Capítulo 5

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Pela primeira vez fui até o andar que Elliot e Mira ficavam, bati algumas vezes na porta.
- Katherine? Que surpresa...
- Olá, Elliot. Aonde sua mulher está?
- Provavelmente bordando na sala, ela sempre faz isso de tarde... Algum motivo especial?
- Nenhum. Obrigado.
Não esperei resposta e desci como um raio. Mira estava de costas, cantarolando alguma coisa, cheguei calmamente por trás.
- Você é tão engraçada...
- Caramba! Que susto, Katherine!
- Não seja irônica comigo, sei de suas intenções.
- Que intenções? Está louca?
- A carta já foi destruída, se você não gosta de mim, tanto faz. Agora não ouse se meter meu casamento com Pyter.
- Que carta você está falando?
Seus olhos esverdeados estavam curiosos. Não tinha como ser ela... Mas quem seria? Droga.
- Desculpe, foi um engano. Preciso ir.
Mira segurou minha mão com força.
- Que história é essa de carta?
- Recebi uma carta, dizendo que meu casamento ia ser adiado.
- Mas que besteira... Não sou infantil, isso é coisa de pessoas como você.
Ela saiu irritada. Não me importei muito, mas me arrependi de ter sido tão direta.
Voltei para a biblioteca, anotei em um papel o conteúdo da carta. Mesmo não tendo em mãos a original, não saía de minha cabeça aquelas malditas palavras. Que mentira ele se referia? A falta de amor? Ah droga. Isso não era tão importante.
- Está com problemas?
Dei um pulo ao sentir uma mão em meu ombro e olhei para Pyter que me fitava.
- Não, não. Eu só estava pensando.
- Parece bem concentrada, diria até meio nervosa.
- É aceitável.... Amanhã é o casamento.
- Ah sim... Mas não se preocupe, vai dar tudo certo.
Seus olhos pareciam sinceros, não podiam me acalmar como Elijah, mas me fazia bem.
- Claro, são só preocupações de noiva.
Ele sorriu e beijou minha mão, antes de começar a se afastar.
- Oh... Você estava escrevendo?
- Não - droga, péssima mentira. - Sim.
- Está ou não? - Ele franziu o cenho
- Estava, mas não era nada demais.
- Posso ver?
- É pessoal, desculpe.
- Tudo bem. - ele fitou o chão - Gostaria de andar?
Não. Eu quero resolver logo esse problema, quem é o boboca que me mandou a carta com a ameaça, se eu descobrir...
- Claro, seria um prazer.
Ele sorriu e estendeu o braço. Andamos por grande parte do castelo, não prestava muita atenção no que Pyter dizia, meus pensamentos estavam na maldita carta.
- Katherine, você está muito avoada.
- Perdão, estava pensando em meu pai.
- Ah... Ele não poderá vir?
- Não, também que mamãe não iria permitir que o casarão ficasse sem ele.
- Sinto muito....
- Já está ficando tarde, se não se importar, gostaria de já me retirar.
- Tenha uma boa noite.
Estava quase voltando quando escutei Pyter me chamando com um tom de voz tão baixo que quase passou despercebido.
- Algum problema?
- Talvez ainda seja cedo, ou você nem sinta o mesmo. - um bolo em meu estômago se formava. - Amanhã vamos nos casar... Sempre achei que meu casamento seria algo sem sentimentos, mas conheci você e hoje foi a confirmação. Eu gosto de você, Katherine. Amor ainda não, mas estou começando a gostar de verdade.
Senti um gosto amargo em minha garganta, a lembrança de meu beijo com Elijah bombardeou minha cabeça.
- Também gosto de você, Pyter... Preciso ir.
Saí apressada, precisava chegar o mais rápido possível. Estava em um enorme labirinto, mas agora ainda mais perigoso. Existia sentimentos e com isso não se brinca.
- Kate, você está bem?
- Só preciso dormir, Cateline.
Não me importei nem em trocar de roupa, me joguei na cama de vestido e chorei até cair em um sono sem sonhos.

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