Capítulo 8

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Francisca

"Quem é Vitor?" Mary me pergunta.
"Não é ninguém Mary, não quero falar disso, a minha mãe não tinha nada que falar nesse assunto!" digo, espero que não faça mais perguntas, mas ela não desiste.
"A tua Mae disse para não fazeres, ao Alex, o que fizeste ao Vítor, que se passou Kika?" ela diz, gosto muito dela, mas já me está a irritar.
"Mary já disse que não é nada, não quero falar disso!" digo.
"Kika eu adoro-te, mas ele é meu primo, não quero que sofra!" ela me diz, e as palavras dela me magoam.
"Linda, por favor... Porque vocês se lembraram de pegar no meu pé agora, por causa do Alexandre?" pergunto.
"A sério? Esta na cara Kika!" ela diz, estou a perder a paciência.
"Esta na cara o que Maria?" digo fazendo menção, de lhe chamar Maria, que sei que odeia, ela olha-me de soslaio, a pois menina também sei ser má.
"Kika... O meu primo nunca fez mal a uma mosca, nunca se chateou por nada..." ela faz uma pausa, e vira se para a janela e então continua.
"Do nada, da um soco ao TEU namorado, para TE defender, acho que gosta de ti" ela diz suspirando, como é que é? Ela não está bem.
"Estas a delirar, ele só fez isso porque o Marco me ia magoar, mais nada!" digo, olhando para os meus dedos, no meu colo.
"Como queiras, só te peço, não o magoues, por favor, ele não merece!" ela diz, sinto me mal, até ela acha que só faço mal as pessoas.
"Podes ir embora por favor?" peço.
"Kika?!!..." ela fala mas eu interrompo.
"Por favor!" digo num tom serio, tem piedade de mim.
"Logo venho buscar-te querida" ela me beija na testa, e vai em direção a porta, sei que a maguei em mandar-la embora.
"Mary?" digo antes que saía, ela se vira para mim e me encara.
"Sim?" ela diz.
"Obrigado! Adoro-te" ela me olha, e então sorri.
"Não agradeças! Também te adoro, logo venho buscar-te" ela diz e então sai.
Deito-me um pouco e caio, no sono.

"Francisca? Francisca?"
Alexandre chama-me, tento alcança-lo mas não consigo, estou a cair, quero agarrar a sua mão e nao consigo...
"Alexandre! Ajude-me!" peço
"Não me deixes, agarra-me" ele implora
E então caio.....

"Naaaaoooo" acordo sobresaltada, que merda estes sonhos tem que acabar. No quarto entra o Dr.Miguel, a pressa.
"Francisca? Está tudo bem?" ele diz, preocupado.
"Sim, sim, foi só um sonho!" digo tranquilizando-o.
"Francisca, já vamos poder tirar isso enorme do nariz!" ele diz forçando o sorriso.
"Que bom, quer dizer que vou ter alta?" pergunto, ele hesita.
"Sim, vais ter alta! Achamos que o caso era mais complexo, mas afinal podes recuperar sem as placas!" ele diz, sinto-me aliviada vou-me ver livre disto. No quarto entra o enfermeiro, aproxima-se de mim, e começa a tirar a liga que tenho a volta da cabeça, e vai tirando o resto que está no nariz.
"Francisca, não quero que te preocupes, e normal isso estar inchado, e roxo, daqui a uma dias passa, ok?" o doutor me diz.
"Quer ver como esta?" o enfermeiro pergunta.
"Sim, por favor!" respondo, ele puxa um espelho, e coloca na minha frente, nossa senhora estou horrível, tenho os olhos muito roxos, o nariz muito inchado, mas parece-me normal não está torto.
"Francisca a tua mãe deixou roupa para ti no armário, acho que deverias ir tomar um banho, colocar-te a vontade, vais almoçar e depois vamos falar sobre a tua alta, pode ser?" o doutror pergunta.
"Sim, acho que me vai fazer bem tomar um banho!" digo.
"Precisas de ajuda para tomar banho ? Ou consegues sozinha?" olho para ele, com a testa franzida, eu não preciso de ajuda para TOMAR BANHO.
"Não, eu consigo sozinha" digo.
"Até já então" ele se despede, e os dois saem do quarto.
Devagar desco da cama, sinto-me um pouco tonta, mas logo passa. Decido verificar o meu telemóvel, tem uma msg... De Alexandre abro, e leio:
"Não agradeças, foi um prazer ver-te,levar um soco ☺, desculpa, eu e que devo agradecer, eu e que devia estar no teu lugar, espero que fiques bem, bj"
Sinto-me aliviada, ele respondeu, eu apanhei no lugar dele e verdade, mas ele defendeu-me era o minino que poderia fazer, pego o telemóvel, e dígito:
"Vou ter alta, anda tu, buscar-me!"
E envio. Olho para as horas, já são 13:25h. Pego a minha mala, que a minha mãe trouxe com a minha roupa, e dirigo-me as casas de banho.
Entro e fecho a porta, ao lado do chuveiro, tem um cordão vermelho com um aviso "EM CASO DE INDISPOSIÇAO PUXE O FIO" deve activar o alarme, retiro da mala, a toalha, e a minha roupa, nota se bem que foi a minha mãe que fez a mala, que roupa brega, abro o chuveiro, e deixo a água correr, até ficar quente.
Coloco-me debaixo do jato da água, a água quente arde o meu rosto, e vejo-me obrigada a desviar, caramba isto doi. Depois de 20 minutos, estou seca e vestida, este vestidinho de princesa, com estas botas pretas está um máximo, oh mãe, escovo os dentes, e penteio o cabelo, estou pronta.
Chego ao quarto e sento-me na cadeira, junto da pequena mesa, em frente a cama.
Passam 10 minutos e chega o meu almoço, ergo a tampa do prato, faço cara feia, que nojo e legumes por todo o lado! E peixe. Obrigando-me a comer, la consigo engolir algum peixe.
Fico a espera até as 15h, até que entra o Dr.Miguel.
"Francisca, estas pronta? podes acompanhar-me?" ele diz com um ar preocupado.
"Sim estou pronta, algum problema?" pergunto.
"Precisamos falar Francisca, mas não aqui!" ele me diz, estou a começar a ficar inquieta, mas decido pegar nas minhas coisas, e não dizer nada e seguir-lo.
Andamos até ao fundo do corredor, e entramos no elevador, la dentro examino a expreçao dele, alguma coisa não está bem, ele está sisudo, não olha nos meus olhos. Saímos do elevador, e continuamos a caminhar, até meio do corredor, até que me faz sinal, para entrar em um gabinete do lado esquerdo, abre-me a porta e cede-me passagem.
"Francisca, senta-te por favor!" a voz dele e calma, ele diz enquanto me puxa a cadeira para que me sente, e eu assim faço, e ele se senta a minha frente.
"Vamos tratar da minha alta?" pergunto. Ele lê uns papéis, e me encara.
"Francisca estamos com um problema!" ele diz levando as mãos o rosto, como se o limpa-se.
"Não ficou bem? Temos que repetir? Não me importo doutor!" digo, mas ele olha para mim, com pena?
"Quantos anos tens Francisca?" ele pergunta, mas o que isso importa agora? Mas decidi responder.
"20 Doutor!" ele suspira.
"Tão nova..." ele diz tão baixo, que nem sei se ouvi bem.
"Doutor pare com os rodeios, o que se passa?" peço.
"Francisca tens dores de cabeça regulares?" ele pergunta, já não percebo um caralho do que o homem quer afinal.
"As vezes sim, algumas mais fortes que outras, mas normalmente abrandam com medicação! Porque?" já estou cheia deste vai, que não vai.
Ele coloca as mãos de novo no rosto, tapando-o.
"Francisca..." ele faz uma pausa e então continua, "encontramos uma massa no teu exame!" ele diz, como assim uma massa?
"Não percebi o que quis dizer doutor" eu digo.
"Analisamos bem o exame que fez, pelo tamanho que tem e pela forma, a Francisca tem...." antes que ele acabe a frase a minha ficha cai.
"UM TOMOR" dizemos os dois em simultâneo, EU VOU MORRER

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