Capítulo 17 INÉDITO

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POV Zayn

Já fazem 12 dias que procuro esses dois e nada. Tento repassar as informações que tenho em minha mente e nada fica claro. Harry Styles, de 16 anos, sequestrou sua vizinha Angel Horan de 17 anos. Harry tem sérios problemas mentais, é um sádico em alto grau e problemas graves em controlar sua raiva, tornando-se violento ao ser contrariado. Vasta ficha criminal contra outras crianças.

Será que eu estou procurando um cadáver? Angel ainda está viva? Toda a imprensa e a pressão popular que esse caso trás só pioram tudo. Um fato que tem me incomodado bastante é o fato de o melhor amigo de Harry, Louis Tomlinsom alegar não saber de nada. A maior parte dos processos violentos na ficha de Harry é contra ele. Além disso, ele foi visto viajando na mesma semana em que Harry e Angel sumiram. 

Mais um dia se passa sem que nada apareça, nenhuma pista, nenhuma denuncia, nenhuma faísca que de esperanças que eu procuro duas pessoas ou ao menos uma. Me sinto impotente, inútil, como se um menino de 16 anos pudesse me passar a perna. Gotículas de suor aparecem pela minha testa, passo as mãos por elas e agarro meus cabelos, cotovelos apoiados na mesa e sinto minha cabeça começar a latejar. O telefone toca e me assusta. Com um sobressalto, atendo rapidamente.

- Delegacia de policia?

- Road 5, quilometro 44 sentido fora do estado, uma casa enorme de campo branca no meio do nada. Chegue logo, não diga que não avisei - uma voz feminina diz e depois desliga, sem que eu tenha tempo de responder ou rastrear a ligação. 

Puxo meu computador e rapidamente digito o endereço passado. Nada, nenhum resultado. Depois de dias sem nada, receber um trote é revoltante. Mesmo assim, com a desconfiança de que não existe casa nenhuma em estrada nenhuma, decido seguir a ligação e ir. Se não for nada, não perdi nada além de tempo, tempo que vem passando rápido e silencioso demais. 

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POV ANGEL

- Harry, me solta por favor, eu trouxe comida - Digo em meio ao medo que sinto, presa entre ele e a parede. Sinto suas mãos me soltarem e alivio percorre todo meu corpo.  O rapaz então procura o saco no chão e o agarra desesperadamente.

Forço minha vista para tentar enxergar o que está acontecendo, mas não tenho muito sucesso. Escuto Harry mastigar, parece um cão faminto, e aos poucos, vou escorregando para o chão, sentando enquanto sinto arrepios passarem por mim. Não sei o que pensar, como agir, se devo sentir pena ou achar muito bem feito tudo que ele está sofrendo, já que me fez sofrer também. 

Ouço Harry engolir o conteúdo da garrafa pesadamente, sua respiração forte, eu não sei o que estou fazendo aqui, mas quero ir embora agora mesmo.

- Angel, você está bem? - Ouço sua voz e sinto que vou sufocar a qualquer momento. 

- Estou - respondo baixo, e sinto algo se aproximar de mim. Mesmo com a vi~soa turva, vejo Harry se sentar ao meu lado. 

- Eu te disse, não fui eu que te trouxe aqui, não foi ideia minha - Harry diz, lembrando do nosso último encontro. Lembro do ódio que senti achando que ele havia me prendido depois de me forçar fazer coisas horríveis.

- Não importa, acabamos aqui da mesma forma, por sua culpa afinal - acho que essa foi a frase mais longa que eu já disse a ele desde que nos conhecemos. Ele ainda não vale a minha voz, mas minha raiva precisa sair de alguma forma. 

Harry respira pesadamente, não tendo como negar. Foi ele quem me sequestrou, quem torturou Louis, quem me torturou, quem me estuprou, quem me bateu. Meu corpo ainda se recupera do episódio horrível da tempestade. Cada milímetro do meu corpo é composto de insegurança, feridas e ódio. Se tem alguém entre nós que merecia isso, esse alguém era ele, e não eu.

- Tem razão, mas também vou nos tirar daqui, de alguma forma - sua voz diz e tenho certeza de que não foi pra mim, e sim pra ele mesmo, pra ele se convencer a lutar. 

- Saia sozinho. Eu não quero mais ir a lugar algum com você - E lá se vai a segunda maior frase minha pra ele. Queria conseguir ficar em silêncio como sempre fiz, mas, estou cansada de me envenenar no meu próprio silêncio. 

- Não. Você não tem escolha. Me pertence. - ele diz pausamente, e o ar vai ficando mais pesado com cada palavra solta dessa boca venenosa que eu passei anos achando que eram perfeitas pra mim. A verdade vai batendo no meu corpo de forma mais violenta que a chuva. 

O escuro começa a me engolir, e sinto todo o peso da frase sobre mim. Todas as pessoas que passaram pela minha vida me veem como objetos, coisas que pertencem a algo ou alguém, e não encontram resistência porque eu jamais apresentei alguma. Seria eu a culpada disso? Minha falta de defesa facilita o abuso das pessoas contra mim?

A porta a minha frente se abre e a claridade cega meus olhos. fecho-os com força e sinto Harry se encolher ao meu lado. Abro novamente e pisco com força, trazendo minha visão de volta e consigo ver a silhueta de Louis a minha frente. 

- Ninguém pertence a você Harry - Diz Louis, de forma calma como sempre - Mortos não possuem nada. 

Vejo Louis entrar na sala, a claridade não me incomoda mais como antes. Ele para a minha frente e estende sua mão pra mim. Seguro na mesma e me levanto, sinto meu corpo sujo e o perfume de Louis me deixa sensível, percebendo que a sala estava com um cheiro podre. Caminhamos juntos para a porta, Louis atrás de mim. Passamos pela primeira porta, e antes que eu dê qualquer passo, escuto um baque surdo na parede. Gotas molhadas espirram em mim e dou um pulo com o susto. 

Passo a mão nos meus braços e vejo vermelho tomar conta, juntando uma gota na outra. Olho pra trás e Louis está caído no chão, uma pedra cobre sua cabeça e sangue escorre em volta. Um grito escapa da minha garganta. 

Por favor, de novo não. 

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Faltam cerca de 4 a 5 capítulos pra terminar. O final não é nada previsível, não se enganem. 

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