the nightmare before christmas ♡ muke [c]

✞ michael's lament

Yet year after year, it's the same routine, and I grow so weary of the sound of screams.

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Casa dos Clifford - 1 dia até o Halloween - 2:20AM

O Estranho Mundo de Jack havia terminado há horas atrás - e se devem acrescentar muitas horas atrás mesmo -, no entanto, Michael não conseguia dormir. Já estava no conforto de seu quarto, deitado em sua cama, embaixo dos seus cobertores quentes, mas a cama mais parecia uma superfície dura do que macia.

Bufou em frustração, descobrindo o próprio corpo por conta do calor que sentia e também o incomodava, apesar da brisa fria que vinha da janela aberta. E permanecera ali, totalmente esparramado no colchão, sentindo-se completamente inquieto.

Uma ideia inquietante e ao mesmo tempo irritante tentava se formar na sua cabeça, todavia, várias coisas entravam em conflito e nada fazia sentido. O pior de tudo? Ele não conseguia parar de pensar e tentar organizar tais pensamentos, pois parecia ser algo genial.

Pela primeira vez sentiu o filme que tinha visto impactar contra sua mente de uma forma que nunca esperava. O cansaço de Jack sobre a repetição do Halloween o tinha feito pensar na própria frustração, que era semelhante à do personagem. Talvez devesse levar as ideias do Rei do Horror a sério e fazer o mesmo que ele? Seria loucura. O que o Natal tem a ver com isso?

Soltou um grunhido cansado e virou de lado, em seguida voltando a ficar de barriga para cima, observando o teto do seu quarto. As estrelinhas douradas impregnadas no teto e um pouco empoeiradas ainda brilhavam. Sentiu-se ridículo por não tê-las arrancado dali na primeira oportunidade que teve. Elas eram de certa forma tão infantis.

Passou a mão em sua testa, retirando o acúmulo de suor que se formara ali. Não ia aguentar ficar deitado na cama para sempre. Suas costas já doíam e seus olhos ardiam por ficar tanto tempo olhando em um ponto fixo. Sua cabeça doía de tanto pensar e ele só queria conseguir dormir.

Resolveu levantar, apesar de querer se bater até ganhar inconsciência e poder dormir, no mesmo instante em que colocou os pés descalços no chão frio. Inspirou o ar e o soltou com calma, como se estivesse se preparando para manter-se de pé e assim o fez, caminhando até a porta do seu quarto.

Ele sabia que, caso sua mãe ou seu pai o encontrassem vagando pela casa, eles levariam um susto e o xingariam até a morte para, logo depois, mandá-lo voltar a dormir. Riu internamente com a ideia e abriu a porta, saindo do quarto sem se preocupar em deixá-la aberta.

Atravessou o curto corredor que dava acesso às escadas, parando apenas para olhar para a porta do quarto de seus pais fechada. Karen e Daryl provavelmente dormiam, já que alguns roncos eram ouvidos. Michael deu de ombros e foi até as escadas, descendo logo em seguida.

Para ser honesto, Michael não fazia ideia do que fazer no andar debaixo de sua casa. Porém, era uma opção melhor do que se entregar totalmente à insônia e ficar rolando de um lado para o outro na cama que parecia muito desconfortável.

Inconscientemente, ele andou até a poltrona do seu pai e sentou nela, esticando um pouco seu braço para a pequena cômoda que tinha o telefone fixo da casa e pegou o objeto, discando nele o número da única pessoa que o atenderia a esta hora da madrugada.

Calum.

Levou o aparelho para seu ouvido direito e torceu para que o moreno atendesse. O som de quando estava chamando repercutia pelo ouvido de Michael e seu coração batia no mesmo ritmo. Ele estava tão desesperado para ter alguém com quem conversar...

— Alô? — A voz rouca e sonolenta de Calum foi ouvida e Michael quase gritou de felicidade, porém, se conteve.

— Sou eu. — Disse simplesmente, enquanto afundava-se na poltrona velha que tinha um cheiro enjoativo de lavanda.