Only Mine - Nick Robinson

1. He's Back

O vento gelado me atingia direto no rosto fazendo com que minhas bochechas ficassem coradas. Eu esfregava uma mão na outra tentando me aquecer. O inverno em Seattle era quase insuportável.

- Quantos minutos até chegarmos em casa? - perguntei ansiosa.

Havíamos saído logo após o almoço para ir ao lago do parque patinar mas a camada de gelo estava fina demais e tivemos que esperar parar de nevar para voltar.

- Uns 10, eu acho - Nick respondeu e em seguida me estendeu suas luvas de lã. - Toma. Seria horrível se você morresse por causa de mãos congeladas - riu.

Eu estava tão ansiosa que esqueci minhas luvas. Ah qual é?, não estava tão frio assim na ida.

- Acho que é impossível morrer por causa de mãos congeladas, seu idiota.

- Tecnicamente não. Você pode morrer de hipotermia - disse ele.

- Mas eu não estou congelando por inteira. Eu tenho que ficar toda congelada pra morrer de hipotermia?

- Não faço ideia. Só estava tentando ser inteligente - gargalhei. Nick sempre tentava bancar o sabichão pra me impressionar. - Jade, quer apostar corrida?

- E o que eu ganho em troca se eu ganhar?

- Pode ficar com a minha corrente.

- Sério? Você adora ela! Nunca sai de casa sem isso no pescoço - ele ganhou em uma daquelas máquinas que coloca uma moeda para ganhar um prêmio quando foi visitar a Califórnia. Tinha um urso pendurado, igual ao da bandeira do estado.

- Eu tô falando sério, e olha que eu nunca falo sério - brincou.

- E se você ganhar? Eu não nada pra te dar aqui comigo.

- Eu já sei o que eu quero - limpou a garganta. - Se eu ganhar, eu quero um beijo.

- Tá maluco? Eu não vou te beijar! Nem morta! Você é meu melhor amigo e nós somos novos demais pra essa coisa de beijar - ele me ignorou.

- Fechado. Se você ganhar eu te dou a corrente e se eu ganhar você me dá um beijo. A linha de chegada é aquele carro coberto de neve - apontou.

- Mas Nick eu nã...

- 3, 2,... - ele fez uma pequena pausa. - Já!

E começou a correr, comigo logo atrás. Quase consegui alcançá-lo, mas ele era bem mais rápido que eu.

Nicholas chegou com facilidade sem nem ofegar, enquanto eu parecia que tinha corrido uma maratona e não apenas alguns metros.

- Cadê o meu prêmio? - se gabou.

- Isso não é justo! Você é bem mais alto que eu, suas pernas são mais compridas.

- A culpa não é minha se você é uma anã - chegou mais perto de mim. - E o nosso combinado?

- Argh! Eu só tenho doze anos, Jesus, o que eu fiz pra merecer isso? - juntei as mãos e olhei pro céu.

- Para de drama e vai logo com isso, eu quero ir pra casa.

- Ta bom - bufei. - Fecha os olhos - ele obedeceu. - E abaixa um pouco. Mais um pouquinho.

Quando seu rosto estava na altura do meu, engoli em seco e tomei coragem. Fechei os olhos e fui me aproximando bem devagarinho. Quando senti sua boca tocar a minha, me afastei rapidamente.