CAPÍTULO 18

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Me despedi do pessoal e sai. Uma rua depois da escola avistei Gustavo, ele não me viu, mas eu pude ver perfeitamente oque ele estava fazendo. Ele estava se alimentando, literalmente, estava bebendo o sangue de uma garota, pelo que dava para ver da distância em que eu estava, ela já estava sem vida. Observei sem interferir até que ele fosse embora, eu me aproximei da garota, eu não a reconheci, mas não havia nada que eu pudesse fazer, continuei seguindo meu caminho, provavelmente meu pai iria saber daquele incidente de manhã. Não fui diretamente para casa, antes disso eu passei na Samantha, parei e esperei até que me decidi e escrevi no muro da casa dela a seguinte frase " Agora já é tarde" Assim que escrevi fui correndo para casa, quando entrei meu pai estava a minha espera.
- Filho, finalmente você chegou!
- Pai?
- Precisamos ter uma conversa séria.
- Pai, o senhor está me assustando.
- Eu preciso que você vá morar um tempo em Londres.
- Mas pai!
- Eu sou se pai, não me venha com discussão, você é menor de idade e isso é para o seu próprio bem!
- Para o meu próprio bem?! Como ir para Londres pode ser bom?
- Meus grupos estão caindo drasticamente, contando com hoje, eu perdi cerca de 44% de poder na cidade, estou com medo de que algo possa te acontecer. Por favor filho, vá para a casa da sua tia em Londres.
- Eu vou pai, mas com uma condição.
- Qualquer coisa.
- Enquanto eu estiver fora, nada pode acontecer com meus amigos.
- Eu vou preparar tudo para que seus amigos fiquem em segurança.
- Tudo bem. Para quando está marcada a viajem?
- Quanto mais rápido melhor.
- Dois meses.
- Isso é muito tempo – eu olhei bem para os olhos dele, de uma maneira que o desafiasse – Está bem, dois meses, nada mais e nada menos.
- Boa noite pai.
- Boa noite meu filho. – eu estava sem sono, mas mesmo assim fui para meu quarto. Oque eu iria fazer agora? Eu tinha que proteger os grupos de qualquer jeito, mas como ia fazer isso se eu estivesse em Londres? Como eu iria fazer isso? Eu não podia me estressar, em poucos dias seria o meu aniversário... Adormeci sem perceber, quando acordei já estava quase na hora de ir para escola, faltavam cinco minutos, me arrumei o mais rápido possível e fui para escola, nem me despedi da minha mãe. Quando cheguei na escola, fui correndo para a sala, a professora Asher ainda não tinha chegado, eu me assentei no meu lugar, Samantha já estava ao lado no lugar dela.
- Bom dia Samantha.
- Bom dia Enzo.
- Você sabe porque a professora ainda não chegou?
- Ela foi buscar as alunas transferidas.
- Ata, obrigado. – abaixei a cabeça e ela virou o rosto para encarar a janela.
Enzo?
Oi?
Eu não quero que você fique com raiva de mim, eu não gosto de fazer as pessoas sofrerem, mas eu não gosto de você.
Você já está gostando de alguém?
Não é isso, o problema é que você já conquistou minha amizade.
Eu queria que isso não tivesse acontecido.
Porque não? Você não quer ser meu amigo?
Eu não quero só sua amizade!
Eu entendo, mas eu não posso fazer nada. Por favor, tente me esquecer, fique com outra garota, se apaixone por outra, vai ser melhor pra mim e para você.
Você tem certeza que é isso que você que?
Tenho, eu realmente quero que você aprenda a viver sem mim. Eu quero ser apenas a sua amiga! Pode ser?
Pode sim, já que não tem outro jeito. Mas e se algum dia você começar a gostar de mim, oque você fará?
Se isso acontecer você nunca vai ficar sabendo.
Porque?
Motivo nenhum.
Será que algum dia você vei me aceitar?
Nada é impossível. Um dia eu posso sim me apaixonar por você ou talvez nunca aconteça isso. Só mais uma coisinha, foi você que escreveu aquilo no muro de onde eu moro?
Não.
Afs, você vai mesmo mentir Enzo?
– nesse mesmo instante a professora abriu a porta e com ela entrou duas garotas, uma eu reconheci imediatamente, eu a conhecia pessoalmente, Stefany, a outra provavelmente deveria ser a Valquíria sua irmã.

Biel estava andando, mesmo estando atrasado para escola ele continuava andando como se nada no mundo importasse, Raul e Marcos estavam mais a frente andado de pressa. Para chegar mais rápido na escola, Raul indicou um corte de caminho pelo cemitério, Biel não estava prestando atenção porque para ele praticamente qualquer coisa estava bom. Ele estava entretido conversando com duas almas.
Lucas! Você não vai mesmo desistir né?
Gabriel, você sabe como ele é.
Ellen tem razão, ele não vai desistir até te convencer a não ir a aula hoje. Você chá que teria chance do Gabriel faltar hoje Vinícius? – não houve resposta – Vinícius? Você está bem? – novamente não houve resposta – Gabriel, tem alguma coisa errada. Onde nós estamos? Vinícius era daquele jeito outra vez.
- Marcos, onde estamos?
- Deixa de ser chato. Estamos cortando caminho pelo cemit... A não. Raul, você está louco?!
- Porq... Não... Não... NÃO! eu me esqueci completamente.
- Agora já é tarde. Vinícius você está bem?
Agora sim, parece que me livrei de um peso enorme.
- É melhor vocês dois se prepararem – Biel sacou suas duas adagas e se posicionou para luta, Marcos e Raul se transformaram, um minuto depois todo o chão do cemitério começou a rachar e vários zombies começaram a aparecer. Marcos, Raul e Biel começaram a atacar com golpes certeiros na cabeça e no pescoço.
Me desculpa cara, eu não fiz isso por mal.
- Não tem problema, nos vamos dar um jeito rápido nesses mortos vivos –  Biel respondeu enquanto passava com agilidade entre os zombies movendo as adagas com golpes certeiros. Em poucos segundos eles estavam todos mortos outra vez.
- Eu pisquei e eles estavam mortos outra vez.
- Isso é normal Raul. Ele faz isso dês de os sete anos de idade.
- Ele realmente é bom nisso.
- Marcos, preciso que você veja uma coisa.
- Oque é?
- Aquela coisa novamente, meus olhos.
- Dessa vez eles estão verdes.
- Agora vou ter que esperar até o terceiro horário pelo menos.
- Não faz mal. É bom que dá tempo de enterrar esses troços outra vez.
- Até que Marcos tem razão.

AS CRÔNICAS DE UM MUNDO PERDIDO - DONSOnde histórias criam vida. Descubra agora