Capítulo 14 - O dia da partida aproxima-se

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Os dias passaram a voar. Francisco não sabe bem o que fez nessas 2 semanas, mas pouco saiu do bairro.

Esteve com as irmãs e os avós, aproveitando todo o tempo para estar com eles, para disfrutar. Só quando a noticia dada, de repente e sem aviso, pela mãe foi percebida é que Francisco entendeu o alcance daquela decisão: ia estar 2 meses sem poder estar com os avós, com a mãe e com as irmãs. Não ia ver os amigos, nem poderia sair com eles para a praia ou fazer as malandrices que faziam habitualmente quando estavam juntos. E o Zé, esse bandido, de certeza iria aproveitar a oportunidade para ganhar-lhe vantagem e começar a namorar com a Joaninha, a miúda mais gira da escola e que ele estava a tentar conquistar há mais de um ano!

"Francisco!" gritou a mãe. "A mala já está pronta?" "Já vai!", respondeu com maus modos. A sua mala estava já fechada e a viagem era na manhã seguinte. Francisco estava nervoso e sem paciência para nada. Já tinha respondido mal a todos que se tinham cruzado com ele nesse dia. E até nesse final de dia, para ajudar à festa, a Joaninha tinha demonstrado indiferença perante a sua viagem tão próxima. "Será que algum dia ela vai gostar de mim?"

"Aqui está, mãe. A mala do meu exilio, a mala da prisão" disse Francisco. "Não sejas exagerado, kiko", disse-lhe a avó que estava junto a Ana, assistindo aos preparativos da partida. "Vais ver que vais gostar da tua viagem, de conhecer novos amigos. Se calhar até conheces alguma rapariga engraçada e ainda arranjas uma namorada estrangeira!"

"Era o que faltava! E havia mesmo de ser lá que eu encontrava uma gaja que gostasse. Está-se mesmo a ver...Aquilo devem estar lá as gajas mais feias e malcomportadas que há no mundo. Se calhar nem gajas há!"

"Kiko, não fales assim que sabes que a avó não gosta. A tua avó, a tua mãe e as tuas irmãs, também são "gajas" como tu lhes chamas?"

"Oh, vó mas isso é diferente,., A vó não percebe nada"

"Tens razão meu querido, eu não percebo nada de nada desta vossa juventude" lamentou-se a senhora.

Ana olhava a conversa de Francisco com a sua mãe Maria, e pensava como Francisco tinha crescido e como o tempo tinha voado desde que ele era bebé até este dia. O tempo pareceu escapar-se por entre os seus dedos e Francisco, Juliana e Mariana tinham crescido e eram quase adolescentes. Tinham deixado de ser os seus bebés para se tornarem nuns refilões, exigentes e por vezes mal criados que lhe esgotavam a paciência. A ela e aos seus Pais. "Onde foi que eu errei?" pensava Ana.



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