Capítulo 10

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Francisca

Saio do hospital, o que vou fazer da minha vida, eu vou morrer, eu vou morrer, e a única coisa, que consigo pensar.

Flash-back

"Francisca, temos que fazer uma biópsia, temos que ter a certeza o mais rápido possível se é benigno ou maligno!" o médico me diz.

Estou em estado de choque,não consigo processar nada, estou com medo, não quero morrer.

"O que você acha?" pergunto.

"Francisca, eu..." ele hesita.

"Vou morrer não vou?" pergunto.

"Francisca, ele é muito grande, admira-me que não tenha sentido nada, temos que saber o que se passa, e isso só é possível com a biópsia!" ele me diz.

"Não me minta, diga-me a verdade, porque neste momento, sinto em si que não me está a dizer tudo?" digo já aos gritos, a tentar controlar as lagrimas.

"Francisca, se for cancro..." ele diz e então olha para mim, até ele tem pena no olhar, e então continua, "como eu acho que é, não vamos conseguir fazer muito!" ele diz limpando uma lágrima que cai do seu rosto.

"Quanto tempo?" pergunto.

"O que?" ele diz.

"Se for cancro, quanto tempo me resta?" eu pergunto deixando que uma lágrima teimosa, desça.

"Francisca só depois da biópsia vou saber, mas ele é enorme está em uma zona que se cresce mais um pouco... Vai proibir-la de falar, de ver, e depois vai comprimir o cérebro, o que vai provocar falência dos outros órgãos!" ele diz-me.

Vou ficar cega... As lágrimas antes escondidas, agora descem pelos meus olhos em cascata.

"Por favor Dr.Miguel, quanto tempo?" imploro que me diga, Não aguento mais estar aqui.

"6 meses, no máximo 1 ano, se for mesmo cancro" ele diz.

Levanto-me em direção a porta...

"Francisca?" o médico chama.

Me viro para trás, e o encaro.

"Quer que avise, ou fale com alguem?" ele pergunta.

Não quero que ninguém tenha pena de mim.

"Não, eu sou maior se idade e quero sigilo, não quero que ninguém saiba."

Tenho 6 meses se vida, e posso ficar cega.
Não consigo parar de chorar, caminho, sem destino. Sei que deveria contar a minha mãe, a Mary.... ALEXANDRE... Ele ia buscar -me, que sofoco no meu peito, ele mudou-me em 2 dias, eu sinto que gosto dele que ele me ia dar um futuro, e agora Vou morrer, como é que lhe vou dizer isto, como lhe vou explicar que a mulher, que está apixonada por ele está a morrer?
Decido apanhar um táxi, vou para o unico sítio, que sempre vou quando tenho problemas.
O mar me acalma, me deixa pensar.
Vinte minutos depois estou na praia, tiro os sapatos, e entro na areia, o meu lugar está vazio, subo para o MEU rochedo, aqui tenho a vista mais linda que conheço, e por um momento penso que nada passou de um pesadelo.
Mas nesse instante, meu telemóvel, toca, automaticamente entro em pânico.... ALEXANDRE está escrito na tela do ecrã, como e que vou fazer, vou ter que ser fria, vou sofrer, mas será para o bem dele, um dia ele vai agradecer-me, e vai perceber que foi tudo por ele.
Atendo...

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