Tudo mudou depois que tirei o cristal da caixa. Percebi que minha mãe sabia algo sobre ele. Seu nervosismo estava nítido, suas mãos ainda estavam trêmulas, seus olhos continuavam sem destino e estava a todo momento tentando disfarçar que sabia de algo. Eu apenas queria saber, quem enviou, de onde, e por que? No momento não consegui pensar em nada que fosse lógico, para alguém me enviar um cristal, que aparentava ser muito, muito valioso. Enquanto eu o segurava, senti que ele me completava, era como se algo que estivesse faltando, que voltou para ocupar o lugar de onde, nunca deveria ter saído. Resolvi parar de pensar nele por enquanto, eu precisava arrancar alguma informação, que minha mãe com certeza sabia.
–– Isso é muito estranho, por que alguém me enviaria algo deste tipo? – Indaguei a ela.
Tentei fazer a voz mais doce e gentil possível, queria de algum jeito, tentar convence-la a contar alguma coisa que me fosse importante e útil. Eu precisava descobrir de qualquer jeito o que ela sabia, e não queria me contar, algum motivo tinha, mas qual seria?
–– Como vou saber? Se eu também nunca o vi! Guarde isso e vamos para o carro. – Respondeu.
Seu tom de voz tinha mudado completamente, seu rosto gentil de sempre havia desaparecido, o que aconteceu? Ela não era a mesma. Sim! As coisas estão ficando diferentes rápido de mais.
–– Para o carro? Eu sempre vou para a escola sozinho. – Disse indignado.
Como minha mãe mudou de atitude, de uma hora para a outra? Ela nunca foi de fazer isso, o que estava acontecendo?
–– Você não irá mais para escola, acabei de me lembrar que temos que ir para a casa nova mais cedo. - Disse ela.
–– Mas mãe não temos que ir agora, e foi você quem disse que tenho que continuar indo para escola. – Eu disse quase gritando.
A partir deste ponto, eu estava inconformado com a atitude que ela acabará de tomar. Estava quase pirando, o que estava acontecendo.
–– Já chega! Faça o que eu mandei, guarde este cristal e vá para carro. – Respondeu ela.
Seu tom de voz continuava alterado, e eu estava cada vez mais desconfiado, mas para que ela não percebesse que eu tinha notado algo, disfarcei e fingi que não estava percebendo nada.
–– Tudo bem! Mas será que posso me despedir dos meus amigos? – Perguntei.
Agora só falta me ajoelhar, implorar e beijar os pés dela.
–– Se for rápido pode. – Respondeu.
–– Obrigado mamãe! – Agradeci soltando um ríspido sorriso falso.
▪▪▪
Ao sair de casa pude reparar pela última vez, no vilarejo onde morei por dezesseis anos. SanVicent era um lugar alegre, calmo e sereno. Tem árvores enormes, flores alegres e majestosas. Todos que moram aqui são gentis, amigos e felizes com tudo, é raro vermos brigas, ou algo do tipo.
Eu corria, corria e corria de empolgação, para contar aos meus amigos sobre o cristal que tinha acabado de chegar. De longe pude avistar graciosa e tímida Isabelle, que gostava de ser chamada de Belle, ela tinha pele branca, cabelos loiros e longos, olhos escuros, e de altura mediana. Vestia uma blusa de cor roxa sem nenhuma estampa, estava com uma calça jeans "skinny" e tênis "all star" rosa. Seu cabelo estava amarrado em um "rabo de cavalo". E ao seu lado estava Daniel, todos o chamavam de Dan, um apelido que até ele mesmo prefere do que seu próprio nome. O garoto era moreno, de cabelos pretos enroladinhos do tipo "anjo", olhos castanho-escuro e de altura mediana. Vestia uma blusa branca com uma carinha feliz no meio e por cima uma jaqueta de couro preta. Estava de calça jeans, e sapa tênis azul com tiras brancas. Esses dois são os meus melhores amigos estão sempre comigo desde sempre, bom desde que eu me entendo por gente. E claro como eu não tinha me apresentado antes, sou o James, mas acho que você já sabia disso. Meu nome completo é James Butera Kingret Collings, mas podem me chamar somente de James, tenho pele branca, de cabelos bem escuros, lisos e curtos, meus olhos eram negros como a noite, eu mais alto dos meus amigos e para terminar tenho dezesseis anos.
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Valivia e o Retorno do Príncipe
General FictionJames Collings é um jovem de dezesseis anos, que mora com sua mãe, em SanVicent um pequeno vilarejo no interior do Rio de Janeiro. Sua vida era incrivelmente normal, até o garoto sonhar com sua mãe morta. Certo dia o sonho se torna realidade é a mu...