CAPÍTULO 7

626 84 24
                                    


Thierry durante todo o percurso até Paraty cumpriu com a sua promessa de ontem à noite.

Eu ainda sinto-o dentro de mim.

Em cada roçar dos dedos depois que ele passa a marcha, ou quando acaricia as minhas bochechas e desliza o polegar entre os meus lábios, testando a maciez da minha boca.

O seu toque me enredou em sensações difíceis demais de explicar, eu só consigo sentir, é deliciosa a forma como ele me penetra do jeito que só ele sabe fazer: Fundo, vigoroso e marcante.

E as coisas que Thierry é capaz de fazer com essa boca, só de lembrar eu sinto a umidade tomar-me entre as pernas.

Christopher e Ringo estão dormindo, enroscados um no outro no banco de trás do SUV Suzuki preto que Thierry dirige cautelosamente, e por ele pilotar sem pressa, eu posso aproveitar a paisagem que se revela na estrada com enormes árvores frondosas e um ar de Brasil colônia no qual você é lançado assim que ultrapassa o pórtico de entrada da cidade.

Seguimos até um condomínio residencial um pouco mais afastada do centro histórico da cidade e as casas ao redor são enormes, com muros bastante altos, verdadeiras mansões litorâneas.

A casa de Thierry fica no final da rua principal e igual a todas as outras casas, também rodeada por muros altíssimos, tal qual uma fortaleza, ele acionou o portão eletrônico e o jardim da parte dianteira da casa é enorme e muito bem cuidado. Descemos e um senhor de meia idade veio em nossa direção, Thierry apresentou-nos enquanto segurava Christopher no colo, que continuava dormindo.

_ Como vai Francisco, tudo bem por aqui?

_ Tudo ótimo, Seu Thierry, viu como o jardim tá bonito?

_ Eu vi, seu trabalho como sempre é maravilhoso. Francisco, esta é a Beatriz, você poderia trazer a sua bolsa pra dentro enquanto eu coloco o Christopher na cama?

A casa por dentro era muito acolhedora e elegante, sem ostentações. A decoração náutica em tons de azul claro, azul escuro e branco harmonizava-se com os sofás da sala em vime envelhecido, uma mesa de centro baixa e longa, além de peças de artesanato caiçara, que traziam um clima de casa de praia muito charmoso e simples para cada ambiente.

Thierry seguia pelo corredor, quando Francisco indagou-lhe em que quarto ele deveria colocar as minhas malas.

_ Deixe a mala de Bia no meu quarto.

Eu só faltei engasgar, mas que droga! No dicionário desse homem não existe a palavra discrição?

O coitado do seu Francisco nem conseguiu me encarar e eu dei-lhe um riso sem graça, tirando a mala de suas mãos, carregando-a até a suíte ao lado do quarto de Christopher.

Thierry me analisa recostado na porta, com os braços cruzados.

_ O que você tá fazendo aqui?

_ Eu estou me instalando Thierry, nós conversamos sobre isso hoje, o coitado do seu Francisco ficou todo envergonhado de você mandar deixar a minha mala no seu quarto e eu também. Eu tenho que ficar em um quarto ao lado do Chris, foi esse o acordo do nosso contrato, certo?

_ Eu conheço perfeitamente o acordo do nosso contrato, fui eu que fiz, esqueceu? Mas acordos mudam Bia, tudo entre nós mudou desde a assinatura desse bendito contrato, ou eu estou enganado?

Ele me encara muito sério e o olhar que me lança é duro, pela sua postura defensiva, com os braços cruzados no peito, a mão esfregando a barba por fazer, está aborrecido com a minha iniciativa em negar-me a dividir o quarto com ele.

A VOZ DO SILÊNCIO (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora