12. Some Serious Conversation

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Chutou a mochila no chão, jogando-a do outro lado da sala. Se sentou no sofá e apoiou os punhos na mesa de centro, socando-a em seguida. Passou as mãos pelos cabelos, bagunçando-os ainda mais e soltou o ar de uma vez pela boca.

– Já acabou com o seu showzinho? – perguntei de braços cruzados, observando meu melhor amigo e seu acesso de raiva.

– Como eu posso ter ido tão mal nessa merda? – ele sibilou – Eu estudei com você, assistimos às mesmas aulas, fizemos os mesmos deveres – parecia decepcionado e furioso consigo mesmo – É culpa dessa droga da minha cabeça que não me deixa pensar nem raciocinar direito, eu só vejo borrões na minha mente.

Continuei olhando para ele, sem dizer nada. Nunca o havia visto desse jeito.

– Não vai dizer mais nada? – falou, quase que agressivamente.

– Eu preciso? – ah sim, eu precisava – Você sabe que isso acontece com todo mundo e não é motivo para agir feito um bebê. Foi só a droga de uma prova, Nick – ele trincou o maxilar – Ainda temos mais uma antes de terminar o ano, você vai recuperar a nota. Posso até marcar de estudarmos com o Tom, ele é ótimo nessa matéria.

– Tom o caral... – freiou a si mesmo e respirou fundo.

– O que foi? – me sentei ao seu lado e segurei a sua mão – O que você sente de diferente?

– Eu... – tentou organizar as palavras – Acho que tenho me estressado muito com o colégio, e isso faz com que eu fique uma bagunça.

– Isso é mais normal do que você imagina – entrelacei nossos dedos – Você tem se cobrado muito, eu sei. Não entendo completamente como se sente quanto a isso porque já sei que profissão seguir, mas eu sei que não deve ser tão legal não saber ainda o que quer fazer no futuro. Por isso mesmo você deveria pegar mais leve, ficar se matando para atingir notas altas e se frustrando não farão com que uma luz acenda na sua cabeça e uma voz te diga o que fazer – tomei fôlego – Vá com calma, você tem o tempo que precisar. E eu vou estar sempre aqui, com você – sorri para ele.

– Minha mãe espera muito de mim. Não quero que ela me largue e passe a pensar só na droga do namorado porque eu sou um ninguém – balançou a cabeça.

– A sua mãe? Você acha que ela faria isso? – levantei as sobrancelhas – Ela só quer o melhor pra você, tem que deixar claro para ela que precisa estar bem acima de tudo. E nós ainda temos o baile mais inportante da vida pra ir daqui a umas semanas...

– E o baile... – passou a mão pelos cabelos novamente.

– Qual o problema do baile, reclamão? – revirei os olhos.

– É ridículo, nem quero mais ir – se jogou para trás no sofá, mas sem soltar a minha mão.

– É uma pena, porque você vai de qualquer forma. A Dani te adora e está super ansiosa. Se você decidir não ir não precisa nem falar mais comigo – soltei sua mão e cruzei os braços, me fingindo de emburrada.

– Não preciso de você mesmo – virou para o lado mas em alguns segundos virou de volta pra mim e me abraçou.

– Obrigado, Jes – deitou a cabeça no meu ombro – Obrigado por ser minha melhor amiga.




– Como vão as coisas? Tudo na paz?

– Na medida do possível, sim.

Eu havia acabado de chegar na casa de Liz, onde passaria a noite. Depois de mais um longo dia tendo algumas aulas, trabalhando na biblioteca e ainda indo ao hospital para tirar o gesso da minha perna, tudo o que eu queria era descansar sem ser incomodada.

Only Mine - Nick RobinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora