Capítulo 9

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O som de passos se aproximando me tirou dos pensamentos e me coloquei em modo de ataque, pegando um pequeno canivete que jamais saía de minha capa. Um homem de branco, vários centímetros mais alto que eu se aproximava cada vez mais, com uma máscara feita de carne humana, cheia de sangue, se aproximava sem medo.
- Quem é você?! O que você quer?!
Com uma força e rapidez sobrenatural ele me prendeu contra a árvore, sua respiração pesada e áspera em meu ouvido fazia meu coração bater cada vez mais rápido. Uma lâmina saía de sua manga, afiada e logo senti um gosto de sangue em minha boca, o maldito me cortará.
Mesmo sendo inútil tentei me defender, sentindo cada vez mais dor irradiando de minha cintura, então ele era o A? Que irônico, sempre achava que me queria sozinha, e não me matar. Fechei os olhos e esperei minha morte. Abri poucos segundos depois, quando parei de sentir a pressão do braço de A que me prendia na árvore.
- Katherine?
Era a voz de Pyter! Ele estava me procurando.
- Kate?! Onde você está?!
Não só ele, mas também Elijah. Senti uma alegria crescer, e mesmo com a dor tentei gritar o mais alto possível, o som saiu como grunhidos, mas alto o suficiente para chamar a atenção deles.
- Você está ferida! Ah meu deus, o que aconteceu?! - Pyter me pegou no colo, cobrindo-me com sua capa. - Elijah, vá correndo até o castelo preparando tudo, Katherine está ferida.
Sentia o ar se esvaindo e deixei a mente vagar enquanto era levada as pressas até o castelo, caindo poucos minutos depois em inconsciência.
Recobrando a consciência, não sentia mais toda a dor, mas sim una fraqueza. Fitei o teto branco e o silêncio do lugar deixava uma grande tensão. Me levantei com dificuldade e vi que Pyter estava no quarto, deitado em uma posição desconfortável.
- Pyter? - Minha voz saiu tão baixa que se ele não tivesse dado um pulo, juraria que ninguém escutara.
- Katherine?! Você está bem? Com muita dor?
- Acalme-se, estou bem. Só um pouco fraca.
- Mandarei trazerem um banquete para você, agora mesmo.
Antes de poder fazer qualquer objeção, ele saiu apressado do quarto, dando espaço para Julliet entrar.
- Katherine, que bom que acordou, ficamos tão preocupados.
- Julliet, o que aconteceu com Pyter?
- Ele estava com tanto medo, não saiu um único segundo do seu lado, deixou de comer e até de dormir, mas acho que dormiu por alguns poucos minutos.
- Quanto tempo....
- Um dia inteiro.
Pisquei incrédula, talvez fosse pelo sangue perdido, mas ainda assim era um tempo muito grande.
As lembranças da máscara me bombardearam, isso deixou claro que A não somente queria matar Elijah e Pyter, mas também queria que eu estivesse fora do caminho, mas por que? O que o maldito queria?
Um mês depois do incidente no rio, as coisas estavam completamente estranhas. Pyter passavam todo seu tempo livre, se dedicando para me fazer feliz e bem, conseguindo sempre o contrario. Elijah e Stefan estavam mais afastados, dificilmente conversando comigo mais de dez minutos.
Suspirei com tédio e me levantei para pegar minha capa, se continuasse alí sem fazer nada, com certeza enlouqueceria.
- Não está pensando em sair sozinha, está?
- Não vejo problema nisso, Mira.
- Claro, é bem fácil para você falar isso sendo que sempre quer ser a estrela.
Céus como alguém pode ser tão burra? Como se fizesse por prazer, respirei fundo para não perder a cabeça e lhe depositar uma boa bofetada.
- Eu não tenho medo de você, Katherine.
Dizendo isso se virou e tomou o caminho para o salão principal. Precisei de alguns segundos para me acalmar e peguei o caminho até os aposentos de Elijah.
- Posso entrar? - Disse abrindo a porta devagar.
- Já entrou. - disse bem humorado
- Quanto humor. Alguma coisa em especial?
- Não, nenhuma. Algum problema, sra Campbell?
- Não comece, Elijah. Sabe que sinto sua falta.
- As pessoas que mentem vão para o inferno.
- Não me importo com isso.
Quebrei o espaço entre nós e o puxei para um beijo. Estava cansada de viver uma mentira. Talvez fosse pela raiva que estava de Mira que fizera isso, talvez fosse pela vontade avassaladora.
- Katherine, isso é errado.
- Elijah, você me deseja não é?
Escutei alguns grunhidos saindo de sua boca e depois fui presa com força contra a parede.
- Você não tem noção da raiva que me deu quando se casou com ele. - ele aproximou os lábios de meu pescoço. - Mas não tenho como te odiar. - sua voz me causou arrepios. - Eu amo você com todo o meu coração.
Suas mãos prendiam meus braços para cima, com força. Sua língua estava frenética e agitada, um beijo que deixava cada vez mais quente.
- Elijah, vamos para o inferno.
Sua raiva parece ter aumentado, por senti seus dentes morderem minha boca.
- Por você vale a pena.
Ele me atirou na cama e continuou me beijando com fervor, correspondia com a mesma intensidade ou até mesmo mais, diferente de Pyter, seus toques eram fortes e dolorosos, aumentando minha excitação cada vez mais. Em poucos minutos estávamos completamente nús trocando carícias cada vez mais ousadas e excitantes.
- Elijah, preciso de você em mim!
Sua boca percorria meu pescoço, enquanto nossas intimidades se tocavam, não pude evitar soltar um gemido quando ele me penetrou pela primeira vez. Não por dor, mas sim por puro prazer. Nossos corpos se tocavam com tanta intensidade que parecia se juntar em apenas um.
Horas depois, estávamos deitados na estreita cama, abraçados e completamente nús.
- Isso foi errado.
- Você gostou.
- Eu traí Pyter. Você também o traiu.
- Não vejo problemas nisso. Já disse que por mim, iriamos embora daqui.
Beijei seu peito nú e depois sua boca macia.
- Preciso ir, antes que ele se de conta de meu sumiço.
Peguei minhas roupas do chão e me vesti mesmo a contra gosto.
- Eu te amo tanto, Kate.
- Eu também amo você.
Antes de sair depositei vários beijos em sua boca e saí com passos largos.
Chegando na sala, pela primeira vez em meses vi Julliet e Alec abraçados no sofá. O amor era quase palpável.
- São lindos não? - disse Pyter me abraçando por trás.
- Sim. - Me afastei rapidamente, talvez estivesse com o cheiro de Elijah ainda.
- Algum problema?
- Nenhum... Só preciso de um banho.
- Eu cuido de você.
Sua voz foi tão forte que não pude voltar atrás e suspirei sabendo onde aquela conversa acabaria.
Os toques de Pyter eram calmos e cuidadosos, quase nada excitantes. Enquanto sentia suas investidas, fechei os olhos deixando minha mente vagar para longe se agarrando a lembrança de Elijah.

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