicação para tamanha perfeição.

Talvez você possa chamá-lo de louco, mas o garoto achara até o nariz do loiro a coisa mais perfeita do universo.

É, Luke foi mesmo esculpido por deuses.

Michael nunca conheceu um garoto como aquele, que prendia sua atenção por simplesmente... existir. Ele nunca se viu atraído por uma pessoa tão rápido assim.

Era uma droga.

-

Michael começou a pensar que era bobagem achar que Luke estava querendo provocá-lo, o loiro nem se quer gostava do garoto, por que ele faria isso?

Talvez para se divertir.

É, fazia sentido.

Quando a aula de Inglês estava prestes a acabar, Michael conseguiu ver o loiro ao seu lado pegar um pirulito de sua mochila. Desde quando era permitido doces?

Assim que Luke percebeu que estava sendo observando, o garoto olhou para Michael como se estivesse encarando sua alma e começou a chupar o pirulito rosa que estava em sua mão.

A partir daí o mais velho não conseguiu tirar os olhos dos lábios do outro, eles ficavam cada vez mais úmidos e mais rosados... tão convidativos.

Michael logo sentiu um aperto em sua calça e se sentiu um idiota por isso. Luke lambia lentamente o doce e deu um sorriso de lado ao ver a expressão do outro, se virando para começar a guardar seus materiais já que logo iria para o intervalo.

"Filho da puta." Michael murmurou e voltou a copiar o texto do quadro, visivelmente mais atrasado do que todos os outros na sala.

Mas ele não podia evitar olhar para Luke de canto de olho a cada 10 segundos.

O loiro ainda estava com o maldito pirulito e suas pernas estavam cruzadas enquanto uma de suas mãos deslizava por sua própria coxa coberta pelo tecido escuro da calça. Quando Michael percebeu, estava o encarando novamente, Luke aproveitou para tirar o pirulito da boca e morder o lábio inferior, tentando impedir um sorriso.

Ele realmente se divertia com aquilo.

Luke sabia que Michael sentia atração por ele, e com isso em sua mente ele estava disposto a se aproveitar disso simplesmente porque era engraçado ver as expressões do outro ao encará-lo fazendo coisas como aquela.

Michael fechou um pouco mais suas pernas pelo aperto em sua calça estar quase insuportável e respirou fundo, desviando o olhar daquela cena. Ele quase conseguiu ouvir a risada de Luke.

-

No intervalo, como de costume, Calum e Michael estavam sentados em um dos bancos do pátio enquanto Luke estava do outro lado ouvindo música em seu celular.

Daquela vez ao invés de estar falando com Ashton, o loiro conversava com Dan, o que era um pouco estranho já que ele nunca o chamava numa hora como aquela.

dan: por que você não me respondeu no sábado?

you: desculpa :( meus tios e meu primo foram pra minha casa e você sabe... parentes

Enquanto isso Michael apenas encarava o chão já que o amigo ao seu lado não parava de digitar naquele celular idiota que mais parecia um mini tablet pelo tamanho.

"Você está falando com o garoto misterioso?" Michael perguntou se inclinando para olhar a tela do celular do amigo, que prontamente o afastou, respondendo:

"Estou, e não é mais simplesmente garoto misterioso, agora é loiro misterioso." Sorriu levemente.

"Como você sabe que ele é loiro? Já viu alguma foto do rosto dele?"

"Claro que não, né Michael. Se eu tivesse visto não seria mais misterioso." Revirou os olhos. "Ele me disse que é loiro."

"Hm."

Calum voltou a digitar e Michael suspirou, pensando no que aquele loiro tinha de tão interessante para seu amigo ficar tão vidrado nele. Talvez fosse por causa daquelas fotos.

"Você está apaixonadão pelo Luke, né?" Calum perguntou de repente, o tirando de seus devaneios.

"O que?"

"Você só pode estar pensando nele olhando para o nada assim."

"Cala a boca, eu não tô pensando no Luke."

Michael achou que ele iria retrucar, mas o moreno apenas se levantou e começou a andar em direção ao outro lado do pátio.

"Hey loirinho." Luke ouviu uma voz e teve que tirar um dos fones, olhando para cima e encontrando um garoto moreno. Era o mesmo que vivia andando com Michael. "Meu amigo ali quer ficar com você." Sorriu apontando para o amigo que estava sentado do outro lado do pátio.

"Qual o seu nome?" Luke sorriu de modo forçado.

"Calum."

"Oi Calum, você tem quantos anos? Doze?" Depois daquilo Luke voltou a colocar seu fone e enviou outra mensagem para Dan, ignorando totalmente o garoto em sua frente.

Hood pensou em mil coisas para dizer, mas tudo o que fez foi dar meia volta e ir até Michael novamente.