Crush

Capítulo 8

POV Angel

Saber dessa existência da minha tia me deixava um pouco confusa, afinal, não me lembro de ela me visitar e, menos ainda, de ter ido ao enterro de minha mãe. Apesar da minha desconfiança, ela é muito amável e me trata muito bem, diferente de meu pai e do meu irmão, que, aliás, não fez o mínimo esforço para estar comigo.

A verdade mesmo é que sinto falta de estar com Harry. De vê-lo sempre pela janela, espioná-lo era a melhor coisa do meu dia. Ver aqueles cabelos desgrenhados pelo vento logo pela manhã, ouvir aquela voz rouca...

Neste momento estou no quarto que minha tia disse que era para mim, e, parece tão estranho estar aqui e não poder espiar ninguém pela janela. Já está escuro e a hora de dormir vai chegando, porém, depois que dormi com Harry sei que dificilmente conseguirei dormir sozinha. Um barulho no vidro da janela me desperta e vou até a mesma olhando pra baixo.

Encontro Harry me olhando com um sorriso e sorrio instantaneamente.

Saio correndo pela casa e depois pelo gramado em direção a saída da casa. Corro o mais rápido que posso e assim que consigo chegar ao exterior pulo  em cima de Harry.

- Sentiu minha falta bebe? - Ele me pergunta e eu me apresso em acenar com a cabeça e confirmar - Cadê sua tia? - Aponto para dentro da casa e ele segue o olhar, a encontrando na porta com uma expressão estranha, porém divertida - Entra lá e junta suas coisas enquanto falo com ela.

Desço de seu colo e volto para casa, me apressando a ir para o quarto e fazer o que Harry pediu. Apesar de a minha tia ser um amor, eu me sinto mesmo à vontade com Harry e Anne, e, se Harry veio me buscar, sinal de que também quer estar comigo.

Após terminar de juntar tudo numa mala e me certificar que não esquecia de nada, desci pelas escadas com todo o peso que aguentava e Harry prontamente veio me ajudar. Após conseguirmos descer com tudo, minha tia aproxima-se de mim.

- Este garoto diz ser seu namorado, e, pela recepção que ele recebeu, estou inclinada a acreditar que ele seja mesmo isto que disse - ela me diz e eu aceno, confirmando o que Harry disse, apesar de não o sermos.

- Tentávamos ser discretos pelo pai dela - Harry justifica enquanto abraça minha cintura.

- Bem, ele quer te levar para a casa dele e assim você vive com ele e com a mãe dele. Quer ir? - Ela me pergunta e eu aceno animadamente. Tudo que quero é estar com Harry - Bem, então pode ir, não te vou prender, mas pode esperar que vou lhe visitar sempre, agora que sei onde te encontrar. E pode voltar quando quiser.

Dito isto, ela me abraça e se despede de mim, logo em seguida, despede-se do Harry e ambos os dois saímos da casa e entramos em seu Range Rover para seguirmos viagem.

A viagem é um pouco longa e feita em silêncio, pois minha tia mora em uma cidade vizinha, ao qual não me recordo do nome. Em meio a ela, no total breu e escuridão, onde em volta via-se apenas escuridão e árvores, Harry para o carro no acostamento e desliga o motor. Ele tira o cinto e afasta o banco para trás. Encaro-o confusa até que ele faz sinal para que eu sente em seu colo.

Obediente, tiro meu cinto e subo em cima de si, sentando de frente para ele e com as pernas dobradas em volta de sua cintura. Ele coloca uma de suas mãos em minha nuca e me puxa pra si enquanto a outra repousa em minha coxa.

Sinto sua mão subir de minha coxa para a cintura e começo a tremer. Eu não quero, mas também não consigo impedir, pois, olhando em volta, estamos no meio do nada, e mesmo que eu tente reagir, eu ainda perderia. Fecho os olhos e tento me concentrar em me lembrar que eu quero o toque dele, eu quero que ele me queira, mas eu não consigo apagar as imagens do que aconteceu antes.

Harry percebe meu nervosismo, porque suas mãos abandonam minhas coxas e ele e me puxa para um abraço. Sinto vontade de chorar, mas estou cansada demais pra isso, cansada de sentir medo, cansada de ser problemática. Só queria ter, finalmente, uma vida.

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