3. Happy Birthday

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Toquei a campainha e a Sra. Robinson atendeu.

— Ele já acordou?

— Bom dia, Jade — ela atendeu a porta com uma cara de o-que-você-está-fazendo-aqui-tão-cedo.

— Bom dia, Lídia. Ele já acordou? — refiz a pergunta.

— Nem eu estava acordada.

A mãe de Nick continuou emburrada mas me deu espaço para entrar.

— Ótimo — passei por ela e subi as escadas correndo.

Girei a maçaneta e entrei de supetão.

Eu nunca vi um quarto tão bagunçado antes! Peças de roupa jogadas por todos os lados e espalhadas pelo carpete. Cubos mágicos de todos os tipos e tamanhos sobre a escrivaninha e dezenas de bolinhas de papel transbordavam da lixeira. A estante estava abarrotada de histórias em quadrinhos e vários bonecos e figuras de ação dispostos na frente desordenadamente, alguns até caídos. A vizinha que tem TOC surtaria se entrasse aqui.

Nick estava de bruços na cama e coberto até a testa, deixando só os cabelos, tão bagunçados quanto o quarto, de fora. Parecia tão tranquilo e calmo, seria uma pena se...

— Feliz aniversário! — gritei e me joguei em cima dele — Acorda! Quinze anos é uma data importante! Na verdade não, mas acorda!

Ele resmungou mas não disse nada. Sério? Eu me dou o trabalho de acordar às seis da manhã e ele nem diz nada?

Me levanto e me jogo sobre ele de novo.

— Não vai nem pedir pra parar ou dizer que sou muito pesada?

— Você não é nada pesada — murmurou.

— Ah meu Deus, ele tá vivo! — disse irônica. — Levanta, quero te dar uma coisa.

Ele só bocejou. Que droga, Nick! Eu devia ganhar o prêmio de melhor amiga do mundo e ele de o pior.

Puxei o cobertor até o pescoço dele e dei uma lambida na bochecha do mesmo.

— Sua nojenta! — ele ficou de pé na mesma hora, me derrubando de cima dele e passando a mão no local molhado.

— Você não devia dormir de cueca — disse e corei.

Só então ele se deu conta de que estava seminu na minha frente.

— Então quer dizer que eu devia dormir pelado? — ele se sentou na beirada da cama e puxou o edredom.

— Eu quis dizer que você não devia dormir de cueca — corei mais ainda.

— Não precisa ficar com vergonha — ele gargalhou. — Tenho certeza que as nossas mães já nos colocaram pra tomar banho juntos quando éramos bebês — rimos. — O que você tem aí pra mim? — espiou o embrulho em minhas mãos.

— Primeiramente eu queria dizer que o seu quarto está uma zona, aqueles bonecos que você diz que são figuras de ação de colecionadores e que são só de enfeite não estão enfeitando nada a sua estante.

— Se você for continuar falando eu vou voltar a dormir — dei língua pra ele e o entreguei o presente.

Cruzei as pernas e esperei ele rasgar o papel que demorei tanto pra embrulhar.

— Um CD?

— É da sua banda favorita! — sorri e ele se inclinou pra me abraçar.

Only Mine - Nick RobinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora