Happy girl.

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"Desabafar um pouco com Camila me fazia bem. Ter ela por perto na real, me fazia bem, mesmo que na escola ela fosse um tanto quanto exigente. Ela exigiu demais de mim pra fazer um cartaz que devia ser de arte impressionista ela devia ler mais o artigo, mas eu não quis deixá-la brava e fui fazer novamente mesmo achando que o que eu tinha feito havia ficado maravilhoso, tanto que guardei. Mas eu entendia Camila, ela tentava ser a melhor em tudo que tinha ali na escola claro que por conta do currículo, o dela deve ser perfeito, diferente do meu que não tem nada além de participação nas aulas de desenhos, eu nunca me identifiquei tanto com a feira de artes da escola mesmo sendo algo que eu gosto tanto. Eles meio que acham que podemos mandar na arte, sendo que ela surge devagar, sem pressão, por isso que gosto que me deixem a vontade quando estou desenhando, eu gosto de pensar no que me deixa livre pra que eu possa representar de uma maneira livre que as pessoas consigam sentir o que eu quero passar. Por mais que arte seja tão complicada de ser entendida hoje em dia, algo me favorece: o brilho nos olhos de alguém quando vê o que desenho."

- Srta. Cabello e Srta. Jauregui. O intervalo já acabou se não perceberam. - Disse a Drt. Mary enquanto vigiava o pátio da escola e eu e Camila nos afastamos e recolhemos nossa mochila suando frio por quase sermos pegas.

Ficar com Camila no intervalo foi muito prazeroso, e especialmente por poder contar um pouco do que me isola pra ela, eu sabia que ela iria entender como todas as outras vezes. Camila sempre me dava força e me protegia de tudo, era como se ela fosse o meu anjo.

- Andar na companhia da Srta. Jauregui te faz chegar atrasada Srta. Cabello. - Disse o professor de artes enquanto anotava algo no quadro fazendo toda a classe soltar um riso, e Camila corar sentando na cadeira da frente, eu apenas bufei estava acostumada com esse tipo de piadinha dos professores dessa escola, mas se eu falar algo levo detenção, complicado.

- Bom classe, irei falar sobre um cara que muitos devem conhecer. - Disse o professor e eu revirei os olhos pegando o meu caderno e começando a rabiscar um laço que Camila estava usando, não fazia ideia o porque estava fazendo isso - E se vocês não conhecem deviam procurar saber quem é essa figura ok? O nome de um carinha que ajudou pra caramba muita gente foi o Aristóteles e sabe o que ele dizia? "Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura". O que acham que isso quer dizer? - Disse o professor com aquele jeito despojado dele, eu achava um tédio. Mas Camila levantou a mão e se pronunciou, eu até parei de desenhar pra poder escuta-lá.

- Bom, ele queria dizer que no fundo todos somos loucos. Até quando estamos fazendo algo bom pra nós, quando pedimos a Deus algo somos considerados loucos, afinal a gente está falando de alguém que nunca vimos certo? É isso que ele queria dizer, que até as coisas mais inteligentes e com a clareza humana, a uma pitadinha de loucura. - Disse Camila concluindo seu pensamento, e eu fiquei extasiada, é incrível que eu já namorei essa garota.

- Wow Camila! Que argumento maravilhoso. Mas já que você falou isso, e quando ele dizia "No fundo de um buraco ou de um poço, acontece descobrir-se as estrelas?". - Perguntou o professor adorando o desafio dos argumentos de Camila, esse homem é tão babaca que me dá nojo.

- Uh, bom professor, eu acho que ele quis dizer que quando nos encontramos numa pior fase da nossa vida ainda sim existe uma solução, uma pessoa que poderá surgir e te salvar de tudo isso que passa, afinal o que te mata te faz mais forte não? - Disse Camila concluindo mais vez fazendo o professor bater palmas junto da classe e eu suspirei e repeti comigo "Que poderá surgir e te salvar" essa frase combina perfeitamente com o que ela fez comigo, me salvou.

A aula finalmente chegou ao fim, eu já não aguentava mais a escola, mas só de pensar que ainda teria que assinar tudo aquilo de papeis no polo daqui a alguns minutos eu preferia a escola, mas lá eu ainda consigo dormir na mesa em paz e ninguém enche tanto meu saco como é por aqui, isso é terrível todas as pessoas pegam no meu pé, se deixar até a zeladora.

- Lolo. - Disse Camila chegando até a mim quando já estava de saída, franzi o cenho.

- Hey. - Disse dando um sorriso pra ela e ela agarrou na sua mochila como se estivesse sem jeito, o que ela queria?

- Bom, sei que pode parecer estranho. Mas, minha mãe foi viajar de negócios, e amanhã que ela volta e eu pensei que eu poderia passar a noite com você depois que chegarmos do Polo o que acha? E depois você me leva pra casa. - Disse Camila toda manhosa, era óbvio que ela não queria passar a maior parte do tempo sozinha, e como sabe que eu nunca iria dizer não se aproveitou de mim.

- Uh, tudo bem. - Disse apenas dando um sorriso e ela segurou em meu rosto me selando na bochecha, o jeito infantil dela me cativa mais que qualquer coisa talvez seja por isso que sou tão louca apaixonada.

Ficar sozinha era o que eu realmente queria assim que cheguei em casa, mas encontrei uma Taylor arrumando suas malas ela estava indo embora depois de uma semana de voou atrasado. Pelo menos nesse tempo em que ela ficou aqui, nos estranhamos mas ainda tivemos nossos momentos frágeis. E talvez da próxima vez que ela vier esteja mais madura pra poder respeitar a opinião dos outros e o próximo.

- Hallo Tay. - Disse chegando perto dela que estava com o fone de ouvido enquanto arrumava sua mala enorme.

- Laur! Que susto. - Disse ela e eu dei um riso, dando de ombros. Ela deu um sorriso logo depois, parecia estar de bom humor.

- Ansiosa pra voltar pro seu lugar favorito? - Perguntei bagunçando o cabelo dela como a muito tempo não fazia, e ela bateu em minha mão de leve.

- Um pouco. E vê se dessa vez não chora por amor enquanto eu estiver fora. - Disse Taylor continuando a arrumar as malas e eu franzi o cenho, como ela sabia que foi por amor?

- Está louca? - Disse dando risada e cruzando os braços pra ela, que me olhou com uma cara como se fosse óbvio.

- Laur, eu já estive apaixonada. Se bem que nunca achei que iria ver isso com você, mas você está apaixonada e isso é claro, os seus sorriso, o seu brilho no olhar, e a maneira como que se tivesse magoado alguém que ama quando chorou perto de mim naquele dia e implorou um abraço mas na verdade queria que fosse daquela pessoa. Não sei quem é, mas espero que te faça feliz, porque Laur, você merece. - Taylor disse ainda meio acuada e eu fiquei com a boca entre aberta, e a abracei com toda força sussurrando: "Te amo" que pra minha surpresa fui retribuída com um "Também te amo."

Esses são os sintomas da paixão, e eu vim descobrir depois de tanto tempo.

*O seu sorriso não é mais o mesmo.

*Os seus pensamentos não são mais os mesmos.

*O seu olhar não é mais o mesmo.

*A sua boca só deseja uma,
mesmo que ela fosse capaz de desejar todas.

*Se está apaixonado, ame. Mas ame com todo o amor que está guardado dentro do seu peito, faça como Camila fez comigo e reviva.

Quero comentários, quanto mais eles, mais eu atualizo haha.

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