Capítulo 2

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As horas se passaram e a conversa com as duas novas pessoas fluíam naturalmente. Eles eram simpáticos, mas me sentia deslocada cada vez que eles me olhavam diretamente nos olhos.
Ouvimos alguns barulhos e logo a porta da frente foi aberta, passando por lá três pessoas.
- Sra Volker, muito prazer em vê-lá.
Foquei minha atenção no homem mais ao longe.
Ele não passava dos vinte, seus revoltos cabelos eram de um tom loiro trigo, e sua pele se contrastava por ser quase tão branca quanto a minha. Seus olhos escurecidos me fitavam com seriedade. Ele era o mais alto dalí e não parecia muito a vontade.
Percebendo que eu o observava, sorriu em cumprimento e eu retribui timidamente.
-Sou Elliot Schummer, muito prazer. - Um homem moreno alto que se reverenciou educadamente.
-Sou Mira. Prazer.
Ela não era loira, mas sim morena. Uma morena tão linda que quase perdi o fôlego. Vendo aquilo, me senti péssima, todos eram de uma beleza deslumbrante, e eu era uma simples menina. Devia ter colocado um vestido mais bonito, ou algumas outras jóias mais bonitas.
O homem que observava, veio até mim e beijou minha mão.
-É um prazer finalmente te conhecer Katherine. Sou Pyter Campbell.
Prendi a respiração por um momento, então ele seria meu marido em menos de um mês.... Respirei fundo e sorri.
- O prazer é todo meu.
Minha voz saiu tão baixo que se não fosse por seu sorriso iria achar que ele não escutara.
-Então... Vamos falar sobre a cerimônia? - perguntou mamãe.
- Ah, claro! Nós já organizamos um pouco mais o local, acompanhe-nos. Podemos até fazer um treino do casamento, já que você está aqui.
Mamãe sorriu satisfeita e saiu junto com os outros, Cateline e eu fomos até o quarto indicado para as trocas de roupas, e ela já foi se segurando para não gritar.
- Você viu?! Seu noivo é perfeito! Quer dizer... Todos alí são perfeitos! Caramba, Kate! Você é tão sortuda.
- Perfeitos... Até demais.
- Ora, pare com isso! Vem, vou te dar um banho, arrumar e colocar um lindo vestido!
- O do casamento... ?
- Não, não! Ele será surpresa!
Segurei a vontade de chorar, enquanto minha irmã cuidava de cada detalhe de mim. No momento que pude ficar sozinha na banheira, mesmo que pouco, coloquei a cabeça entre os joelhos e chorei.
- Se continuar chorando, nem com pó irei conseguir esconder. Por favor, Kate.
- Eu... Eu tentei. Isso é difícil, mamãe nem se importa e...
- Eu estou aqui, maninha. Seu noivo é incrível e vai ficar tudo bem.
Respirei fundo e forcei um sorriso. Seria um treino certo? Tudo ficaria bem.
Quando Cateline acabou, mal pude me reconhecer. Pela primeira vez achei realmente que estava... Bonita. Meu cabelo estava com uma trança mais elaborada e algumas flores para enfeitar, o vestido claro modelava bem meu corpo e meu rosto estava com uma bela maquiagem.
- Está linda não é? Guarde fôlego. Vai estar ainda mais no casamento!
Sorri e a abracei com força, não me trazia a segurança que queria ou precisava, mas era bom.
- Pronta?
- Não... Mas, vamos.
Julliet estava na escada sorrindo para nós.
- Mira vai tocar piano dessa vez, normalmente é o Pyter, sabia? - ela se virou para minha irmã - Você pode ficar perto de sua mãe se quiser. - ela voltou para mim novamente, e pegou minhas mãos - Katherine, estou realmente feliz por você entrar para a família! Saiba que qualquer coisa que precisar eu ficarei contente em te ajudar. Espero que sejamos amigas.
- Obrigado Julliet. Tenho certeza que sim.
O lugar era totalmente aberto, como estava esfriando cobriram tudo com uma enorme lona. Era um lugar lindo e completamente diferente, várias flores e árvores estavam ali. Pyter estava incrivelmente lindo com o terno cinza.
O ensaio passou normalmente, o padre nos fez repetir três vezes o que falariamos no dia. Estava ansiosa com tudo aquilo, mesmo não sendo o dia do casamento, me sentia abandonada e solitária. Pyter apertou minha mão levemente como se fosse me dar forças, sorri com aquilo.
Mesmo sendo um ensaio tivemos que nos beijar, não foi um beijo de verdade. A penas um encosto de lábios, sem muita animação.
Depois de todo o ensaio, fomos para a enorme sala de jantar, onde estava repleta de comida e algumas velas para dar um tom. A conversa fluía normalmente, mas eu preferi ficar quieta, só respondendo as perguntas sem chamar muita atenção. Estar ao lado de Pyter me deixava tensa.

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