Segredos Fatais

10- Perdão.

- O que quer? - disse fria e grossa.

- Você! - era Thomas.

- Thomas, você não acha que já fez demais?

- Não, Julia me escuta!

- Já escutei demais!

- Olha, eu sei que errei, que sou um idiota!

- Que bom que você sabe, assim eu poupo saliva pra te dizer isso!

- Julia! O que aconteceu? - disse se se sentando ao meu lado.

- Eu que te pergunto!

- Me desculpa! Eu...Eu não sei o que fazer como agir..eu..

- Você mesmo disse que não posso confiar em você! - disse sem encara-lo.

- Eu sei, mas eu quero mudar, eu sei que sou difícil mais você também não é fácil!.

- Também sei que não sou fácil, mas há tanta coisa que eu tenho medo, nem ao menos sei o que é paixão ou amor.

- Eu te ensino! - falou, me puxou pela cintura e me beijou. Sentir seu corpo colando no meu, seus lábios quentes, seu coração batendo a um ritmo acelerado. Eu gosto do Thomas, gosto mesmo. Não tanto quanto gostava ou gosto do Danilo, Mas sinto algo muito forte pelo Thomas.

- O que tenho que fazer para mostrar que te amo? - disse ele separando nossos lábios.

- Me mostrar que vale a pena ficar com você. - separei nossos corpos e me levantei.

- Onde vai?

- Para casa.

- E nós? - perguntou.

- O que tem?

- Estamos bem?

- Vou tentar esquecer, se me provar com atitudes que me ama não com palavras.

Ele ficou em silêncio e fui embora, eu sei que sinto algo pelo Thomas e sei que sinto algo pelo Danilo, mas também sei que ambos me escondem algo, que provavelmente me envolva. Se eu estou com o Thomas, eu tenho que confiar nele, mas será que ele pode confiar em mim?

Caminhei até chegar na esquina de casa, calmamente e silenciosamente, a rua estava vazia, passei por uns arbustos e senti algo me puxando, pensei em gritar mas a mão tapava minha boca, olhei fixamente para aqueles olhos, e me senti mais calma:

- Calma, não grita! Sou eu. - era Danilo.

- Que diabos está fazendo?

- O que você estava fazendo com aquele cara?

- Esta me seguindo?! - disse incrédula.

- Não importa! O que estava fazendo com ele?

- Não importa! - repeti suas palavras.

- Julia! Eu disse pra você ter cuidado com as pessoas.

- Me deixa em paz! Você aparece do nada e já quer mandar na minha vida!

- Eu só quero o seu bem!

- Então me diz o que tá acontecendo?

- Julia, chega! Eu já disse que não posso, por favor não insisti.

- Então, parar de querer mandar em mim! - disse saindo de trás dos arbustos.

- Espera! - me agarrou pelo braço.

- O que você quer Danilo ?

- Julia me desculpa, mas você tem que confiar em mim

- Por que você acha que devo ?

- Pq eu amo você! - disse ele se aproximando de mim.

- Não posso..eu tenho namorado... - disse virando o rosto.

- Aquele cara! Ele não passa de um..

- Você não tem direito nenhum de falar dele...Você sumiu da minha vida e nunca mais deu sinal de vida!

- Eu tenho meus motivos Julia!

- E eu os meus!

Disse saindo de perto dele. Ele novamente me puxou pelo braço e disse :

- Eu amo você!

- Como posso acreditar em suas palavras ?

- O que quer que eu faça?

- Você não pode sumir assim da minha vida e reaparecer quando bem entende!

- E quem disse que eu sumir? Você foi minha vida inteira e eu...eu só fui um capítulo da sua.

- Não diga isso. Você me abandonou. Você me deixou sem mais nem menos. Você não tem o direito de falar assim comigo.

- E você acha que tem ? Julia você não sabe como foi difícil deixar você. Você não sabe quantas vezes eu fiquei preucupado. Você não sabe de nada.

- Por que você não quer me contar!

- Quer saber, faça o que quiser!

- Ótimo! Quem sabe assim você se toca!

- É! Quem sabe?!.Só meu promete uma coisa.

- O que ?

- Promete que vai tomar cuidado.
Como se ele se preocupasse comigo - pensei comigo mesma.

- Esta bem. - digo me afastando.

- E Julia!

- O quer?

- Me desculpe. - disse ele quase em um sussurro e saiu andando.

Suspirei. Essa história estava estranha.

Será que ele estava certo ? Será que eu estava cometendo um erro confiando em Thomas ?

Não sei mais o que é certo ou errado, não sei o que estar acontecendo com minha vida, e algo rodeava minha cabeça, Danilo havia dito que me amava, Será?

Cheguei na porta de casa e entrei, me surpreende ao chegar na sala. Avistei o mauricinho estava ali de novo na cozinha, o tal do Advogado, resolvi escutar o que estava havendo lá.

- Não sei mais o que fazer, eu e minha filha corremos perigo? - disse minha mãe bastante aflita.

- Muito Provável, ainda não conseguimos localiza-lo e nenhum membro de sua facção. - disse ele com a voz rígida.

- Meu Deus! E agora o que faremos? - minha mãe parecia que iria chorar a qualquer minuto.

- Sugiro que tomem cuidado! - disse ele.

- Como Richard pode fazer isso com a própria filha? - disse ela.

Ao ouvir aquele nome meu coração já estava na garganta, RICHARD! , o que meu pai tem haver com isso! Nunca o vi na vida, mas ouvia mamãe citar o nome dele em algumas ocasiões. E sempre me dizia que ele não prestava!

O que está acontecendo? Eu preciso saber. Sem pensar duas vezes entrei na cozinha:

- O que meu pai tem haver com isso? - disse entrando na cozinha.

- JULIA? - minha mãe deu um pulo da cadeira.

- Anda, falem eu quero saber! - os dois me olhavam em choque.

- Acho que já está na hora dela saber. - disse o advogado.

- Saber o que?? - insisti.

- Filha, acho melhor você sentar..- disse minha mãe.