Luke estava agindo estranho demais para o gosto de Michael. Desde o início da primeira aula, o rosto do loiro tinha tomado uma expressão indecifrável e o celular do garoto não saía de sua mão, a tela sempre acendendo a cada cinco minutos.
Quando a professora saiu da sala, Michael não pensou antes de sair de seu lugar para se colocar ao lado de Luke — que tinha a cabeça baixa — e chamá-lo, não obtendo resposta. O mais velho insistiu e Hemmings apenas murmurou algo que ele não entendeu, o fazendo suspirar e se ajoelhar ali mesmo no chão para levar uma das mãos aos cabelos claros do menino.
"O que foi, babydoll?"
Luke levantou a cabeça. "Não é nada, Michael, me deixa em paz."
"Te deixar em paz?" Michael franziu as sobrancelhas. "Luke Hemmings, hoje mais cedo você estava todo calmo, carinhoso e sorridente. Aí do nada seu celular começa a acender a cada 3 segundos, você fica com essa cara de choro e resolve que não vai nem pegar seus materiais. Você vai me dizer agora o que aconteceu."
"E quem é você pra me obrigar?" A voz do loiro saiu mais alta do que ele esperava, atraindo alguns olhares.
Michael ficou em silêncio por um tempo, mas logo deu um sorriso de lado e aproximou seu rosto ao de Hemmings o suficiente para sussurrar tão baixo que apenas o menor pudesse escutar:
"Segundo você, eu sou o seu alfa." O mais velho se afastou novamente. "Agora para de graça e me fala logo."
Luke suspirou e encarou os olhos verdes de Clifford por alguns segundos. "Eu realmente te odeio."
Antes que o alfa pudesse responder, o professor de Química entrou na sala de aula, ordenando a todos que se sentassem. Michael não queria, mas teve que se levantar, depositando um beijo na bochecha de Hemmings antes de voltar para seu lugar.
Ele não havia desistido de descobrir o que o loiro escondia. Michael sabia que Luke mentia quando dizia que o odiava, e mais ainda quando dizia que nada estava acontecendo.
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Assim que o sinal de intervalo tocou, Luke foi o primeiro a sair da sala de aula, deixando Michael ainda mais preocupado. Clifford nem se preocupou em guardar seus materiais, apenas se levantou e correu até o ômega que andava cabisbaixo em direção ao pátio da escola.
Michael conseguiu alcançar Luke e envolveu um braço em sua cintura, assustando o menor.
"Você pode querer não me contar, mas sozinho e triste assim você não fica."
"Você sempre foi insistente ou só age assim comigo?" Luke se virou para ele tentando parecer irritado, mas não conseguiu, pois deixou um leve sorriso escapar.
"Se eu não fosse insistente não conseguiria nem ter falado com você, então não acho que seja algo tão ruim assim." O maior deu de ombros. "Para de fingir que não gosta e vamos logo para o refeitório, eu estou com fome."
Luke riu e tirou o braço de Michael que estava em volta de sua cintura. O alfa nem pôde protestar, já que Hemmings segurou suas mãos, entrelaçando seus dedos.
"É melhor assim."
Michael não quis e não conseguiu conter seu sorriso pelo gesto e palavras de Luke.
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Enquanto Michael comia seu lanche em uma das mesas do refeitório, Luke permanecia ao seu lado com o braço envolto ao do alfa, a cabeça deitada no ombro do mesmo e o pensamento longe - nas mensagens que Dan havia o enviado durante as aulas.
O (que se dizia) alfa havia se revelado completamente possessivo e exagerado naquelas mensagens; que continham coisas do tipo: "você é meu ômega, não pode me ignorar assim" e "quando eu chegar aí você vai ver". Talvez Dan estivesse fazendo ameaças que não seriam cumpridas apenas para amedrontar Luke, mas o loiro não sabia do que o garoto era capaz. E se ele não estivesse brincando?
Luke estremeceu ao pensar no pior, e sua expressão o entregou, já que Michael olhou para ele com uma feição preocupada. Ao invés de insistir para que o loiro falasse qualquer coisa, Clifford abriu um sorriso e pegou uma batata frita de seu prato, levando-a até a boca de Luke, que a abriu e deu uma mordida. Michael deu uma risada baixa e beijou os cabelos do ômega.
"Pode comer mais se quiser, princesinha." Michael falou e Luke negou com a cabeça.
"Cadê o Calum?"
"Faltou hoje."
"Entendi."
Depois de saírem do refeitório e irem em silêncio até o pátio, sentando-se em um dos bancos apenas para trocarem carícias, Luke se afastou do peito de Michael para olhá-lo nos olhos e dizer:
"É o Dan, ele está vindo pra cá. Pra Sydney."
Michael demorou um tempo para processar, mas logo puxou Luke para seus braços novamente, perguntando baixo: "Você não vai se encontrar com ele, vai?"
"Eu não quero, mas ele me mandou umas mensagens estranhas dizendo que me encontraria de qualquer forma porque eu sou o ômega dele." Luke se encolheu nos braços do maior, se sentindo vulnerável como nunca antes. Era um sentimento estranho.
"O ômega dele? Eu acho que vou ter uma conversa séria com esse cara." Michael arqueou uma das sobrancelhas. "Com uma conversa eu quero dizer vários socos na cara."
Hemmings riu levemente. "Eu não quero que você bata nele, eu mesmo faço isso." Suspirou. "Mas é que esse Dan está se demonstrando meio diferente, sabe? Tudo bem que desde o começo ele sempre foi obcecado por mim, mas agora que eu estou me esquecendo dele, ele inventou de vir me visitar sem eu pedir! E ainda me ameaça quando eu ignoro as mensagens."
"Ele é maluco."
"Eu sei, e eu estou com medo de não ir encontrar com ele e ele vir atrás de mim." Luke olhou para o alfa. "Eu estou com medo de ele fazer algo comigo, Michael. E se ele não tiver 21 anos? E se ele já tiver, tipo, uns 40? O que eu vou dizer pros meus pais se de repente aconte-"
"Shh, espera aí, babydoll. Você não precisa ter medo." Michael o interrompeu, levando o dedo indicador aos seus lábios rosados. "Esse alfa falsificado não vai fazer nada enquanto eu estiver ao seu lado, entendeu? Se ele marcar um encontro, eu vou com você e não se fala mais nisso."
"Mas-"
"Mas nada, vem aqui." Michael segurou o queixo do menor, o erguendo para selar seus lábios e iniciar um beijo casto.
Luke era seu ômega e ele estava disposto a protegê-lo a todo custo.
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watch me • muke [a/b/o]
FanfictionMichael é novo na escola de Luke, um garoto tímido e inocente ao seu ponto de vista. Ele só não imaginava que descobriria algo mais sobre o loiro ao se mudar para a casa ao lado do mesmo.