Capítulo 16

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- Eu o quê, Lu? - Pergunto, ansiosa.

Odeio suspense e ele já estava me deixando nervosa.

- Eu estou apaixonado por você, Laura! - Ele finalmente diz, com aquela carinha de cachorro abandonado dele.

E agora? O que eu falo? Eu devia ter desconfiado... Devia ter desconversado. Eu não podia corresponder ao sentimento que ele tinha por mim, mas também não queria ter que me afastar dele. Meu lado egoísta não permitiria isso.

- Eu... - Começo a dizer, sem saber como terminaria essa frase. Que situação...

- Não precisa falar nada, Laura. Eu só queria que soubesse.

Obedeci sem questionar. Eu não sabia o que ia dizer mesmo.

Angeline entrou no quarto sem ser chamada. Dessa vez eu não achei ruim. Foi em uma hora bastante oportuna.

- Você precisa terminar de almoçar, Lu! - Ela diz.

- Angeline... Eu não vou mais comer e não autorizei que entrasse no meu quarto assim... - Ele faz uma cara tão feia para ela que fiquei até sem graça.

- Pode almoçar, Lu. - Digo, me levantando.- eu já estou indo.

- Ah, não! - Ele segura minha mão, tentando me fazer sentar de novo.

- Amanhã eu volto para te ver, tá bom? - Beijo sua mão e a solto.

Ele faz "carinha de peninha", mas não me deixo ceder.

Ouvi passos me seguindo depois que saí do quarto. Alguém me segurou pelo braço. Me virei... Angeline! O que ela queria dessa vez? Me chatear, é claro!

- Você acha que me engana com esse seu jeitinho de sonsa, né? - Ela diz.

Ai, ai... eu tinha mesmo que escutar aquilo?

- Não pense que vai tirar o Lu de mim que você não vai conseguir, suburbana!

- Só não tirei ainda porque não quis, meu bem. - Respondo, puxando meu braço.

Ela se assusta com meu gesto. Será que estava com medo da suburbana? Tive que rir. Ela parecia furiosa.

- Meu recado tá dado! - Diz a peçonhenta.

Tem gente que não se enxerga mesmo, né? Nem me dei ao trabalho de falar mais nada. Talvez o QI dela não alcançasse tal entendimento. Apenas me virei e fui embora.


Passei o resto do domingo com meus avós. Assistimos filme, comemos, jogamos baralho, comemos, os ensinei a jogar UNO e... Comemos!

Me deitei para dormir. Lembrei do Rafa e abracei meu travesseiro. Por que ele me torturava daquele jeito? Eu sentia tanto a falta dele... Fechei os olhos lembrando das feições lindas dele... do nosso beijo no topo do Cristo. Foi o momento mais perfeito da minha vida!


Eu estava voando... Poderia tocar as nuvens se elas pudessem ser tocadas. O vapor branco transpassava meus dedos. Era tão maravilhosa aquela sensação! Será que Rafael estava me segurando? Olhei para cima e não era ele... Era eu mesma! Eu tinha asas brancas tão lindas quanto as dele!

Ele apareceu ao meu lado, rindo aquele sorriso encantador para mim. Eu o amava de uma forma profunda e pura. Aquele anjo que se dizia meu pai apareceu lá também. Mas as asas dele não estavam negras! Eram tão brancas quanto as minhas e as do Rafa. Ele era um anjo bom e eu o amava também!

Anjo Meu Onde histórias criam vida. Descubra agora