Only Mine - Nick Robinson

6. Storm

Olhei pela janela e vi o caminhão de mudança partindo. Os pais de Nick estão em processo de divórcio, e seu pai acabou de sair de casa.

Me sinto mal, de certa forma, por não poder ajudar. Sei lá, não gosto de ver pessoas sofrendo e sem nem sequer tentar ajudá-las.

Coloquei os pés para fora de casa e segui a passos firmes e determinados até a casa deles.

Toquei a campainha e então me lembrei de que não estava funcionando há séculos. Dei duas batidinhas na porta e Lídia a atendeu. Seus olhos estavam vermelhos e inchados.

- Jade, não é uma boa hora... – disse simplesmente e foi fechando a porta.

Pus um pé à frente, quase o esmagando, mantendo a porta aberta.

- Obrigada – disse irônica – Sinto muito pelo que está acontecendo Sra. Rob... – parei de falar no instante que percebi o erro que estava cometendo. Ela é o marido estão se separando e eu a chamo pelo sobrenome dele. Bem inteligente da minha parte.

- Pode continuar me chamando de Sra. Robinson. Eu gosto. E ainda é o sobrenome do Nick.

- Tudo bem – murmurei confusa. Que tipo de pessoa gosta de ser chamada pelo sobrenome do ex marido?

Coloquei a mão em seu ombro e, sem ser convidada, entrei na casa. As paredes estavam vazias, os tantos quadros que ficavam ali haviam sido retirados. A poltrona enorme de couro também não estava mais.

Segui rumo até as escadas e encontrei Nick sentado no chão do quarto, usando apenas uma bermuda, jogando videogame. Parece que os garotos não evoluem.

Me sentei ao seu lado e delicadamente tirei o controle de suas mãos.

- O que você tá fazendo? – perguntou enquanto eu me movia quase que em câmera lenta – Eu estava jogando, droga! – disse irritado.

- Que pena – eu disse e engatinhei até a TV, desligando-a – E aí?

- E aí o que? Eu que devia perguntar "e ai?". Tem noção de como foi chegar até aquele nível?

- Blá blá blá, "eu sou Nick Robinson e sou muito bom em videogames. Eu amo minha melhor amiga." – fiz uma voz grossa, tentando imitá-lo.

Ok. Isso soou muito idiota, até mesmo para mim, mas quem liga?

- Fala logo o que quer – riu.

- Queria saber se você tá bem.

- É sério? Você veio aqui dizer isso? Poderia ter mandado um sms.

- Levanta. O dia tá lindo! Olha o sol! – disse apontando para a janela.

A verdade é que o sol não dá as caras desde a semana passada, e o céu estava coberto de nuvens, ameaçando chover.

- Vamos dar uma volta – me levantei.

- Eu não t...

- Eu não perguntei se você tá afim. Disse que vamos.

Fui até seu closet e peguei uma camisa – provavelmente de alguma banda que eu não conheço – e arremessei na cara dele.

Ele a vestiu e eu fiquei na sua frente.

- Pode abaixar um pouquinho? – ele abaixou a cabeça e eu passei os dedos por seus cabelos, tentando ajeitá-los – Assim tá bom – disse – Parece... sexy. Vem.