II

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Bem no momento que girava a maçaneta para ir me despedir de Enzo, ele apertou a campainha. Rimos com a coincidência.

- Eu estava indo me despedir. - eu disse.

- E eu vim fazer a mesma coisa. - ele respondeu, me estendendo uma caixinha pequena vermelha.

- Pra onde vai? - perguntei olhando a caixinha que agora estava na minha mão. O que será que esse britânico louco está aprontando?

- Mystic Falls. - deu de ombros. - Pode abrir Nina, não é uma bomba.

Era um colar prateado e tinha um pingente, um pequeno coração de rubi. Tenho certeza que estava encarando o presente com cara de boba.

- Vire-se. - ele ordenou.

E assim eu o fiz. Senti o colar gelado arrepiar meu pescoço e Enzo soltar um gemido.

- Nina, você é especial. Por isso tem que se cuidar. Esse colar tem verbena.. - disse enquanto segurava meus ombros. - Você é esperta, seja sempre a mais esperta. E por favor, não confie em qualquer um.

Eu tentava conectar as palavras que saíam da boca dele, mas tudo que eu conseguia fazer era encarar os seus lindos olhos escuros e a boca se movimentando. Posso deixar para analisar o teor de suas frases depois, não é mesmo? Não deve ser mais importante que encarar seus lábios finos e rosados tão próximos de mim.

Especial.... Verbena.... Não confie.... As palavras se embolavam na minha cabeça sem significado algum. Até que..

Ó céus eu quero muito beijá-lo. - uma parte do meu cérebro deduziu o óbvio.

Mas eu não posso! - foi a parte sensata que retrucou.

Após compreender a conversa mesmo que lentamente, assenti com a cabeça nervosa e sussurrei um "boa viagem".

Eu definitivamente preciso de um banho gelado para refletir o que acabou de acontecer nessa porta.

🐺

Dormi praticamente a viagem toda. Quando acordei estávamos quase chegando a placa de "Bem-vindos à Beacon Hills".

Raphael estava tenso e eu aflita.

Enzo era um vampiro. Entendi isso com a história de verbena, com a velocidade e inteligência dele, e também pelo fato de que ele conseguia tudo que queria sempre.

As coisas estavam bem óbvias. O que eu não entendia é porque eu não me importava com o assunto. Eu deveria ficar assustada, não deveria? Não é todo dia que você descobre que seu melhor amigo é um chupador de sangue.

Ele devia dizer que era um leão e eu um cordeiro? Ou eu deveria perguntar se ele brilhava no sol?

Não. Não. Não. Meus conhecimentos vampirescos estavam me deixando confusa.

Tudo que eu sei no momento é que:

1- Enzo parece perfeitamente controlado na minha presença.

2- Ele não brilha no sol.

3- Ele foi para uma cidade de nome estranho sei lá fazer o quê.

4- Ele me disse coisas sem sentido antes de ir.

5- Ele me deu um colar, um maldito colar que é lindo.

E eu tenho muitas perguntas para fazer a ele, só não sei se quero saber as respostas no momento.

- Chegamos. - Raphael disse parecendo entusiasmado enquanto estacionávamos na frente de um prédio cinza.

É hora de deixar o assunto meu melhor amigo/vampiro/estranho/gostoso de lado. E colocar em ação o plano Raphael fazendo as pazes com Scott.

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