Capítulo 25

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- Conte a ela, Luís! - Diz Rafael em tom raivoso.

- Eu não tenho nada para dizer a ninguém, seu maluco! - Lu devolve o olhar furioso ao Rafa.- Como conseguiu entrar na minha casa assim? Laura, chame alguém para tirar esse doido da minha casa...

- Rafa... Vai embora! Não está vendo que ele está doente!? Isso é hora para ciuminhos? -Tento acalmar meus ânimos.

- Vocês se conhecem? - Pergunta o Lu. Ai, caramba!- Peraí... Eu lembro de você... Me acertou com uma bola de vôlei na praia.

- Você é muito cínico mesmo, cara! - Balançando a cabeça, Rafa olha parecendo incrédulo para mim.

- Que história é essa de ciuminho? - O Lu sorri com o canto da boca.- Tá dando em cima da minha namorada, "cara"?

- Ex-namorada, babaca!

Que vocabulário é esse, Rafa!?

- Já chega! - coloco o prato de sopa no criado mudo, ao lado da cama, e seguro o Rafa pelo braço. O encaminho para fora do quarto...

- Você está cometendo um erro com esse cara, Laura. Depois não diga que não tentei te ajudar. - Diz o Rafa para mim assim que ficamos a sós.

- Por que estou cometendo um erro? Se você começasse a me contar algumas coisas... Se explicasse seu ponto de vista, eu juro que tentaria entender. - Cruzo os braços, tentando não olhar para ele.

Eu estava chateada. Não queria olhar para aquele anjo lindo e acabar me derretendo e esquecendo toda minha raiva frente a tanto esplendor.

- Alias, como vocês se conheceram? Por que queria bater nele? ... Por que não salvou meus avós? - Meus olhos se enchem de lágrimas.

- Ele é um cretino, mas você vai acabar descobrindo sozinha. - O Rafa me puxa forçadamente para um abraço.

Que delícia aquele abraço acolhedor! Eu estava precisando tanto... Droga, já me derreti, mesmo sem olhar para ele!

- E eu não pude salvar seus avós. Há coisas que estão além do meu poder de interferência, Laura. - Ele me aninha em seus braços.

Não pare, por favor! Eu suplico!

Parei de senti-lo. A mãe do Lu apareceu no corredor. O Rafa se foi...


#Ponto de vista do Rafa

Isso que dá desobedecer os conselhos do Pai... Agora é sério, Laura, serei para você um anjo protetor como qualquer outro!

Só espero que ela aguente... Mas se não aguentar, não será por falta de interesse da minha parte! Cada um é responsável por sua própria alma, como diz o Pai. Infelizmente, ninguém pode salvar ninguém. Eu fiz o que pude e o que não pude para te ajudar, Laura... Se ajude agora, meu amor! Por favor!


*Ponto de vista da Laura

Voltei para o quarto do Lu como se nada estivesse acontecido. Eu não queria chateá-lo com perguntas. Ele não estava em condições para se aborrecer e minha intenção ali era justamente o oposto de aborrecê-lo, era levar alegria ao que poderia ser os últimos dias de vida do meu amigo querido.

Mas que aquilo foi muito estranho, foi. Muitas perguntas sem respostas circulavam em minha mente. O Lu não prestar? Isso não era uma opção que eu queria cogitar... Esquece, Laura! Concentra!

As horas se passavam muito depressa quando eu estava com o Lu. Como ele conseguia não perder o ânimo no estado em que estava? Eu vi meu amigo morrendo a cada dia. Os médicos não conseguiam evoluir e ele regredindo. Ao menos, suas pernas estavam o permitindo caminhar. Com certa dificuldade sim, mas só dele poder sair um pouco para respirar ar puro, já era bom demais frente a situação.

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