Hey amores, att pra voces, espero que gostem, aproveitem a leitura xx.
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Quanto, era criança pensava que era minha culpa, que ela tinha morrido por que eu matei ela, que eu havia tirado a vida da pessoa que mais me amaria, da pessoa que cuidaria de mim, e me culpei muito por isso, desejei que eu morresse para estar com ela, desejei que todas aquelas sessões de tapas e surras acabassem, desejei que tivesse morrido no lugar dela, por algum tempo cheguei a pensar que mereci cada tapa que levava, que cada marca dolorida em meu corpo tinha um motivo real para estar ali, cheguei a pensar em me matar, uma criança, pensando mais na morte do que nos brinquedos e nos jogos que trariam sua diversão, mas com o tempo a raiva tomou conta de mim, e nada podia parar ela, tudo que eu mais odiava era meu pai, e as surras, e as palavras cruéis, claro, as vezes ainda me culpo por ela ter morrido, afinal, ela morreu para que eu pudesse nascer, e quem sabe, talvez, ter uma boa vida, mas ela não imaginava que eu teria esse inferno como vida.
Depois de levantar da cama, sentindo todos os lugares machucados doerem e soltar um gemido de dor, pude finalmente caminhar até o banheiro e tomar um banho, passei mais tempo que o normal em baixo da água quente, precisava retirar de mim todos os resquícios do que acontecerá na noite anterior, todos os momentos em que apanhava e as palavras ruins que ouvia não queria sair de minha cabeça, sai do banheiro enrolado na toalha e coloquei minha roupa, que como sempre era composta por peças pretas e uma jaqueta com gorro, peguei a mochila pendurada em um gancho na porta do quarto e sai pela janela, tentando ao máximo não reclamar da dor causada pela queda, não era muito alto, mas para uma pessoa que estava com o corpo repleto de hematomas era uma difícil missão pular sem sentir dor.
Resmunguei alto sentindo toda dor do corpo diminuir aos poucos, caminhei até a casa de Ashton, que não ficava muito longe da minha. Depois do dia anterior e horas - doloridas - na cama pensando em tudo que estava acontecendo em minha vida, cheguei a conclusão de que Calum não era a pessoa que me escrevia bilhetes e deixava chocolates em meu armário, visto que o mesmo olhava para Ashton com o mesmo olhar carinhoso e apaixonado que o loiro o olhava, fiquei feliz por meu amigo, finalmente ele encontrara alguém bom para se apaixonar, digamos que as ultimas vezes foram um tanto quanto desastrosas. Quando cheguei na frente da casa do loiro sorri com a imagem dele sentado no primeiro degrau em frente a porta de madeira, com os olhos fechados e provavelmente cochilando enquanto esperava o amigo para irem juntos ao colégio, cutuquei a bochecha do garoto, que se assustou e deu um grito fino e feminino, ri com a cena e com a careta que o mesmo direcionava a mim, ele era adorável, caminhamos em silencio por alguns minutos, mas o garoto não aguentou por muito tempo, e começou novamente a falar sobre Calum e sobre tudo aquilo que mais gostava no garoto, tentei ao máximo ouvir todas as suas palavras atentamente, mas a dor em meu corpo me impedia de faze-lo.
Senti meus músculos tensionarem quando Ashton tocou em uma parte machucada forte demais, desejei que eu não tivesse feito uma careta de dor, e amaldiçoei o mundo por ter deixado um som sôfrego escapar de meus lábios, o toque do garoto havia sido em uma area do meu corpo que estava roxa, um tom feio e próximo do preto, analisei todos os machucados que existiam em meu corpo na noite anterior, não era nada reconfortante ver todos aqueles diferentes tons de roxo espalhados por todo o meu corpo, antes que Ashton pudesse tirar a expressão confusa e irritada de seu rosto e começar com todo o sermão que eu sabia de cor, uma garota pequena, com olhos grandes e o cabelo longo cutucou meu braço, que por sorte não estava machucado, e me entregou mais um pequeno pedaço de papel, sorri para ela, mas assim que me entregou o bilhete a garota voltou a caminhar para longe de nós, Ashton agora tinha novamente uma expressão confusa.
- Mas que droga foi essa? - ele perguntou confuso, não soube dizer se ele estava falando da garota ou da dor que senti com um simples toque.
- Nada - respondi simplesmente, afinal, não era nada mesmo, certo?
Antes que ele pudesse falar fomos interrompidos novamente, e Ashton resmungou baixinho algo que não pude compreender, mas logo seu humor melhorou completamente ao ver o sorriso de Calum direcionado para si, meu estômago revirou ao notar os olhos de Michael preso nos meus, e logo após analisando todo o meu corpo, ignorei o que senti e passei a analisar o garoto também, que agora usava um sweater rosa - também com estampa de gatos - e uma coroa de flores também rosa misturada com seus fios azuis, era uma coisa adorável de se ver, quando ele notou que estava me observando suas bochechas ganharam um leve tom rosado, e a ponta de seu nariz também estava um pouco vermelha, e isso o deixou ainda mais lindo.
Não que eu o achasse lindo, claro.
Calum pegou as mãos de Ashton e o puxou, Michael apenas disse um baixo "vem", e então estavamos os quatro caminhando para longe da escola, lembrei-me de colocar o papel em meu bolso, o leria assim que ficasse sozinho, sabia o que era ali, "G" havia me mandado algo, e isso fez minhas mãos soarem de nervosismo, algo nas palavras escritas ali me faziam querer correr por toda a cidade dizendo que estava finalmente feliz, mas claro que não faria isso, seria no mínimo estranho.
- Chegamos - Calum disse animado quando estavamos em frente a um parque de diversões, o moreno se apressou em pegar as mãos de Ashton e o levar para longe dali, não antes de beijar a testa de Michael e pedir para que o mesmo se divirta.
- Então, qu- não tive oportunidade de terminar minha frase, Michael repetiu "algodão doce" algumas vezes e então correu para uma barraquinha que vendia o doce de varias cores diferentes, fui atrás do garoto, não o deixaria sozinho em meio a tanta gente, e nem mesmo queria ficar sozinho, não hoje.
O garoto saiu do barraca com um algodão doce azul, e eu com um verde, ele comia o doce como se fosse a melhor coisa que poderia fazer na vida, eu mal toquei no meu, caminhamos pelo local por varios minutos, mas pude ver de longe a roda gigante, olhei para Michael, que notou meu olhar e me perguntou o que tinha acontecido, apenas sorri para ele e o puxei até o grande brinquedo, iriamos ali, eu amava aquilo.
Entramos no brinquedo, e quando ele começou a andar Michael segurou em minha jaqueta, olhei para ele que olhava para baixo assustado, assistindo o brinquedo girar e ficarmos cada vez mais longe do chão, e cada vez mais sua mão se apertava no pouco tecido que tinha agarrado, seria um momento fofo se os olhos do garoto não estivessem arregalados e uma expressão de medo não existisse em seu rosto.
Minha mão foi até a dele antes que eu pudesse pensar duas vezes sobre isso, ele olhou para mim, e eu apenas dei um pequeno sorriso em sua direção, como se estivesse dizendo que estava tudo bem, e que eu estava ali com ele, o garoto pareceu ficar mais calmo, e então nossos dedos estavam entrelaçados, e eu não me importei com o toque dele, até mesmo gostei de segurar sua mão e sentir ele se acalmando lentamente, e mesmo depois dele estar totalmente calmo nossas mais continuaram ali, juntas, e nenhum de nós se atreveu a dizer nada, e estavamos confortáveis assim.
Quando saimos do brinquedo nossas mãos não estavam mais juntas, e pude ver de longe Ashton e Calum conversando animadamente sobre algo, nos aproximamos dos garotos e me despedi deles, Calum prometeu cuidar de Ashton e caminhei até a saida do local, não antes de ouvir Ash dizendo que conversaria comigo depois, quando estava longe o suficiente peguei o papel em meu bolso e o abri, senti meu coração acelerar e sorri com o que havia escrito nele, com a mesma letra do anterior.
Roxo não combina tanto assim com sua pele Lukey, espero que saiba disso.
O chocolate estava bom? Espero que tenha o encontrado em seu armário.
um dia eu estava caminhando e vi você, foi ali que eu percebi que me apaixonaria por você, sim Luke, eu sou um tanto quanto apaixonado por você, e pelo seu sorriso, e por seus olhos.
Mas as olheiras roxas não combinam com eles, e as marcas que senpre aparecem em seu corpo não tinham que estar ali, e isso doi em mim, eu quero poder cuidar de cada uma delas e tocar seu rosto, pois ele é realmente lindo.
Eu sou apaixonado por você e espero que talvez você possa acabar se apaixonando por mim.
G.
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hold me down || muke
FanfictionLuke é um garoto cheio de traumas e problemas, nada nunca dava certo para ele, não que ele se importasse de qualquer maneira, até que um dia ele começa a receber bilhetes e cartas de uma pessoa desconhecida, e tudo pode mudar apartir daí.