"O gosto do seu beijo, eu nunca poderei esquecer. Você me faz viva, me sinto assim, apenas com você."
"Então me aproximei devagar da sua boca, encostei nossos lábios de um jeito suave, e logo uma corrente elétrica se passou pelo meu corpo, poder lembrar do gosto do beijo dela, experimentando de novo. Logo depois, pedi passagem com a língua, e ela cedeu, me fazendo dar um sorriso bobo de lado, nossas línguas pareciam que tinham uma sintonia, e por um momento parecia que estávamos dançando em vez de beijar. Poder sentir o beijo, o abraço, o calor, e a pureza da Camila. Nenhum beijo de uma balada, bêbada, ou depois de uma briga, cheio de tesão, é melhor que um beijo puro, cheio de amor."
Depois da tarde maravilhosa na casa da Camila, precisei voltar pro mundo real e infernal. Chamado, minha casa. Resolvi ligar pra Normani passar lá em casa, fazia um tempo que não conversava com minha melhor amiga sobre diversos assuntos, é a única que me entende. Depois de um tempo ela chegou, e começamos à conversar sobre diversos assuntos:
- Nossa, ter que passar por todos esses seguranças do teu pai é realmente um saco, manda ele dar um tempo. - Disse ela se jogando na minha cama, e mexendo no meu caderno de desenho. Só ela podia fazer isso.
- Queria que ele desse um tempo pra mim, isso sim. - Disse e suspirei me jogando ao lado dela.
- Lauren, você sabe que ele nunca vai te dar um tempo. Teu pai é um mala. - Disse ela, folheando com rapidez meu caderno.
- Ei, eu ainda quero meu caderno sua otária. - Disse e soltei uma risada.
- E eu ainda quero que você me conte o que ta rolando entre você e aquela garota. Sempre soube o que você curtia Jauregay. - Disse a Normani, me fazendo jogar um travesseiro que ela acabou desviando.
- Eu não sei. - Disse e me joguei na cama olhando pro teto.
- Ué? Como assim não sabe? Que falta de atitude, você não parece uma Jauregui. - Disse a Normani, imitando a última frase com a voz do meu pai e eu soltei uma risada.
- Sei lá, eu gosto dela. A gente se beijou hoje a tarde. - Dei um sorriso, e Normani arregalou os olhos, e me jogou um travesseiro que caiu no chão. Belo alvo Normani.
- Por que não me contou isso logo filha da puta? - Disse ela se sentando na cama e cruzando os braços.
- Deve ser porque sai daqui, e vim agora pra cá? - Levantei as sobrancelhas e olhei pra ela como se fosse óbvio.
- Não importa. Você era quase BV, nem beijava. - Disse a Normani, e eu revirei os olhos.
- Não me interessava por ninguém inferno. - Disse e suspirei.
- Assexuada. - Disse a Normani, e eu dei o dedo do meio.
Foi assim à tarde inteira, a Normani me zoando e eu pensando em Camila, mas algo me intrigou realmente. O que eu e ela temos finalmente? Eu não faço ideia, devemos ser amigas coloridas? Eu não sei. Ela pode ficar com outras pessoas? Pode claro que pode, nós não temos nada, mas só de pensar ela com outra pessoa me mata por dentro, eu estou realmente apaixonada pela Camila, e todos esses sintomas de paixão estão começando a transparecer e eu odeio pensar na possibilidade de me entregar pra alguém. Desde que minha mãe morreu foi tão difícil de superar as coisas, tão difícil de me abrir pra alguém e me importar de verdade, e aqui estou eu, completamente apaixonada por uma garota diferente de mim, uma garota meiga e inteligente. Já eu? Uma garota mal amada, que só vive se metendo em confusão, e que só consegue ser feliz se estiver com a Camila, eu preciso dela comigo; isso eu entendi.
- Lauren! - Disse meu pai me tirando dos pensamentos, ele e e essa mania de entrar no meu quarto sem bater.
- Como anda suas notas na escola? Eu não ando tendo tempo para checar isso. Mas irei sim, é o seu último ano, e bom você precisa entrar na faculdade de direito e.. - Dizia meu pai mas eu o interrompi.
- Direito? Mas e minha Academia de Artes pai? O senhor prometeu, que se e me empenhasse... - Dizia com os olhos cheios de lágrimas, e ele me interrompeu.
- Lauren, você é uma Jauregui. Imagine a reputação do seu pai, da empresa, ao saber que uma filha minha, irá pra uma escola de artes. - Disse meu pai, ajeitando a gravata.
- Eu odeio esse sobrenome! Odeio você, você não entende que não quero fazer parte desse ciclo ridículo da sua empresa? - Disse e me levantei da cama, enxugando as lágrimas que estavam próximas de cair.
- Cale-se. Não fale tanta coisas sem escrúpulos Lauren. Tire essa ideia banal de academia de artes, enquanto estiver sobre o meu teto, e depender do meu dinheiro você irá fazer direito, e cuidar da Jauregui's Life! - Disse meu pai e saiu com força do meu quarto batendo a porta, e eu automaticamente comecei a chutar tudo que via pela frente.
Assim que meu pai saiu, eu passei o resto da noite chorando e pensando o quanto eu sou um lixo e o quanto sinto falta da minha mãe. Eu nunca irei superar nada disso, quando eu acho que as coisas estão ficando no seu devido lugar, quando eu acho que eu irei mudar, não tem nada que me faça mudar e melhorar a situação que estou. Nada, além da Camila, à única que não merece acompanhar esse meu desespero, eu preciso mostrar pra ela que ela não precisa se preocupar comigo, que eu vou sim mudar e ser diferente, mas o meu pai? Por que esse ódio todo contra mim? Eu só quero fazer o que eu realmente amo, eu não consigo me ver dentro de um escritório o dia todo, trabalhando e trabalhando e trabalhando. Eu quero viajar pelo mundo, mostrar minha arte, fotografar pessoas, animais, paisagens, desenhar gente, eu quero ser livre. Livre que nem minha mãe nunca pode ser, porque meu pai nunca deixou, eu preciso ser livre comigo mesmo, eu preciso ser sim uma boa representante da Jauregui mas do meu jeito.
"E no meio de todo esse caos, só lembrar do seu sorriso é o que me causa paz".

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Safe Haven.
FanfictionCamila Cabello é uma garota que sempre foi correta, gosta de estudar, sempre foi considerada a Nerd em toda escola que frequentou e não foi nada diferente na escola que acabou de chegar em Miami. Ela se encanta justo com a garota que não gostou del...