Capítulo 12

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/FLAVIA/

Eduardo me deixou no hotel e foi embora, a ultima coisa que eu precisava agora era de alguém me falando o quanto Bernard é idiota. Isso eu ja sei muito bem.

Tomei um banho e me deitei na cama. Fecho os meus olhos, relembrando das ultimas horas.

-Flavia?- alguem bate na porta.- me desculpa.

Era o Bernard, a ultima pessoa que queria ver neste momento.

-precisamos conversar- insistiu- eu pensei que você tinha me abandonado.

Suspirei e me levantei.

-foi você quem me abandonou- abri a porta e o encontrei totalmente acabado.- como descobriu onde eu estava?

-Carol- deu de ombros e se ajoelhou- vamos nos entender por favor.

-levanta do chão- o puxei e olhei para os lados, me certificando que ninguém tinha visto aquela cena.

Ele entrou no quarto e eu fechei a porta.

-eu estava tão feliz por passar as férias no Brasil. Eu pensei que não ia querer saber da minha felicidade e você parou de falar comigo...

-os amigos não são apenas para os momentos tristes Bernard- suspirei e lhe ofereci uma água.

-eu sei- bebeu a água e abaixou a cabeça- mas não somos apenas amigos.

-tem razão, hoje não passamos de conhecidos.- me sentei no sofá do quarto.

-namora comigo- se ajoelhou novamente.

Olhei para ele espantada e fiquei sem palavras. Ele tinha me pego de suspresa. Não é como se eu fosse aceitar, ele estava bebado e agindo por impulso.

-Bernard- falei baixo - conversamos amanhã.

-você aceita ou não?- me ignorou e se sentou ao meu lado, pegando minha mão e levando ao peito.- eu não estou bêbado e o que eu sinto por você é real. Eu te amo Flavia, namora comigo.

-não da- tirei minha mão do seu peito- não posso namorar alguém que me esquece quando está feliz e vem correndo quando está triste.

-vamos esquecer tudo isso. Eu sei que errei, mas me perdoa por favor. Me da só mais uma chance.

Suspirei e me afastei, eu não poderia deixar transparecer que estava louca pra aceitar aquele pedido, mesmo depois de tudo que ele fez.

-Bernard- comecei calmamente- amanhã conversamos.

Ele respirou fundo e apoiou sua cabeça em suas mãos.

-eu estava pensando em desistir de jogar aqui- se lamentou- essa semana vai ter jogo e eu não estou escalado nem pra ficar no banco.

-não começa Bernard- o riz levantar a cabeça- eu não quero saber dos seus problemas, eu não sou obrigada a ouvir isso.

-venho escondendo tudo isso da minha família e amigos- continuou olhando para o nada- eu preciso de você Flavia. Eu preciso. Eu suplico, faço tudo que quiser. Mas por favor...

-eu ja disse que conversamos amanhã.-disse séria e ele olhou em seu relógio.

-tudo bem- se levantou e foi até o frigobar.

Suspirei aliviada e sorri por ele me ouvir a primeira vez nessa noite, mas estranheio fato dele ter pego uma água e se deitou na cama.

-o que está fazendo?- cerrei meus olhos.

-esperando três minutos para conversamos.

-quando eu disse amanhã, quis dizer depois que eu dormisse e tomasse café da manhã.

-e então? Podemos conversar?- perguntou depois de um tempo em silêncio.

-o que você quer pra me deixar em paz?- perguntei me deitando na cama.

-você- se deitou por cima de mim, me assustando e colou nosso labios - minha boca é a única que pode encostar na sua.

-eu não aceitei- disse com a respiração acelerada.

-então aceite- sorriu com a boca proxima ao meu pescoço e começou a distribuir beijos por la.

-eu não posso- tentei o empurrar.

-posso saber o motivo?- parou de me beijar e me olhou serio. Suas mãos estavam apoiadas do lado do meu rosto e sua boca estava tão proximo que eu podia sentir seu halito.- vai me dizer o que aconteceu nas férias não teve nenhuma importância?

-claro que teve- falei rapido demais.- quero dizer...

Antes de eu terminar de falar, ele me cortou e colou nossos labios.

-eu não vou te machucar- passou seu nariz por minha bochecha- posso considerar isso como um sim?

-Flavia- Carol entrou rapidamente no quarto, fazendo com que Bernard se afastasse - desculpa, eu...

-o Bernard tava de saida- arrumei meu pijama e olhei para Bernard.

-até amanhã- me deu um selinho rapido e saiu.

-o que estava acontecendo aqui?- Carol perguntou sorridente

-por que disso onde eu estava para ele?

-eu disse?- se fez de desentendida. -o que importa é que vocês estão de volta.

-não estamos- suspirei- obrigada por me salvar.

Carol revirou os olhos e se deitou na cama do lado.

-Douglas nos chamou para ficar na casa dele.- disse sorridente.

-pra ver o Bernard todo dia?- a olhei- pode ir, eu fico por aqui.

-amiga- se sentou- sei que está magoada, mas entenda o lado dele. Bernard nunca teve alguém que se importasse com ele, que não seja da sua familia ou amigos. É tudo novo pra ele.

-está defendendo aquele projeto de gente?

-estou defendendo o sentimento que os vocês têm pelo outro.- me olhou- não percebe que vocês podem ser felizes de verdade? Eu só quero o teu bem Flah e eu te garanto, se eu acreditasse que Bernard não seria capaz de te fazer feliz, certamente ele ja teria levado um belo chute entre as pernas.

-ele me pediu em namoro- revelei timida.

-e você? O que disse?- perguntou.

-que conversariamos amanhã.- suspirei- ele esperou dar meia noite e se jogou em cima de mim e então você aparece.

-ai meu Deus, eu atrapalhei? Você vai aceitar né?

-não sei se é uma boa ideia.

Carol se levanta e pega a bolsa.

-pra onde vai?- perguntei enquanto ela se dirigia para a porta.

-mandei uma mensagem pra Bernard. - sorriu- vocês dormem aqui e eu vou para casa de Douglas.

-claro que não- me levantei- endoidou?

-quando eu voltar amanhã espero que minha amiga esteja namorando com o projeto de gente.

Carol mandou um beijo no ar e saiu do quarto. Fiquei deitada tentando entender o que senti pelo Bernard.

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