Capítulo 33

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/FLAVIA/

Depois do estrago que fiz na cozinha, fui tomar um banho e logo desci para esperar a comida chegar.
Bernard tinha saido e não falou pra onde.

-Flavia?- Bernard estava parada com uma sacola na mão.- pode me ajudar em uma coisa?

-claro- sorri e o acompanhei- aconteceu alguma coisa? Você ta pálido.

-ou você não percebeu ou está se fazendo de doida.- suspirou depois que entramos no quarto- isso é sério, meu filho precisa ter todos os cuidados que um bebê precisa desde o inicio da gestação.

-do que você está falando?- me sentei na cama e tentei pegar a sacola que está em sua mão.- eu não estou grávida.

-tem certeza?

-Bernard, eu não posso ter filhos- soltei de uma vez e suspirei.

-não pode?- pareceu sem chão.-como  não pode?

-quando mais nova tive um cisto no ovário.  Quando eu fiz a cirurgia pra tirar o cisto, o médico deixou bem claro que minhas chances de engravidar eram zero.

Bernard se sentou na cama e colocou a mão na cabeça.

-mas eu percebi todos os sintomas. - me olhou- você engordou,  faz um tempo que tem vontade de comer coisas mais estranhas que o normal e...

-isso é um teste?- apontei para a sacola e ele concordou- sinto muito meu amor. Mas se quer tanto um filho, podemos adotar.

-estou com fome- se levantou e saiu do quarto.

Eu sabia que ele não ia aceitar, mas não existe nada que eu possa fazer para mudar a situação.

-Flah?- Fernanda colocou a cabeça dentro do quarto.- a comida chegou.

-estou sem fome- sorri- vou dormir um pouco.

-tudo  bem- sorriu- depois peço para Bernard te trazer um pouco.

Sorri em resposta e ela saiu.

Peguei o teste que Bernard comprou e deixei na mesa. Eu até queria estat gravida, só pra deixa-lo feliz.

Meia hora depois Bernard entra no quarto, escova os dentes e se deita ao meu lado.

-não quero que fique com raiva de mim- falei baixo- não tenho culpa.

-eu não estou com raiva- suspirou - estou frustrado.

-eu ia te falar antes.- coloquei minha mãe em seu rosto.

-faz o teste- ele disse baixinho- eu não estou louco.  Eu tenho certeza que...

-Bernard- respirei fundo- não quero que se iluda.

-só faz esse teste.- colocou a mão na minha barriga- tenho certeza que estamos esperando um bebê.

Levantei da cama sem falar nada e peguei o teste. Eu sabia que dessa forma, Bernard iria sofrer mais.

-e ai?- perguntou sorrindo quando sai do banheiro.

Aquele teste só poderia estar errado, era quase impossivel de estar certo.

-nunca confiei nesses testes de farmácia- dei de ombros.- marcamos um medico e la eu faço o teste.

-você não fez?- olhou para minha mão, que segurava apenas o aparelho.

A salvaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora