7. What a wonderful surprise

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— É só pisar na embreagem e mudar a marcha — disse como se aquilo não fosse nada.

— Mas como eu vou saber quando trocar? — perguntei confusa.

Ele apertou sua mão ao redor da minha e trocou a marcha.

— Você é um péssimo instrutor — reclamei olhando para ele.

— Cuidado! — ele exclamou.

Olhei para a frente e pisei com tudo no freio. Senti meu corpo indo em direção ao para-brisa e em seguida batendo com força no banco quando o cinto cumpriu sua função. O cheiro de borracha queimada no ar me fez querer vomitar.

— Você que é uma péssima aluna. Não precisava pisar tão fundo, sua velocidade era quase zero — revirei os olhos. — Pega o caminho de volta.

— Por onde exatamente?

— Como assim por onde? Só tem um caminho, Jade.

— Eu não faço a mínima ideia de onde estamos — foi a vez dele de revirar os olhos.

Ele havia me dado as instruções para irmos até umas ruas mais afastadas do bairro onde a circulação de carros praticamente não existia. O problema é que eu não sou muito boa com essa coisa de guardar o caminho e tudo mais.

Nick saiu do carro e deu a volta até a porta do motorista. Eu pulei para o banco do carona e ele assumiu a direção.

— Você faz parecer tão fácil! — ele riu. — Eu me sinto uma idiota por não conseguir nem seguir em linha reta direito.

— E é! Você só precisa praticar — fez uma pausa. — Certas coisas só requerem um pouco de prática.

— Falando em prática, já convidou alguém para o baile de outono? 

— O que isso tem a ver com prática? — riu.

— Você poderia praticar comigo para, sabe, não fazer feio na hora.

— E por qual motivo eu precisaria disso? Eu posso perguntar por mensagem que qualquer uma aceitaria — sorriu de lado.

— Tenta, então, convencido — desafiei.

— É bem simples, na verdade. E ainda é daqui a dois meses — ele parou o carro na frente de sua garagem e se virou, olhando para mim e pegou uma de minhas mãos. — Gostaria de ser a minha acompanhante no terrível e humilhante baile de outono? — eu caí na gargalhada.

— Primeiro: não é um pedido de casamento para você segurar minha mão assim — recolhi minha mão. — E segundo: não é uma boa ideia ser tão sincero em relação ao baile ser terrível, mesmo que seja, pois, algumas garotas levam isso muito a sério, tipo, como se fosse um grande marco na vida delas e tal.

— Eu ainda não fui respondido... — soprou como se não tivesse escutado uma palavra do que eu disse.

— Perdão? — disse sem entender o que ele quis dizer com aquilo.

— Eu quero uma resposta. Sim ou não?

Só pode ser brincadeira. Ele está realmente me chamando para o baile? Puta merda. Em outras circunstâncias eu certamente aceitaria, mas como eu vou contar para ele que...

Eu devo ter ficado uns quinze segundos imóvel, de boca aberta.

— Qual o problema? — ele riu.

— Ne-nenhum — gaguejei. — É que eu preciso te dizer uma coisa.

— Diga.

— Bom... É que — engoli em seco. — Uma pessoa já me convidou — seu sorriso se desfez e foi a vez dele ficar calado.

Only Mine - Nick RobinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora