Capítulo 08: Borboleta de Cristal

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Acho que eram quase três da manhã e eu estava sem um pingo de sono. Se quer preguei o olho, cochilei um pouco, porém não foi o bastante. Os treinos que tive com o Vlad, foram superpesados e cansativos, todo meu corpo estava dolorido. Afinal sofrerei coisas piores pela frente, pode apostar. Como eu estava sem sono, pensei em usar a internet, mas lembrei que em Valivia não existia internet e nem smartphones, tablets ou notebooks. Eles faziam tudo a base do telefone e por cartas. Tive que me livrar do meu celular logo após chegar, pois ele ficava sem sinal e causavam interferência nas viagens dimensionais. Já que as coisas que eu mais gostava de fazer, não podiam ser feitas, pensei em ir para jardim e olhar as estrelas. Sai do meu quarto sorrateiramente, encostei a porta, pois o quarto de Belle e do Pete eram próximos ao meu, não queria incomodar o sono deles. Desci a escada devagar e na ponta dos dedos, o quarto dos criados ficava próximo a cozinha e a sala de estar, então se alguns deles ouvissem iam reclamar, com certeza! Não quero passar uma má impressão de mim para eles, afinal sou o príncipe né. Graças a deus consegui ir passar pela sala de jantar, pela cozinha e chegar no jardim, sem fazer um barulho. A noite o jardim ficava mais lindo, a maioria das flores plantadas, eram iguais às do vilarejo SanVicent, me lembrei do festival que acontece todo ano lá. Onde plantamos flores em volto do lago. Belle me contou que meu pais plantaram todas as flores do jardim, para celebrarem seu amor. Eles colocaram várias lâmpadas de led presas em fios por todo o local, e regavam as flores todos os dias, sempre juntos.

- Nossa! Essas flores ficam ainda mais lindas com a luz da lua. - Eu disse maravilhado com o jardim.

Deitei no chão e comecei a olhar atentamente para as estrelas, elas estavam ainda mais brilhantes e bonitas. Em SanVicent era muito fácil observar as estrelas, tínhamos um observatório e as vezes deitávamos no chão para apenas observar cada estrelinha no céu. Você deve se perguntar, a gente quem? Claro que eu, Belle e Dan, como eu já mencionei antes, somos melhores amigos desde sempre, quando Belle revelou aquelas coisas sobre meu verdadeiro passado, fiquei assustado e me senti um pouco traído. Mas ela ainda era minha melhor amiga, eu a entendi. Confesso que pensei que o Dan também era valiviano, mas não, ele é só um humano normal. Sinto falta do sarcasmo dele, até que era engraçado, ainda quero reencontrá-lo, essa é uma das minhas metas. A meta principal e derrotar "titio" Lin e juntar os cristais, a segunda é descobrir o impostor, Pete mesmo aparentando ser um cara legal, era meu maior suspeito. Mas não vim para o jardim, para pensar em tudo isso. Vim para relaxar. Ainda deitado no chão fechei os olhos, e fiquei alguns segundos com ele fechado, até que ouço um barulho que vinha de um pequeno labirinto.

- O que foi isso? Tem alguém aí? - Eu disse olhando para o labirinto, esperei alguma resposta, mas fiquei sem retorno.

Em fração de segundos, uma borboleta azul passou na minha frente, ela era diferente, era meio transparente, era igual a vidro, não, parecia um cristal. Espera aí, um cristal? Será? Fui atrás dela, que acabará de entrar no labirinto.

- Volte! Por favor. - Gritei para borboleta. A que ponte cheguei? Gritar para um inseto.

Abri um pequeno portão branco e entrei no labirinto. Lá dentro, percebi que a borboleta estava parada, parecia estar me esperando. Quando cheguei um pouco mais perto dela, pude perceber que ela era realmente feita de cristal. A borboleta começou a adentrar no labirinto, fui seguindo ela, fizemos uma espécie de zig zag, o caminho ia sempre para direita e depois esquerda, direita e esquerda, sempre assim, o mesmo trajeto repetidamente. As dois ultimas viradas, foram só para a esquerda. A borboleta posou em um altar, que era todo feito de diamante, parecia ter sido esculpido todo a mão, era cheio de pequenos detalhes, tinha alguns sois e luas esculpidos nele. Com a luz da lua ele ficava mais bonito e brilhava intensamente. Alguma coisa me disse para toca-la e foi o que fiz, quando encostei na borboleta, minha mão começou a brilhar, no início fiquei assustado, mas logo fiquei bem, quando o brilho parou retirei a mão da borboleta e quando vejo, ela tinha desaparecido e no seu lugar tinha restado, apenas um cristal amarelo sem forma, peguei-o e voltei de volta para o castelo. Na volta eu já nem me importava em fazer barulho, tanto que derrubei alguns vasos de planta no jardim, quebrei alguns copinhos na cozinha e pisei forte ao subir a escada. O único lugar que entrei calmo e com cautela, foi no corredor do segundo andar, os quartos de Belle e Pete eram bem pertos, não queria acorda-los, entrei no meu quarto que estava com parte entreaberta, fechei-a bem devagarzinho e tranquei. Retirei meus sapatos sujos de terra, sentei-me na cama e fiquei avaliando o cristal.

- Será que esse é o outro cristal de Valivia? - Me perguntei. - Já sei! - Eu disse levantando da cama.

Na cômoda de frente para minha cama, peguei na primeira gaveta o cristal azul e triangular que tinha recebido e coloquei ao lado do que eu havia acabado de pegar com a borboleta. Os dois juntos começaram a brilhar e de repente, sem eu esperar, se juntaram sozinhos. Os cristais que agora estavam juntos, tinham mudado para verde e ficaram sem forma.

- Nossa, nossa! - Disse empolgado em voz baixa. - Eles se juntaram, é inacreditável! - Eu disse quase gritando.

Ainda sem acreditar no que tinha acabado de acontecer, eu estava com sono, então, peguei o cristal, fui até a cama, deitei, me enrolei nos lençóis, coloquei o cristal de baixo do travesseiro, para mim ele ficaria mais seguro ali, ficaria seguro comigo, apenas comigo. Já tinha até esquecido das dores, só queria que amanhecesse logo para contar a novidade para Belle e Pete, pensei em acorda-los naquela hora, mas estava tarde demais. Então resolvi dormir, fechei os olhos e rapidamente peguei no sono.

E


Valivia e o Retorno do PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora