PRÓLOGO

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A cidade não estava passando por um bom momento na época em que eu nasci, todos nós temos dons, são vários dons, mas nessa cidade - pelo menos na época - as duas raças que predominavam era a raça dos lobos e dos vampiros. Eu nasci desprovido de dons, e meu pai disse que eu tinha sorte por isso, por ter nascido "normal" mas já minha mãe sempre dizia que eu tinha um don especial, algo que ninguém tivesse visto antes. Quando eu fiz cinco anos, minha mãe me levou até a casa de um primo meu, o don dele era da levitação, eu ficava olhando ele se elevar do chão e ficar no teto olhando para mim e dizendo para eu pegar ele se eu conseguisse, eu tentava de rodas as maneiras, e mesmo se eu subisse na cama eu conseguiria pegar ele. Quando escureceu e nos fomos dormir - eu me lembro que nós dormimos na sala, ele ficou com medo do filme, então a mãe dele mandou que nós desligassemos as luzes e a TV, e acabou que nós ficamos no escuro - foi nesse dia que eu descobri que na verdade eu não era desprovido de dons, eu só não conseguia usá-los, assim que minha tia fechou a porta eu me levantei e estendia as mãos com as palmas para cima, de princípio nada aconteceu, mas alguns segundos depois, chamas apareceram sob minhas mãos, chamas de verdade. Meu primo gritou achando que um Chamander tinha invadido a casa, com o susto eu baixei as mãos e as chamas sumiram, logo em seguida a mãe dele estava diante de nós.
- Oque foi que aconteceu? Porque você gritou?
- É que ele... Eu... Ele estava... Fogo...
- Oque? Eu não entendi nada, oque você está tentando me dizer Brendon?
- Eu juro tia Luci, eu não fiz de propósito! Eu não sabia que era possível. Meu pai sempre disse uma coisa e minha mãe outra.
- Por favor Enzo, me explique calmamente oque está acontecendo aqui.
- Está bem tia - eu estendia as mãos novamente com as palmas para cima, e lá estavam elas novamente, as chamas. Brilhando como uma luz no fim do túnel, como o sol da manhã. Quentes como o sol. Mas elas não me queimavam. Minha tia levou as mãos até a boca, meio que assustada e meio impressionada - Viu tia? No fim das contas meu pai estava errado, e !minha mãe estava...
- Enzo, des de quando você sabe que consegue fazer isso?
- Des de hoje. Eu descobri agora pouco quando...
- Venha, precisamos ligar para os seus pais.
- Mas mãe. - meu primo falou depois de tanto ter assistido tudo em silêncio.
- Não se meta neste assunto. Você não tem idade o suficiente. Agora vá para o seu quarto - disse minha tia severamente - e você - disse apontando para mim - Venha que eu vou te levar embora e vou ter uma conversa seria com seus país e com os líderes.
- Com os líderes? Mas eu não fiz nada ria, eu juro pela minha raça...
- Que raça? Você pelomenos sabe a que raça você pertence?
- Sim! Eu tenho uma casa e uma família, muito poderosa.
- Sim, isso e verdade. Mas você pelomenos sabe qual o seu don?
- Meu don é o...
- Enzo, vamos. Ou eu vou ter que convocar os líderes e seus país aqui?
- Não precisa que eu vou.
Saímos da mansão Souza de carro mesmo a distância da casa de minha ria para a minha ser de três quadras. Enquanto ela dirigia seu telefone tocou, ela atendeu no segundo toque. Pelo que eu pude ouvir, ela estava conversando com meus pais contando tudo que aconteceu detalhe por detalhe, eles entraram em um acordo de se encontrar com os líderes em uma fazenda não muito longe dali. O caminho para a Fazenda era lindo, com árvores em todos os lados e montanhas. Eu nunca tinha reparado isso antes quando ia à fazenda com meu pai. Quando passamos por uma mansão que tinha ali perto, tinha uma garota sentada na calçada da propriedade eu a encarei, e ela encontrou meu olhar depois disso minha tia virou a esquerda e sumiu em uma estrada pouco pavimentada.
Chegamos mais o menos quarenta e cinco minutos depois que minha tia desligou o telefone. Ela estacionou o carro, perto de um pinheiro gigantesco. Ela desceu do carro quase que silenciosamente, se não fosse as folhas no chão eu não teria reparado que ela havia saído do carro. Quando ela estava na porta da casa com minha mãe e meu pai ao lado dela, eles gesicularam para que eu fosse até eles, desci do carro e fui até onde eles estavam, quando cheguei perto da porta de entrada, reparei que a casa estava lotada e que aquelas pessoas faziam parte dos líderes.
Minha mãe me olhou com um olhar de orgulho, mas já !eu pai eu não poderia dizer o mesmo.
- Vamos, eu não quero deixar os líderes esperando. - disse meu pai.
Entramos na sala, mas o menos umas vinte e duas pessoas estavam lá. Eram os líderes de vários grupos da cidade. Eles se sentaram em torno de uma mesa de pedra redonda, e meu pai se assentou em uma cadeira elevada, ao seu lado se encontrava minha mãe, minha ria e um homem que eu reconheci como o lide do grupo Noite Fria, a maior facção de vampiros do estado. Minha família e conhecida por ser uma das cinco mais poderosas do estado. O líder do Noite Fria se levantou, e todos se levantaram junto com ele.
- Por rodas as raças, por todos os grupos, eu dou início a está reunião convocada pelas minhas irmãs Maria e Luci.
- Como eu convoquei vocês até aqui - disse minha tia, começando a circular a mesa - eu devo explicar o porque dessa reunião. Como todos vocês já sabem, o filho da minha irmã não possui nenhum don.
- Claro que sabemos - disse um homem velho - isso foi um milagre.
- Era exatamente isso que eu pensava a respeito dele também. Hoje enquanto estava em minha casa com meu filho Brendon, ele fez uma coisa que me deixou atordoada. Ele... Ele...
- Ele oque? Diga logo!
Antes que minha ria pudesse prosseguir, eu subi na mesa e me sentei de pernas cruzadas, estiquei os braços e virei as palmas das mãos para cima. Todos me olharam por um tempo, enquanto eu me concentrava. Uns sussurravam " oque ele está fazendo... Ele está querendo envergonhar o pai... Pobre criança" e outros me lançavam diferentes tipos de olhares. Os comentários pararam, e todos se afastaram da mesa, uns desacreditados, e outros espantados. "Chamander" era oque todos sussurravam. Desta vez não tinha sido diferente, as chamas estavam do mesmo modo de quando eu estava na casa da mi há tia.
- Sandro, você pode me explicar oque está acontecendo aqui? - perguntou meu recém descoberto tio Jhon, líder do Noite Fria.
- No fim das contas é como minha esposa sempre disse, e nem eu, muito menos vocês, acreditaram nela quando ela disse que ele era dotado de um dom especial. Mas algo está errado, só se pode nascer um chamander, se o pai e a mãe da criança forem um chamander. E como vocês sabem, nem eu, nem minha esposa possui o don das chamas.
A reunião acabou tão rápido quanto tinha começado, des minutos depois que meu pai acabou o discurso, todos haviam ido embora, menos minha mãe, minha tia e meu mais novo tio.
- Sandro, você sabe muito bem que não podemos deixa-lo entre nós. Ele precisa ir para o reformatório!
- Eu sei muito bem disso. Filho, você pode vim até aqui por favor? - eu fui até ele - Nós entramos em um acordo e achamos melhor você ir para um reformatório, mas não se preocupe, você não estará lá sozinho, nós iremos te visitar... - antes que ele terminasse, algo inesperado aconteceu. Eu senti meu corpo começando a queimar, então me curvei de dor, eu sabia que alguma coisa estava acontecendo. Algo de errado. Meu pai se afastou olhando para mim como se eu fosse um tipo de monstro, minha mãe disse bem baixo " como ele pode se tornar um lobo? Isso é impossível ". Quando direcione minha visão para baixo, reparei algo muito estranho. Eu mão tinha mãos, nem pés. Agora haviam patas em seus lugares, patas peludas, com unhas grandes e com tudo que uma pata de lobo tem direito. Fui andando lentamente para perto da minha mãe, e ela foi se afastando lentamente, como se eu fosse um predador. Eu tentei gritar o nome dela, e foi nesse momento que eu cai na real, não saiu nenhum som de voz, ou algo que poderia ser reconhecido como voz humana, tudo que saiu foi um uivo, o uivo de um lobo. Eu virei e comecei a correr em direção a porta, passei por ela como se não tivesse nada lá. Enquanto eu corria, galopava ou sei lá oque um lobo faz, eu ouvi ao longe a voz da minha mãe, ela gritava desesperadamente meu nome. Eu juro que não sei como consegui ouvir ela me gritando, eu já estava a quase um quilômetro de distância da fazenda. Quando virei a esquina mais próxima virando na estrada de terra, eu paralisei. Lá estava ela novamente, da mesma maneira que eu havia visto ela da primeira vez de dentro do carro. Ela continuava sentada da mesma maneira que antes ela estava, de frente a canção. Parado ali como um lobisomem ou lobo não sei, eu pude ve-la perfeitamente. Ela tinha a pele clara, e a luz do luar, sua pele ficava ainda mais clara, como um floco de neve, seu cabelo parecia ser feito em homenagem a alguma cachoeira, eles eram longos e meio que cacheados, seus olhos eram enormes como a Lua cheia, mas estavam tão escuros quanto o céu daquela noite. Ao encontrarem o olhar feroz do lobo, meu olhar, os olhos dela mudaram de cor, passaram pretos para castanho-claro como mel, e sua expressão também havia mudado, quando eu a vi, ela estava com uma expressão cansada e entediada, mas quando eu cheguei, seu rosto se iluminou. Quando eu finalmente correu minha onda de pensamentos, ela já estava na minha frente com a mão na minha cabeça. "É você que estava dentro do carro não é?" ela disse as palavras na minha mente, e mesmo parecendo locura eu respondi "Sim". Ela se afastou de mim e me olhou entusiasmada, mas eu não fiquei para saber se era entusiasmo ou outra coisa. Sai em disparada em direção a casa da única pessoa que eu sabia que iria me aceitar e me entender.
Eu estava de frente para a casa do meu " irmão" Rhaul, ele e o Marcos eram as únicas pessoas da minha idade que eu sabia e que eu já vira se transformar em lobo. Eu tentei gritar ele, mas a única coisa que saiu foi outro uivo. Menos de dois minutos depois ele estava atrás de mim, havia chegado tão silenciosamente que eu não tinha percebido.
- Quem é você lobo? Eu nunca te vi por aqui aqui!
Apesar de ter apenas cinco anos, ele aparentava ter uns sete ou oito anos, ele era muito desenvolvido para sua idade verdadeira. Eu me esforcei para poder voltar ao normal, ele estavam e olhando e disse.
- Alguém te mordeu ou te arranhou? Como isso aconteceu?

- Não! - me esforcei para dizer - Eu simplesmente virei isso. Sem ofensas.
- Não se preocupe, não me ofendeu. Afinal, seu país sabem que...
- SABEM!
Nós ficamos conversando na varanda da casa dele por um tempo. Conteúdo tudo que tinha acontecido, das chamas ao lobo. Assim que terminei de contar a história roda, ele se levantou e fez uma ligação.
- Marcos?
- Hum... Aí... Oque você quer a essa hora da noite?
- Eu preciso que você venha aqui na minha casa agora. E urgente.
- Você sta de brincadeira não está?
- Não, eu estou falando sério, o Romeo está aqui e precisa da nossa ajuda.
- Como assim da nossa ajuda?
- Ele pode se transformar em um lobo, assim como nós, e também é ou parece ser um chamander.
- Já estou indo. - alguns minutos depois, ele chegou, não como uma pessoa normal, mas como um lobo, eu só desconfie que era ele porque Rhaul, não fez nenhum movimento enquanto ele se aproximava. Assim que chegou diante de mim, ele me olhou com um olhar feroz, e logo em seguida voltou a sua forma de homem, garoto. Ele trajava uma bermuda e estava sem camisa.
- E então? Posso ver oque você consegue fazer?
- Não sei se consigo, foi tudo sem querer, em um minuto eu estava na fazenda, e no minuto seguinte estava parado diante a mansão.
- Oque vocês tava fazendo lá?
- Depois eu te conto Marcos, ele já me contou toda a história. Agora Romeo, você pode nos mostrar alguma dessas coisas que você me disse poder fazer?
- Como assim Rhaul? Você nem sabe oque ele realmente pode fazer? Você me ligou sem ter certeza se ele pode ou não pode fazer alguma coisa útil.
- Eu sei que é verdade, porque - enquanto eles discutidas eu estendia uma das mãos com a palma para cima, entre eles, e lá estavam elas, as chamas. Elas estavam mais intensas e mais quentes que antes, também vieram bem mais rápido do que pensei. Marcos deu um ou dois passos para trás na mesma hora em que as chamas apareceram, mas o Rhaul, ele virou um lobo e parou a mais o menos uns quatro metros de onde nos estávamos.
- Como você conseguiu fazer isso? - perguntou Marcos - elas são quentes, e parecem ser mais quentes que as chamas de um chamander. Mas eu ainda não entendi uma coisa, como você consegui fazer isso e ainda se transformar em um lobo?
- Eu não sei, eu acho que...
- Você já conheceu algum chamander?
- Já. Uma vez! Quando eu tinha três anos eu acho.
- Eu estive estudando o livro dos dons, e encontrei o mais poderoso dos dons, ele e citado apenas uma vez, então deve ser muito raro. Ele não tem um nome específico. Então e resolvi nomea-lo de Receba.
- Receba? Como assim Marcos?
- A pessoa qe possui esse don, pode ter o don de qualquer outra pessoa, mas para isso a única coisa que se é preciso ser feito, e que a pessoa deseje que você tenha o mesmo don que ela.
- Então você está dizendo que eu...
- Eu não tenho certeza de nada. Não estou dizendo nada.
- Não estou querendo desanimar ninguém - começou Rhaul - mas eu acho que você deveria ir para o reformatório, afinal você não domina totalmente seus poderes não. E não se preocupe, você não vai estar lá sozinho.
- Você quer que eu vá para aquele lugar e fique lá 10 anos? Ainda mais sozinho.
- Você não vai sozinho, nós iremos com você. Marcos e eu.
- Nós vamos com ele?
- É, vocês vão comigo?
- É lógico, afinal nenhum de nos consegue dominar claramente nossos dons.
- Já que você está falando, então vamos. Só não faça eu me arrepender.
- Então está combinado, a partir da semana que vem, nos estaremos no reformatório.
- Isso, a partir da semana que vem, mas por enquanto eu só quero jogar um Play e relaxar. Oque vocês acham? Um futebol.
- Por mil tudo bem! E você Marcos?
- Por mim tanto faz.

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