Capítulo 29

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/FLAVIA/

Ja era quase meia noite quando entrei em casa. Estava tudo escuro, salvo pela televisão da sala que estava ligada fazendo compania para alguém naquela madrugada fria.
Andei lentamente até a cozinha para beber água afim de disfarçar o cheiro de bebida que provavelmente estava emanando da minha boca.
-esteve bebendo?- a voz grossa do meu pai me assustou.
Terminei de beber a água e peguei algum doce que estava na geladeira.
- o que faz acordado essa hora pai?- perguntei com um sorriso inocente e coloquei uma colherada de doce na minha boca.-não me diga que brigaram e ela te fez dormir no sofá. 
-não brigamos- suspirou- sua mãe estava preocupada, tive que lhe dar um remedio para dormir e prometi que iria te esperar acordado. Agora responda minha pergunta.

Suspirei com a minha fracassada tentativa de sair de uma possivel briga.

-ja sou maior de idade pai e eu não exagerei.-guardei o doce e passei por ele.

-seu noivo passou a noite ligando- disse quando eu estava caminhando para a sala.

-que legal- fingi entusiasmo e fui para o meu quarto.

Guardei meu celular, quebrado devido a força que eu joguei contra a parede ao receber uma ligação do Bernard.

Me deitei na cama sem mesmo trocar de roupa e dormi.

A luz forte do sol estava esquentando a minha pele, me obrigando a levantar e fechar a cortinha com brutalidade.

-merda- gritei voltando para cama ja com o olho fechado e esbarrando em tudo que estava na minha frente.

Um barulho irritante de campainha atrapalhava meu sono e minha vontade era de matar quem estava fazendo todo aquele barulho.

Suspirei desistindo de dormir e fui tomar um banho.

-Flah? - era Leo batendo na porta.- posso entrar?

-pode- resmunguei voltando a me deitar na cama.

-meu Deus!- colocou sua mão na testa.- o que fizeram com você? Está pessima.

-obrigada- forcei um sorriso -era tudo o que eu queria ouvir hoje.

Leo mandou um beijo no ar e se deitou ao meu lado.

-está fedendo a vodka- reclamou- esteve na festa do Rafael ontem?

-não foi uma festa- revirei os olhos- só tinha alguns amigos.

-Bernard sabe?

Dei de ombros e me deitei.

-então deve ser por isso que ele me implorou para que eu viesse aqui.- Leo disse irritado. - tem que crescer Flavia. Vocês vão casar e qualquer homem consciente vai querer saber o paradeiro da noiva.

-eu tô cansada Leo- choraminguei.

-só resta um mês Flavia- se deitou do meu lado. -logo vocês irão morar juntos e essa saudade vai acabar. Vocês não vão ter que ficar ligando um para o outro todos os dias ,porque irião acordar e dormir juntos.

-eu não sei se aguento até la. - o olhei - eu acho que vou atrapalhar a carreira dele.

- ou melhorar. Convenhamos Flavia, desde que vocês estão juntos, Bernard tem sido o melhor jogador do time e se não fosse por você, não teria outros times a procura dele.

-pode ser- dei de ombros e fechei os olhos.

-liga pra ele- Leo disse baixo- ou é capaz dele vir aqui só pra ver que você está viva e bem.

-vou ligar - sorri.

Depois de um tempo Leo foi embora.

(...)

Bernard chegaria hoje de viagem para o casamento de Douglas que seria no dia seguinte.

-Douglas chegou- Carol se levantou da minha cama animada e arrumou seu cabelo. - vou pega-lo no aeroporto.

-ta certo- forcei um sorriso e peguei meu celular pra ver se tinha alguma mensagem do Bernard.

Carol saiu animada do quarto e eu bufei. Bernard estava tendo atitude de criança desde quando falei que fui para casa de Rafael.

-Flavia- Fernanda entrou sorrindo- Bernard chegou. Mas o papai não deixou ele subir.

-estou descendo- sorri e me levantei.

Descemos juntas e Bernard estava sentado no sofá e meu pai do lado.

-Bernard- o chamei sorridente e nos abraçamos. - estava com saudade.

-eu também estava morrendo de saudades. - beijou meus labios e me abraçou mais forte.
-eu ainda estou na sala- meu pai comunicou.

Sorri e levei Bernard para o meu quarto.

-vocês ainda não são casados- meu pai gritou - nada de filhos.
Revirei os olhos e subimos.

-pensei que iria primeiro para Minas. - nos deitamos e eu coloquei minha cabeça em seu peito.

-eu não aguentava mais de saudade. - Bernard passava sua mão em meu cabelo. - temos que conversar Flavia, mas não quero estragar esse clima.

-então esqueça a briga que você tem em mente- sorri- não estou com vontade de brigar também.

- você não me escapa- disse e se deitou por cima de mim. - mas deixemos essa conversa para depois do casamento.

Bernard me beijou ferozmente e sua mão foi entrando por debaixo da minha blusa.
-ei, meu pai ta em casa- resmunguei- e Fernanda também.

-é só não fazer barulho- deu de ombros- não estou me aguentando de saudade.

Voltou a me beijar e tirou minha blusa. Depois de despidos, Bernard me penetrou devagar como se sentisse falta de cada pedacinho do meu corpo.

-eu te amo- disse depois que se  deitou ao meu lado- não vejo a hora do nosso casamento.

- finalmente ele ta chegando- sorri e me enrosquei em seu corpo.

Dormimos juntos e eu acordei com o celular do Bernard tocando.

- Bernard- me levantei sonolenta e beijei seus labios- amor?

- hum- resmungou e virou para o outro lado.

Sorri e peguei seu celular.

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Ligação on*

-o que foi Lucas?- respondi um pouco grossa.

-oi Flavia, cadê o Bernard?- ele parecia estar assustado.

-dormindo- me enrolei em uma toalha e fui para o banheiro. - aconteceu alguma coisa?

-bem, hoje é a despedida de solteiro do Douglas...

- vou acorda-lo, em quarenta minutos ele chega ai.

-ele vai? Obrigado.

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Coloquei o celular na pia e fui tomar um banho.

-porque eu não fui convidado para esse banho?- entrou no box e me abraçou. 

-você não queria acordar.- me virei para ele e o beijei- Lucas ligou, era algo sobre a despedida de solteiro do Douglas, é bom você se apressar.

-eu não vou- deu de ombros- quero ficar com a minha noiva.

- então- sorri sem jeito- hoje tem despedida da Carol também...

-e você pretende ir?- perguntou calmamente e começou a beijar meu pescoço.

- ela é como uma irmã e disse que me mataria se eu não fosse.

-tudo bem- se afastou- então acho que voi ficar no hotel essa noite.
  

-Bernard, você pode ir pra despedida do Douglas. - sorri- eu confio em você.

-eu sei- sorriu- só que...

-so que nada, você vai se divertir com seus amigos.

A salvaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora